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Economia

Plano de recuperação do Grupo Pinesso é aprovado e pode levar 12 anos

Ricardo Campos Jr. | 20/07/2016 15:11
Grupo é um dos maiores produtores de grãos em Mato Grosso do Sul (Foto: Grupo Pinesso)
Grupo é um dos maiores produtores de grãos em Mato Grosso do Sul (Foto: Grupo Pinesso)

Os credores do Grupo Pinesso aprovaram o plano de recuperação que prevê o pagamento das dívidas da companhia em até 12 anos. O documento foi homologado pela Justiça nessa terça-feira (19). O administrador judicial do caso, Vinícius Coutinho, afirma que o valor dos débitos foi atualizado e passou a R$ 609.774 milhões.

Segundo ele, somente na esfera trabalhista são R$ 4.451 milhões pendentes, que devem ser os primeiros a serem quitados.

Nos próximos dois anos, a empresa de Coutinho irá acompanhar o cumprimento do acordo. Ele enviará relatórios mensais à Vara de Falências atestando que todas as parcelas estão sendo pagas da forma como foram aprovadas.

Bruno Caixeta Goellner, um dos sócios do Grupo Pinesso, explica que durante esse tempo, ao nome da empresa é acrescentada a expressão “em recuperação judicial”, para notificar futuros investidores e fornecedores.

Segundo ele, a dívida informada inicialmente girava em torno de R$ 571 milhões, que foram reajustados durante o processo de negociação com os credores. É comum nesses casos que o valor aumente.

Como funciona? - Quando uma empresa fica repleta de dívidas e perde a capacidade de pagá-las, ela pede à Justiça a chamada recuperação judicial como medida para evitar a falência. Ela apresenta um plano de pagamento que pode prever prazos e condições especiais para quitar os débitos.

Todos os credores são reunidos em uma assembleia para votar o documento. Eles podem vetá-lo ou aprová-lo, na íntegra ou com alterações.

O processo é acompanhado de perto pelo Judiciário, que nomeia uma empresa ou consultor como administrador judicial, que irá enviar relatórios sobre o andamento do processo e depois, caso seja aprovado o plano, ajuda a fiscalizar seu cumprimento.

No caso da Pinesso, segundo o grupo, as dívidas estão concentradas na aquisição de insumos e contratos de fornecimento de commodities. A recuperação judicial, segundo eles, é uma forma de proteger os ativos, manter os empregos e superar a crise.

Os problemas da companhia surgiram em meados de 2012, quando houve excesso de chuvas nas lavouras do Mato Grosso e Piauí. Desde então a empresa enfrentou alterações relevantes nos custos de produção, variação do preço das commodities no mercado internacional e aumento da taxa de juros bancários".

Conforme matéria do Valor Econômico, a família Pinesso detém 12 fazendas e área de 110 mil hectares, divididos entre soja, milho, algodão e sorgo. O faturamento anual da empresa chega a R$ 550 milhões.

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