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Economia

Para Longen, aumento da Selic vai beneficiar os importados

Nadyenka Castro | 20/01/2011 12:48

Presidente da Fiems prevê que medida pode elevar o custo Brasil

Para o presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, o aumento da taxa de juros, que elevou a Selic, vai elevar o custo Brasil, beneficiando assim os produtos importados.

Segundo ele, a preocupação da indústria nacional neste momento é com o custo Brasil, formado por elevadas taxas de juros, variação cambial negativa e altíssima carga tributária.

“Somado aos problemas de logística e a falta de marcos regulatórios, estes são os grandes entraves para os investimentos, o que acaba interferindo negativamente na competitividade industrial”, analisou.

De acordo com Sérgio Longem, é passada a hora dos governos fazerem a lição de casa e reduzirem os gastos públicos para que os diversos setores da economia consigam se manter competitivos no atual mundo globalizado.

“Os produtos importados chegam ao Brasil com preços baixos e quase sem concorrência com a indústria nacional. E os preços do mercado internacional são mais competitivos exatamente em decorrência do elevado custo Brasil, que ainda tem a sobrecarga dos impostos dos salários dos trabalhadores”, argumentou.

Ele reitera ainda que os governos continuam usando a ferramenta do aumento de impostos como forma de cobrir os gastos públicos, penalizando a produção.

“Nós, empresários, estamos sempre adequando nossos gastos com a receita. Ninguém pode gastar mais do que arrecada. Como os Governos gastam muito o aumento dos impostos e a criação de novas taxas são sempre a única saída que encontram”, lamentou.

Juros- Como previu ontem o presidente da Fiems, o Copom (Comitê de Política Monetária) definiu o aumento da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, elevando a Selic para 11,25%, o que evidencia a manutenção da política de juros pelo BC (Banco Central) no Governo da presidente Dilma Rousseff, ou seja, conter a inflação via aumento da taxa de juros e restrições aos créditos como forma de restringir o consumo.

Inflação- A elevação dos juros é o principal método utilizado para o BC para perseguir o centro da meta de inflação, medida pelo IPCA (índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é de 4,5% para este ano.

O mercado prevê que a inflação em 2011 será de 5,47%. No ano passado, a inflação foi de 5,91%, a maior registrada no país desde 2004. A Selic é usada como base, por exemplo, para os juros cobrados quando se parcela uma compra ou se pede dinheiro emprestado no banco.

Se os juros básicos aumentam, as lojas fazem o mesmo com o crediário. Os juros também são usados como política monetária pelo governo para conter a inflação.

Com juros altos, as prestações ficam mais caras e as pessoas compram menos, o que restringe o aumento dos preços. No caso de redução dos juros, o receio do governo é que haja muitas compras e as indústrias não consigam produzir o suficiente.

Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais receosas de tomar empréstimos para investir em expansão.

Por isso os empresários reclamam dos juros altos. Nesse cenário, também se torna mais difícil a criação de empregos. O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

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