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Economia

Para indústria da cana, Selo Verde vai "demitir" 420 mil

Redação | 18/09/2009 09:00

A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) prevê demissão de, pelo menos, 420 mil cortadores de cana no Brasil com a criação do Selo Verde, proposto pelo Governo Federal sobre o álcool combustível.

Uma das regras para conseguir o título é a mecanização integral da coleta de cana até 2017.

Até lá, a área plantada deverá chegar a 14,5 milhões de hectares, 86% maior do que a extensão de terras ocupadas atualmente pelo cultivo da planta.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o presidente da Unica, Marcos Jank, garante que as empresas estão "requalificando esses trabalhadores e parte será absorvida no próprio setor [sucroalcooleiro], como operadores de máquinas, mecânicos e eletricistas", mas avisa admite que "o desemprego vai acontecer, sim.".

Na justificativa do projeto, enviado ontem ao Congresso, o Governo Federal diz que o objetivo é eliminar as queimadas e reduzir a emissão de gás carbônico, vilão do aquecimento global. O efeito por ano da medida seria semelhante à retirada de 2,2 milhões de carros de circulação, informa a Folha.

Apesar de há 2 anos ser discutido, a proposta que integra o plano de zoneamento da cana tem gerado criticas.

Em Mato Grosso do Sul, o governador André Puccinelli já expressou a revolta diante das normas que podem ser criadas, principalmente, as que restringem o plantio de cana no Pantanal.

O projeto prevê multa de até R$ 50 milhões e embargo de propriedade caso o cultivo avance sobre área coberta até ontem por vegetação nativa.

O projeto também proíbe a expansão da cana na Amazônia, no Pantanal, na área da Bacia do Alto Paraguai.

"Não podíamos pôr em risco a imagem do álcool verde por causa do interesse de oito empreendimentos", defendeu o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Contrariado pela decisão de proibir novas usinas no entorno do Pantanal, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que é difícil fazer previsão sobre quando o Congresso aprovará as regras do zoneamento da cana.

Mesmo sem a aprovação ainda do Congresso, para incentivar o plantio fora das áreas vetadas pelo projeto, Lula assinou decreto para concessão de crédito oficial a quem plantar em áreas consideradas aptas.

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