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Economia

Sem mão de obra, indústria deve sofrer com demanda para o fim de ano

Luciana Brazil | 08/09/2013 07:02
Containers serão usados como sala de aula em programa de qualificação gratuita. (Foto: Marcos Ermínio)
Containers serão usados como sala de aula em programa de qualificação gratuita. (Foto: Marcos Ermínio)

Com a criação de mais de 60 mil postos de trabalho nos últimos 10 anos em Campo Grande, segundo dados da Prefeitura, o mercado sofre com falta de mão de obra. Em 2003, existiam 137.252 empregos na Capital, e hoje já são mais de 198 mil funcionários com carteira assinada e muitas vagas ainda abertas.

No setor das indústrias do vestuário, o déficit chega a 600 trabalhadores, segundo o presidente do Sindivest (Sindicato das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de Mato Grosso do Sul), José Francisco Veloso.

A expectativa é que com a proximidade do fim do ano, quando as vendas começam a ficar aquecidas, o setor faça novas contratações, e sofrerá ainda mais com a ausência de mão de obra, segundo Veloso.

“Se houvesse gente para trabalhar eles seriam contratados. E não é falta de treinamento é falta de gente mesmo. Nessa época do 'pré' fim de ano, as empresas começam a vender porque as roupas precisam estar nas lojas até novembro. Então, a expectativa é que nessa época o déficit caia com as novas contratações”.

Falta mão de obra e sobram vagas em vários setores da Capital. Por conta disso, muitas empresas passam a contratar funcionários sem experiência, como diz o presidente da Amas (Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados), Adeilton do Prado.

“Falta gente, mas tem muita oferta de emprego”, ressalta. O “boom” de novas empresas contribuiu, segundo ele, para a situação atual do mercado. “Abriram muitas empresas e não tem mão de obra. De um ano pra cá, o déficit piorou e a tendência não é melhorar”.

Ele acredita qu ausência de qualificação também ajude a aumentar o déficit no mercado, mas não é o principal motivo porque as contratações acontecem mesmo assim. “Na falta de mão de obra, eles estão contratando gente sem experiência. Temos 200 vagas para operador de caixa. Também tem vagas para açougueiro, para repositor, para todas as áreas”.

Engrossando o discurso, o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, Idelmar da Mota Lima, lembra que o mercado está constantemente contratando. “Mais se contrata do que se demite”.

No comércio, 10% do efetivo total, que é de 40 mil funcionários, deverão ser contratados em outubro para as vendas de fim de ano. Serão cerca de quatro mil funcionários temporários que vão trabalhar até dezembro. Muitos deles têm a chance de serem efetivados.

“O que dificulta também as contratações são as cargas de trabalho. Muitos não querem trabalhar no fim de semana, ou querem estudar e não querem ficar até depois das 18 horas”, enfatiza.

A dificuldade do mercado é sentida na pele pelo empresário Gilmar Gonçalves Caixeta, 32 anos. “Há pelo menos três meses tento contratar alguém para fazer instalação de som, mas não consegui até agora”.

Além de faltar mão de obra, Gilmar diz que alguns candidatos querem contar vantagem na hora de arrumar o emprego. “Alguns dizem que sabem mais do que realmente sabem. É difícil. Muitas vezes o serviço também é ruim”.

Senai: Para diminuir a falta de treinamento no Estado, o Senai adquiriu recentemente 80 containers que serão utilizados como salas de aula em programas de qualificação gratuita. Destes, 21 têm capacidade para 40 alunos, enquanto 14 poderão receber 20 alunos cada. Cinco conteineres vão servir de laboratórios de informática com capacidade para 16 alunos cada um.

Outros 10 containers são multifuncionais, servindo tanto para sala de aula, quanto para laboratório, e os 30 restantes funcionarão como almoxarifados.

A intenção, segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, é levar os containers salas de aula para os 46 municípios contemplados com cursos oferecidos no âmbito do Senai Educa. Neste ano serão disponibilizados cerca de 55 mil vagas em 260 cursos gratuitos.

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