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Economia

Por discórdia salarial mercados podem ficar sem empregados no feriado

Luciana Brazil | 08/08/2014 13:13
Idelmar diz que espera bom senso e sensibilidade dos empresários. (Foto: Assessoria /Sindicat0
Idelmar diz que espera bom senso e sensibilidade dos empresários. (Foto: Assessoria /Sindicat0

O impasse entre os sindicatos trabalhista e patronal, em Campo Grande, que desde março discordam sobre reajuste salarial dos empregados de supermercados, pode, pela primeira vez, por falta de funcionários, deixar estes estabelecimentos fechados no próximo dia 26 de agosto, aniversário da cidade e feriado municipal. Se até lá não houver acordo entre as partes, o Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande não descarta a possibilidade de pedir na justiça, por meio de liminar, que os funcionários sejam obrigatoriamente liberados do trabalho no aniversário da cidade.

Depois de sete tentativas de negociação sem sucesso - que já dura cinco meses-, a entidade impetrou dissídio coletivo junto ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho), obrigando a Justiça a intermediar a transação. Uma mesa de negociação já está confirmada para o dia 3 de setembro, segundo o Sindicato dos Empregados.

“Nós não descartamos a possibilidade de impedir a abertura no feriado. Se não houver acordo, vamos pedir que, por meio de uma liminar, os supermercados fiquem fechados, ou pelo menos não podem obrigar os funcionários a trabalhar. Nós esperamos sensibilidade por parte dos empresários”, disse o presidente do Sindicato Idelmar da Mota Lima.

Ele explica ainda que, por lei, é proibido obrigar os funcionários a trabalhar no feriado, mas por meio de acordo entre as partes, isso acontece naturalmente no comércio. "Nós não podemos impedir que o supermercado abra as portas, mas podemos intervir pelo funcionário. Se o dono quiser abrir e funcionar, não podemos fazer nada".

Dos 12% de reajuste reclamados pela categoria, os empresários ofereceram apenas 6,5%. Entre as melhorias solicitadas, estão ainda auxílio creche e vale alimentação. Desde a data base do ano passado, dia 1° de abril, os funcionários que desempenham a função de caixa recebem R$ 767,00 mais 10% deste valor, totalizando R$ 843,00. Para os comissionados, o salário é de R$ 864,00 e os empacotadores recebem R$ 697,00. Cargos que exigem qualificação técnica recebem valores específicos combinados antecipadamente entre funcionário e empresa.

"Nós tentamos negociar e baixamos o reajuste para 8%, mas não houve aceitação", disse.

Em Campo Grande, são aproximadamente 12 mil empregados. De acordo com Idelmar, a categoria sempre recebeu aumento real, acima da inflação. “Mas desta vez eles estão alegando baixo lucro. Mas o setor alimentício é o que mais cresce no pais”, disse o presidente.

Só nos primeiros cinco meses deste ano, de janeiro a maio, foram registradas 1.190 baixas de funcionários com mais de um ano de serviço, o que, segundo Idelmar, significa a insatisfação dos empregados do setor com os salários. “Além disso, o déficit é grande e existe dificuldade para contratar”, salienta.

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