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Economia

Reajuste em remédios já está valendo, mas pesquisar garante preço antigo

Caroline Maldonado | 01/04/2016 11:23
Algumas farmácias pretendem segurar o reajuste até a semana que vem (Foto: Marcos Ermínio)
Algumas farmácias pretendem segurar o reajuste até a semana que vem (Foto: Marcos Ermínio)

O reajuste de até 12,5% sobre os preços dos medicamentos ja está valendo desde ontem (31) e começa a ser repassado para os consumidores, mas quem tem disposição para pesquisar ainda encontra preços congelados nas farmácias do Centro de Campo Grande. O aumento representa quase o dobro do aplicado no ano passado, que foi de até 7,7%.

Os preços dependem também das promoções. Como dessa vez o reajuste veio com tudo, a gerência da Drogaria Farmais resolveu segurar o repasse e deve alterar a tabela para o cliente apenas na segunda-feira (4). A ideia é não assustar o consumidor, segundo o gerente da loja da Avenida Afonso Pena, esquina com Rua 14 de Julho, José Augusto Borges.

“Há medicamentos que o laboratório já repassou ou aumento e eu poderia subir o preço hoje, mas vou fazer isso somente no início da semana que vem, porque foi um reajuste muito alto este ano, bem maior que o de 2015. Acredito que a maioria das farmácias farão o mesmo”, comentou o gerente sobre o percentual autorizado pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).

Na Farmácia do Trabalhador Brasileiro, os preços também são os mesmos hoje, conforme garante a gerência. “O aumento só será repassado assim que fizermos novo pedido, na próxima quarta-feira, dia 6. Até agora, não fomos informados ainda pelos laboratórios de qual deve ser o valor reajustado para cada medicamento”, explicou o gerente da unidade da Rua 14 de Julho, esquina com 15 de Novembro, Thiago Bochas.

Outras duas farmácias do Centro informaram que ainda não fizeram reajuste e não têm como prever qual o percentual que será repassado aos clientes, pois a determinação vem da rede. A alta da energia elétrica e as variações no câmbio foram os fatores que mais pesaram na alteração determinada para este ano. Apesar de algumas drogarias manterem os preços hoje, os consumidores não poupam na reclamação, em especial os idosos, que não têm muita disposição para pesquisar e percebem também que as promoções alteram muito os valores.

Com despesa mensal média de R$ 150 só com medicamento, Diva Andrade não se anima a pesquisar preços (Foto: Caroline Maldonado)
Com despesa mensal média de R$ 150 só com medicamento, Diva Andrade não se anima a pesquisar preços (Foto: Caroline Maldonado)

“Não adianta procurar lugar mais barato, porque muda muito. A única coisa a fazer é vir comprar no Centro, porque no bairro é muito mais caro. É um absurdo esse aumento. Deveria subir, no máximo, 2% ou 3%”, comenta o aposentado Auralino Sampaio, 82 nos, que gasta cerca de R$ 120, por mês, com remédios para pressão alta e osteoporose.

Com despesa mensal média de R$ 150 só com medicamento, a cuidadora de idosos, Diva Andrade, 60 anos, também não se anima a pesquisar. “Não estava sabendo desse aumento, mas vai ser terrível, porque já está caro demais, não sei como vai ser. Eu compro para mim e para família toda”, lamenta.

Pesquisa – Para não espantar os clientes, as drogarias fazem promoções periódicas e a diferença chega a derrubar o preço pela metade. Remédio muito procurado para tratar diabetes, o genérico Cloridrato de Metformina, de 30 cápsulas e 850 miligramas, sai por R$ 8,55 na Farmácia do Trabalhador e custa R$ 4,00 na Farmais. Para controlar a pressão, o Losartana Potássica, com 30 cápsulas e 50 miligramas, é vendido por R$ 8,99 na primeira e por R$ 4,58, na segunda drograria.

José Augusto, da Farmais, explica que esses remédios de uso contínuo têm um valor de tabela baixo e podem ser feitas promoções, portanto o consumidor deve ficar atento para encontrar preços menores. “Acredito que esse tipo de medicamento não deve subir muito com esse reajuste, mas temos que esperar para ver como será esse ano, pois se a inflação continuar assim, pode ser que os laboratórios não suportem subir o preço somente uma vez no ano”.

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