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Economia

Pacote de Dilma recebe elogios em MS, mas é considerado só paliativo

Fabiano Arruda | 03/04/2012 18:06
Presidente da Fiems, Sergio Longen, faz ressalvas e diz que medidas não devem conter processo de desindustrialização do País. (Foto: Divulgação)
Presidente da Fiems, Sergio Longen, faz ressalvas e diz que medidas não devem conter processo de desindustrialização do País. (Foto: Divulgação)

O pacote anunciado nesta terça-feira pela presidente Dilma Rousseff (PT), que prevê, em linhas gerais, incentivo à indústria brasileira frente a crise internacional, foi recebido com elogios, mas considerado paliativo por representantes da indústria e comércio de Mato Grosso do Sul.

O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, considera que as medidas, que fazem parte da segunda etapa do Programa Brasil Maior, demonstram atenção à mobilização do setor industrial no País por mais competitividade, no entanto, fez ressalvas.

“As medidas são importantes, mas não bastam para conter o processo de desindustrialização do País. O Governo precisa tirar taxas e não criá-las, pois, não adianta desonerar a folha de pagamento de 15 segmentos da indústria, se vai instituir uma compensação sobre o faturamento”, explicou, segundo informações da assessoria.

Para Longen, os entraves enfrentados pela indústria não são contemplados com o pacote anunciado pelo Governo, como a tarifa de energia, o transporte e a carga tributária.

A mesma linha foi seguida pelo presidente da Associação Comercial de Campo Grande, Omar Aukar. Ele disse acreditar que os incentivos serão benéficos, mas considerou paliativo.

“O custo do dinheiro no Brasil é muito alto. Os juros nos Estados Unidos estão 0,5% ao ano. Isto é uma semana no País”, criticou.

Visão política - O senador Antônio Russo (PR) também criticou o pacote de incentivos. Para ele, na ponta do lápis, não será vantajoso desonerar em 20% a folha de pagamento de seus funcionários em contrapartida a uma cobrança de até 2,5% do faturamento da empresa.

“Neste caso, o empresariado sai perdendo, especialmente se falarmos de uma empresa de grande faturamento”, comentou.

Por outro lado, o senador Waldemir Moka (PMDB) elogiou a iniciativa. “Tudo que estimula a produção e geração de emprego movimenta o comércio e gira a espiral da economia”, destacou, elogiando a intenção da União em valorizar o produto nacional e torná-lo competitivo.

Entenda - Entre as ações anunciadas estão a desoneração da folha de pagamento de 15 setores, numa renúncia fiscal que deve chegar a R$ 7,2 bilhões por ano, ações sobre o câmbio, isenção a empresas exportadores no pagamento de IPI, PIS e Cofins.

Além disto, o pacote deve incentivar os financiamentos, desonerar redes de telecomunicações, baixa de financiamentos para máquinas e equipamentos, bem como estímulo à indústria automobilística com redução de taxas para ônibus e caminhões e prazo de 120 meses.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico) terá forte participação no processo. O Governo anunciou aporte de R$ 45 bilhões do Tesouro Nacional à instituição.

Durante o lançamento do pacote, a presidente Dilma Rousseff (PT) cobrou dos bancos redução dos juros.

"Optamos pela redução e desoneração tributária na folha de pagamento sem prejuízo ao empresário nem ao trabalhador. Não estamos apenas reduzindo a informalização do trabalho, gerando empregos, desonerando o empresário e criando incentivos claros para uma desoneração completa das exportações. Com isso definimos formas de tributação mais adequadas ao fluxo de receitas das empresas", disse, segundo informações da Folha Online.

O Governo acredita que a indústria foi o setor da economia mais afetado pelo agravamento da crise financeira internacional. Com o real valorizado, os produtos nacionais ficaram mais caros no exterior.

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