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Economia

Nova ferrovia deve reduzir custo do frete para escoar grãos em até 60%

Bruno Chaves | 08/08/2013 16:07
Audiência foi realizada nesta quinta-feira em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Audiência foi realizada nesta quinta-feira em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)

A instalação de ferrovias em Mato Grosso do Sul promoverá a integração dos sistemas de transportes brasileiros – rodovia, ferrovia e hidrovia – e barateará o frete do transporte de cargas de 30% a 60%, segundo o presidente da Associação dos Ferroviários do Estado, Valdemir Vieira. O assunto foi discutido em audiência pública, realizada em Campo Grande, nesta quinta-feira (8).

Representantes políticos, de entidades, da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e demais interessados, debateram o processo de concessão à iniciativa privada do trecho ferroviário compreendido entre Estrela D’Oeste (SP) e Dourados – a 233 quilômetros da Capital. O projeto integra o PIL (Programa de Investimentos em Logística) do Governo Federal.

Segundo informações da ANTT, o trecho da ferrovia começa em Estrela D’Oeste, passa por Panorama (SP), próximo ao Rio Paraná, e segue até Dourados. A intenção do projeto é facilitar o escoamento da produção de grãos de Mato Grosso do Sul. O traçado possui extensão de, aproximadamente, 660 quilômetros e atravessa 21 municípios.

Em Mato Grosso do Sul, a ferrovia entrará pelo município de Brasilândia, seguindo por Santa Rita do Pardo, Bataguassu, Nova Andradina, Deodápolis, Angélica e Dourados. O investimento estimado está na casa dos R$ 4,2 bilhões e tem um prazo de cinco anos para ser concluído.

“É mais uma alternativa para o escoamento de grãos de Mato Grosso do Sul. Com a ferrovia também se consegue trazer insumos para cá, de cargas em geral que podem abastecer o Estado”, conta o especialista em regulação de transportes terrestres da ANTT, Clauber Campello.

O especialista ainda conta que a empresa vencedora da concessão irá construir e explorar o serviço, sendo que o lucro da empresa dependerá da disponibilidade, capacidade e fluxo de trens que circularem pela estrada.

Para Valdemir, a implantação da ferrovia no Estado será viável e terá função social. Segundo o presidente da associação dos ferroviários, a ferrovia não desemprega e não tira o caminhão do processo de transporte do Brasil.

“Os caminhoneiros continuarão a ter que transportar as cargas das cidades de origem até o terminal modal. Vai aumentar a sensação de segurança nas estradas e aumentar a economia local, além de promover o barateamento do transporte, de 30% a 60%”, afirma.

Para o prefeito de Nova Andradina, Roberto Hashioka (PMDB), com a instalação da ferrovia, o município terá a questão logística beneficiada. “Nossa região irá se desenvolver e será altamente beneficiada. Nova Andradina tem um setor sucroalcooleiro, com produção de etanol e açúcar, que poderão ser transportados pela ferrovia”, conta.

Hashioka diz que cinco usinas sucroalcooleiras estão em um raio de 100 quilômetros da cidade e quatro frigoríficos estão em um raio de 10 quilômetros. “A expectativa é que surjam novas empresas na indústria da transformação”, fala.

Já a prefeita de Deodápolis, Maria das Dores de Oliveira Vieira (PT), lembra que a cidade é cortada por duas rodovias, uma estadual e outra federal, e será enormemente beneficiada com a ferrovia. “Nossa economia é baseada em gado e grãos, como soja e milho, além de mandioca e leite. A ferrovia vai ajudar a diminuir o fluxo de cargas pesadas que passam pela cidade”, afirma.

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