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Economia

Problema de Campo Grande não é a receita, mas a despesa, diz secretário

Antonio Marques | 14/09/2015 18:26
Gráfico apresentado hoje durante apresentação de balanço por Bernal (Foto: Antonio Marques)
Gráfico apresentado hoje durante apresentação de balanço por Bernal (Foto: Antonio Marques)

Com o 14º maior orçamento entre as 50 maiores cidades do país, o problema financeiro que deixou a prefeitura de Campo Grande com um rombo de R$ 34,2 milhões mensais, não é a queda na receita, mas o aumento das despesas, afirmou o titular da Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle), Disney Fernandes, na manhã de hoje, durante a demonstração do balanço financeiro do município.

Conforme os dados apresentados pelo secretário, o gráfico de receita e despesa realizada entre 2012 a 2014 demonstrou uma evolução considerável nas despesas, principalmente no ano passado. Disney Fernandes explicou que os números mostram como ficou o caixa da prefeitura no final do ano. “Se o prefeito cumpriu o princípio básico de um administrador, de não gastar mais do que arrecadar”, descreveu no relatório.

No último ano da gestão de Nelson Trad (PMDB), a relação entre receita e despesa realizada teria apresentado um resultado negativo de R$ 3,63 milhões. Esse valor teria melhorado no final de 2013, na gestão de Alcides Bernal (PP), e ficado em R$ 39,9 milhões positivo. Porém, no final de 2014, já na administração de Gilmar Olarte (PP), esse valor teria alcançado R$ 78 milhões negativo.

Seguindo a análise dos números apresentados, Nelson Trad teria gastou R$ 3,6 milhões acima do que havia arrecadado em 2012. Já Bernal teria economizado no final de 2013 R$ 39,9 milhões; enquanto Gilmar Olarte extrapolou o orçamento no final do ano passado, gastando acima da arrecadação R$ 78 milhões, ou seja, ele já iniciava 2015, com saldo negativo, sob “total descontrole dos gastos públicos”, sinalizado pelo titular da pasta do Planejamento.

Segundo os dados da prefeitura, neste mesmo período houve aumento da receita, evoluindo de R$ 2,34 bilhões (2012), para R$ R$ 2,38 bilhões (2013) e R$ 2,66 bilhões (2014). Enquanto a despesa realizada no ano ficou em R$ 2,35 bilhões (2012); caindo para R$ 2,34 bilhões (2013); e subindo para R$ 2,74 bilhões (2014).

Disney Fernandes destacou que as receitas tiveram evolução nestes anos, contrariando as informações da gestão de Gilmar Olarte que diziam que havia queda considerável na receita. Ele lembrou que em março de 2014, quando Alcides Bernal foi cassado foi deixado um saldo nas contas da prefeitura no valor de R$ 301.451.611,01.

Outro fato observado a partir de março de 2014 é que a média das despesas que, antes dificilmente ultrapassava a marca dos R$ 100 milhões menais; passou superar fácil esse valor, chegando a picos de R$ 151 milhões em outubro de 2014; 216,2 milhões em dezembro de 2014 (incluso o pagamento de 13º salário); e R$ 187,8 milhões em março de 2015.
Esses valores acima da média não foram explicados pelo atual titular da Seplanfic. O fato é que em agosto o déficit da prefeitura foi de R$ 34,2 milhões e, para setembro, a estimativa é que esse rombo nas contas chegue a R$ 158,6 milhões.

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