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Economia

Reajuste do salário mínimo em MS terá impacto de R$ 689 milhões

Luciana Brazil | 10/09/2013 09:10
Comércio deve ser beneficiado com aumento de salário mínimo (Foto: Marcos Ermínio)
Comércio deve ser beneficiado com aumento de salário mínimo (Foto: Marcos Ermínio)

A previsão do reajuste de 6,62%, que aumentará o salário mínimo de R$ 678 para R$ 722,90, a partir de janeiro do ano que vem, deve impactar na economia de Mato Grosso do Sul em mais de R$ 689 milhões por ano. Em Campo Grande, o impacto alcançará mais de 237 milhões em 12 meses. Com o reajuste, cada trabalhador receberá mensalmente R$ 44,90 a mais no salário.

O reajuste, esperado todo ano e já consubstanciado em lei, traz mais aspectos positivos do que negativos, segundo o presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso do Sul, Ricardo Senna.

Aumentar o poder de compra e movimentar a economia são alguns dos pontos positivos do aumento do salário. “O resultado disso é a nova classe C que viaja de avião e está consumindo novos produtos. Todo mundo está comprando tablet, smartphone”, frisa Senna. O economista lembra ainda que o governo tem tentado nos últimos anos dar ganho real ao trabalhador.

“Aumentando o salário mínimo acima do valor da inflação do ano anterior ao que o reajuste irá vigorar, o governo aumenta o poder de compra dos brasileiros. Isso significa que a renda dele aumentou”.

De acordo com o IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística), em 2010, 1,180 milhão de trabalhadores recebiam o salário mínimo no Estado. Na Capital, 407 mil recebem um salário mínimo por mês.

Ainda de acordo com a mesma tabela do IBGE, em 2010 cerca de 350 mil pessoas recebiam até um salário mínimo e mais de 9 mil recebiam até 20 salários. Em Campo Grande, 96 mil trabalhadores recebiam um salário e mais de 5 mil ganhavam mais de 20 salários.

Fazendo uma conta rápida, é possível ter uma noção do valor a mais que será pago por empresas, prefeituras e outros pagadores.

A faxineira gosta, mas como a maioria reclama do valor do reajuste. (Foto:Marcos Ermínio)
A faxineira gosta, mas como a maioria reclama do valor do reajuste. (Foto:Marcos Ermínio)

No dia 29 de agosto, a ministra do Planejamento Miriam Belchior anunciou o reajuste, que começa a valer a partir do 1° de janeiro de 2014, depois de ser votado pela Câmara e pelo senado.

Já os aspectos negativos ficam restritos aos municípios e à previdência, segundo Senna. “Sabemos que os municípios estão com dificuldades financeiras, conforme a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). Mas também se houver aumento da arrecadação e se os prefeitos fizerem uma boa gestão, com corte de gastos e remanejamento de recursos, isso pode ser controlado", prevê.

Na carteira - O reajuste é sempre bem-vindo, claro. Mas a reclamação entre os trabalhadores é sempre a mesma. O valor. “É muito pouco. Não dá para muita coisa, mas qualquer coisa que vem já ajuda a melhor, mesmo que pouco”, ressaltou o mecânico Silvio Portela, 38 anos.

“Ajuda, vixe! É melhor do que estamos ganhando agora. Mas não é muita coisa. É sempre assim. Quero ver no dia que o aumento fará realmente diferença na nossa vida”, disse a faxineira Josefá Santana, 68 anos.

O reajuste de pouco mais de R$ 40 parece pouco, mas segundo a vendedora Janaína Fontes, 26 anos, ajuda, e muito, nas finanças da família. “É pouco, mas se a gente parar para pensar, é uma comprinha básica no mercado, ou uma ida ao salão de beleza, ou ainda uma conta de telefone. Se calcularmos esse valor por ano, é bem-vindo sim. Claro que seria muito melhor se fosse mais, mas não vou reclamar”, conclui.

O reajuste pode mudar, já que a fórmula considera o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) do ano anterior, que foi de 0,9% em 2012, mais a inflação calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). 

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