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Economia

Protesto de professores atravanca votação de reajuste do IPTU

Caroline Maldonado, Michel Faustino e Kleber Clajus | 06/11/2014 11:05
(Foto: Marcelo Calazans)
(Foto: Marcelo Calazans)

Com o protesto que marca o início da greve de professores da rede municipal hoje (6) na Câmara Municipal de Campo Grande, a votação do reajuste do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) prevista para está manhã foi adiada. A previsão, segundo o vereador Edil Albuquerque (PMDB) é que a proposta de aumento de 18% seja votada na próxima terça-feira (11).

O protesto que reúne mais de 1200 professores pelo pagamento imediato de reajuste salarial de 8,46%, mobilizou até equipe da Guarda Municipal, impedindo o início da programação da Câmara. O vereador Flávio César (PtdoB), ameaçou cancelar os trabalhos, caso os manifestantes não fizessem silêncio. Em seguida, os parlamentares começaram a discutir o reajuste dos professores e Edil informou que o aumento do IPTU não seria votado.

Embora a votação tenha sido adiada por conta do protesto, Edil admitiu que há “necessidade da bancada avaliar o reajuste do IPTU”. Segundo o vereador, ainda “não há entendimento interno e tem que ter prazo para tramitar nas comissões”. “Temos outros projetos do executivo a frente e o final de semana para conversar”, disse.

Reajuste dos professores - O vereador falou ainda que o reajuste pode ser criticado pela sociedade, mas é necessário. “Estamos trabalhando para recuperar valores. A sociedade não gosta de aumento, mas é o mínimo. A populção tem de analisar que também precisa cobrar um serviço mais presente”, ponderou.

“No caso do professores, o prefeito foi à São Paulo em busca de recursos junto a Águas Guariroba para pagar o reajuste dos professores. Para a administração pública, muitas vezes, surgem buracos que não estavam previstos. A administração não conta com a antecipação de problemas”, afirmou.

O vereador Paulo Pedra (PDT), por sua vez, atacou o prefeito, dizendo que o administrador voltou atrás quanto ao que já havia prometido. “Os professores deveriam se organizar e, se for o caso, pedir a cassação do mandato do Olarte. Devemos parar tudo que esta sendo discutido hoje para que essa questão seja revolvida. Os professores não podem continuar vivendo esse dilema”, disse.

Os professores rebatem as informações divulgadas Semad (Secretaria Municipal de Administração), com base nos dados da folha de pagamento do magistério, apontando que os professores da rede municipal com curso superior têm atualmente uma média salarial de aproximadamente R$ 2,9 mil.

Professores lotaram plenário da Câmara Municipal (Foto: Marcelo Calazans)
Professores lotaram plenário da Câmara Municipal (Foto: Marcelo Calazans)
Professores pedem cumprimento de lei (Foto: Marcelo Calazans)
Professores pedem cumprimento de lei (Foto: Marcelo Calazans)

De acordo com a professora Alessandra Davila, a informação é equivocada. “Eu sou PH-3, ou seja tenho especialização e ganho R$ 2.500, abaixo do valor que o secretário está alegando que paga para quem tem graduação. Hoje o que está em questão não é nem plano de carreira, se o professor ganha mil ou 2 mil e sim o cumprimento do pagamento integral do reajuste”, contestou.

A primeira proposta anunciada pelo prefeito Gilmar Olarte foi de pagar na folha de dezembro o reajuste retroativo a outubro e novembro, mas ontem (5) a tarde ele teve nova reunião com representantes do ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), e voltou atrás afirmando que não tem recurso para pagar dessa forma.

No domingo (2), o prefeito havia dito que pagaria o salário dos educadores até o dia 30 de novembro com recursos de uma outorga com a empresa Água de Guariroba. O reajuste para os professores terá impacto de R$ 3,3 milhões na folha de pagamento, ampliando o comprometimento da prefeitura com gastos de pessoal de 48,7% para 49,21%.

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