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Economia

Sequência de assaltos gera prejuízo e impede crescimento de empresas

Mariana Rodrigues | 28/05/2015 18:29
Vários estabelecimentos tiveram que reforçar a segurança com grades, cadeados e câmeras de segurança. (Foto: Fernando Fernandes)
Vários estabelecimentos tiveram que reforçar a segurança com grades, cadeados e câmeras de segurança. (Foto: Fernando Fernandes)

Cerca de 90% dos empresários do bairro Universitário e região, em Campo Grande, apontam a falta de segurança pública como o principal motivo de não se desenvolverem economicamente. A maioria deles reclama das constantes ondas de assalto e dos gastos com segurança privada para conseguir manter suas empresas longe dos ladrões. Em alguns estabelecimento, os prejuízos já somam R$ 5 mil.

Clizeudo Nóbrega Silva, 46 anos, é proprietário de um supermercado no bairro Itamaracá há seis anos e já foi assaltado 10 vezes. Ele amarga prejuízo de R$ 5 mil, mas disse que isso é pouco em vista de outros empresários que chegaram a falir por conta dos assaltos.

Para tentar reduzir as chances de seu estabelecimento ser alvo de novos assaltos, ele  decidiu investir em equipamentos de seguran. Só em monitoramento interno gastou R$ 40 mil, fora os gastos mensais de R$ 2 mil com segurança privada e outros R$ 2,5 mil com equipamentos para seu veículo.

De todas as vezes que foi assaltado, em apenas duas o comerciante registrou boletim de ocorrência. "Não adianta chamar a polícia porque não resolve o problema. Fiz o boletim duas vezes, os policiais vieram no meu estabelecimento, mas nada se resolveu até agora", conta Clizeudo.

Mesmo passando por essa situação, ele afirma nunca ter pensado em fechar ou mesmo se mudar para outro local. "Mesmo tendo uma grande despesa com segurança, pois tenho um mercado de porte médio na região". Para Silva, o maior problema é o emocional, que fica abalado depois dos assaltos que sofreu. "Foram todos a mão armada, inclusive em alguns até clientes tiveram seus pertences levados, o que fica é o medo e o abalo emocional".

Uma pesquisa entre os comerciantes apontou que 90% não se desenvolve devido a falta de segurança. (Foto: Fernando Fernandes)
Uma pesquisa entre os comerciantes apontou que 90% não se desenvolve devido a falta de segurança. (Foto: Fernando Fernandes)

Outro caso é de Eloi Chiodi, 42 anos, que tem uma empresa de eletroeletrônicos e acessórios para carro. Ele diz que foi assaltado na rua e os bandidos levaram mais de R$ 1 mil que seria para pagar um fornecedor. "Eu fui assaltado às 8 horas da manhã, em via pública", comentou. Por conta disso, ele teve que mudar radicalmente o horário de atendimento em sua loja, agora ele abre somente enquanto há movimento e antes que escureça, as portas já estão fechadas.

"Me sinto inseguro, mas não sou só eu, outros empresários estão fazendo o mesmo". Por conta da mudança de horário, o fluxo de clientes diminuiu, e isso tem gerado prejuízo que chega a 30%, conforme o empresário.

De acordo com Eloi, o medo se alastrou por todos os empresários da região, e também atinge amigos e vizinhos. "Tem uma amiga cabeleireira que faliu em menos de cinco minutos. Ela perdeu R$ 50 mil em produtos e uma caminhonete nova. Os bandidos prenderam ela e a filha dentro de casa. Ela teve que ser socorrida por um chaveiro que mora perto".

Alexandre Fonseca Moreira, dono de um escritório de publicidade, classifica a situação no bairro como complicada devido as constantes ondas de assaltos. "Estamos tentando mobilizar a população para criar um Conselho de Segurança Comunitário para ver se melhora a questão dos assaltos", disse.

Eloi Chiodi, 42 anos, foi assaltado na rua no momento em que ia pagar um fornecedor. (Foto: Fernando Fernandes)
Eloi Chiodi, 42 anos, foi assaltado na rua no momento em que ia pagar um fornecedor. (Foto: Fernando Fernandes)

Solução - A ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande), realizou uma pesquisa entre os comerciantes e apontou que 90% não se desenvolve devido a falta de segurança nos bairros. Para tentar solucionar o problema, a ACICG juntamente com os empresários, Polícia Militar e Polícia Civil , promovem uma reunião para tentar encontrar uma forma de resolver o problema dos comerciantes do bairro Universitário e região.

"Não esperávamos que a falta de segurança fosse o principal ponto apontado para o não crescimento desses empresários. Isso pegou a Associação de surpresa, pois o comércio se fortalecendo na periferia tem suas vantagens", disse Moacir Pereira Junior, gerente da ACICG.

A reunião ocorre nesta quinta-feira (28), às 19 horas na igreja Santa Rita de Cássia, localizada na rua João Maiolino, 306, no bairro Universitário.

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