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Economia

Sicredi Brasil Central projeta crescimento de 38% em 2013

As cooperativas de crédito crescem mais do que os bancos, e a Central da Sicredi, sediada em Campo Grande e com atuação em três Estados, participa desse crescimento; em entrevista ao Campo Grande News, o presidente Celso Figueira fala sobre os planos de expansão

Carlos Martins | 13/01/2013 09:24
Celso Figueira: "missão do Sicredi é investir nos lugares onde atua" (Foto: Luciano Muta)
Celso Figueira: "missão do Sicredi é investir nos lugares onde atua" (Foto: Luciano Muta)

Dados do Banco Central publicados recentemente pelo jornal Valor Econômico mostram que as cooperativas de crédito estão crescendo no País mais do que os bancos. Em setembro do ano passado, o segmento ultrapassou a marca histórica de R$ 103,15 bilhões em ativos. Nesse contexto, o Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), que opera atualmente em 10 Estados, inclusive em Mato Grosso do Sul, ocupa papel de destaque, atingindo hoje 2,7% da movimentação financeira nacional, calculada em R$ 5,157 trilhões.

Com a missão de fomentar a economia nos locais onde se faz presente, a Central Sicredi Brasil Central, que abrange os Estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins, e tem a sede em Campo Grande (MS), projeta um crescimento de 38% em 2013. Diferentemente do banco convencional, o sistema faz com que os associados contribuam para o desenvolvimento econômico e social das regiões onde vivem, porque os recursos das cooperativas de crédito, provenientes das cotas dos associados, e daquilo que é captado no mercado, são investidos na própria comunidade onde a unidade está instalada, além proporcionar uma melhoria de vida para o sócio e sua família, já que ao final de cada exercício ele obtém um retorno financeiro por meio dos dividendos.

Em entrevista ao Campo Grande News, o presidente da Central Sicredi Brasil Central, Celso Figueira, fala sobre os projetos de expansão do sistema e da importância da instituição nas regiões onde atua. Gaúcho de Cruz Alta (RS), o presidente da Central é formado em Direito e tem MBA de Administração em Empresas Cooperativas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele vive e respira cooperativismo desde 1977 quando chegou ao Estado para trabalhar como técnico agrícola em cooperativas de produção prestando assistência às lavouras. Ao se associar a uma cooperativa de crédito, ele começou a assumir responsabilidades e hoje é um dos comandantes do sistema.

Acompanhe, a seguir, os principais trechos da entrevista:

"Nos últimos três, quatro anos, temos feito expansão para outros Estados" (Foto: Luciano Muta)
"Nos últimos três, quatro anos, temos feito expansão para outros Estados" (Foto: Luciano Muta)

Campo Grande News - Qual é a origem do Sicredi em Mato Grosso do Sul, como nasceu o sistema?

Celso Figueira - Aqui em Mato Grosso do Sul é uma história interessante. Com o advento do presidente Fernando Collor [de Mello], decidiu-se fechar o Banco Nacional de Crédito Cooperativo [BNCC – extinto em março de 90], e quando Collor disse que não teria mais o banco cooperativo, as cooperativas ficaram sem pai e sem mãe e quase desapareceram do Brasil. As cooperativas de crédito só existiam no Rio Grande do Sul, algumas no Paraná, uma meia dúzia em Minas Gerais. Então algumas cooperativas no Rio Grande do Sul começaram a se reorganizar em forma de sistema, ressurgindo das cinzas. É preciso lembrar que o embrião do Sicredi remonta ao ano de 1902, quando foi criada em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, a primeira cooperativa de crédito no Brasil. Com o passar do tempo surgiu a Cocecrer [Cooperativa Central de Crédito do Rio Grande do Sul] depois evoluiu e surgiu o Sicredi, Sistema de Crédito Cooperativo, que á a marca que está aí e está solidificada no Brasil todo. A partir desse momento se criou a possibilidade de saírem do Rio Grande do Sul e avançaram para o centro do País. Começaram a chegar a Mato Grosso do Sul em 1995 por conta das cooperativas de produção que aqui já estavam estabelecidas e tinham a necessidade de ter um braço financeiro. Por meio das cooperativas de crédito elas poderiam ter um apoio financeiro para os produtores financiarem suas atividades agrícolas.

Campo Grande News - Como ocorreu a reestruturação que culminou com a montagem do sistema Sicredi no Estado?

Celso Figueira - Em Mato Grosso do Sul foram criadas nove cooperativas. Logo no início, para ganhar em escala, houve a necessidade de fazer fusões, incorporações. A partir daí as cooperativas começaram a se solidificar em várias regiões do Estado. O ano de 1997 foi o marco da reestruturação quando criamos um planejamento estratégico para definir o que queríamos. Implantamos e solidificamos novas cooperativas em Dourados, Ponta Porã, Maracaju, Rio Brilhante, Caarapó, todas no sul do Estado onde a agricultura era mais forte. Feito isso, começamos a pensar na expansão, na abertura do mercado. Criamos cooperativas em Campo Grande, Chapadão do Sul, São Gabriel do Oeste, na divisa do Estado, em Paranaíba. É o inicio do sistema Sicredi no Estado. Decidimos trabalhar muito fortemente em um sistema onde todas as cooperativas utilizassem a mesma marca, o mesmo produto, o mesmo serviço, o mesmo estatuto social, o mesmo estilo de governança, o mesmo controle do seu negócio por meio de uma central que atuasse em nome do Banco Central, fazendo a fiscalização das cooperativas, obedecendo às normas externas e internas. Nos últimos três, quatro anos, temos feito expansão para outros Estados.

Campo Grande News - Qual o tamanho do sistema em Mato Grosso do Sul?

Celso Figueira – O Sicredi tem 150 mil associados no Estado. São cinco cooperativas: em Dourados, Maracaju, São Gabriel do Oeste e duas em Campo Grande. Funcionam no Estado 45 unidades e um posto de atendimento avançado em Corguinho. Campo Grande tem sete unidades, Dourados três, e as demais estão em mais 35 cidades. Em 2013, o planejamento prevê unidades em Corumbá, Miranda, Fátima do Sul e estão em estudo unidades em Bataguassu e Deodápolis. Também recebemos autorização do Banco Central para instalar uma unidade no Distrito Federal. Creio que não será nesse ano, primeiro vamos conversar, se preparar, achar a forma de entrar em Brasília. Talvez seja numa cidade satélite. Nossa Central abrange, além de Mato Grosso do Sul, os estados de Goiás e Tocantins e chegamos também na Bahia, onde temos uma unidade no município de Luiz Eduardo Magalhães.

Campo Grande News - Quais são as perspectivas de crescimento do Sicredi para 2013?

Celso Figueira – Nos últimos anos o crescimento tem sido de35% a 36%. Para 2013 a meta é crescer 38% em relação ao ano passado. O número parece um pouco grande, mas se analisarmos os dados, a cooperativa de crédito no Brasil cresceu mais que o sistema financeiro convencional.

Campo Grande News - O que as cooperativas de crédito representam dentro do sistema financeiro nacional?

Celso Figueira - As cooperativas de crédito têm mais de seis milhões de associados e empréstimos e financiamentos cresceram mais de 600% nos últimos dez anos e representam hoje 2% de todas as operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional. Os números do Banco Central mostram que os ativos das cooperativas de crédito superaram em setembro do ano passado R$ 103 bilhões. São mais de 5 mil postos de atendimento ficando atrás apenas do Banco do Brasil e do Bradesco. O ritmo de crescimento do cooperativismo tem sido mais forte que o conjunto do sistema financeiro nacional.

Campo Grande News – E dentro deste contexto, como se insere o Sicredi?

Celso Figueira - O Sicredi tem R$ 30 bilhões em ativos, o que representa 29% dos ativos de todas as cooperativas de crédito do País [R$103,15 bilhões]. Atinge hoje 2,7% da movimentação financeira nacional e devemos atingir 3% nos próximos anos. O sistema está presente em dez Estados brasileiros [RS, SC, PR, SP, MS, MT, GO, RO, PA, TO]. São 116 cooperativas, mais de 1.200 unidades de atendimento e mais de dois milhões de sócios.

"Sicredi tem hoje R$ 30 bilhoes em ativos" (Foto: Luciano Muta)
"Sicredi tem hoje R$ 30 bilhoes em ativos" (Foto: Luciano Muta)

Campo Grande News - Os dados do Banco Central divulgados pelo jornal Valor Econômico mostram que o número de cooperativas que era de 1.427 no final de 2007 caiu para 1.231 em setembro do ano passado. São 196 cooperativas a menos. Faz parte da estratégia de crescimento essa redução?

Celso Figueira - Exato. A estratégia de se diminuir o numero das cooperativas por meio de fusões, incorporações, ou porque desistiram de operar, tem relação direta com a diminuição de custos. Se ganha em escala, se diminui os riscos, melhora a governança. Em Mato Grosso do Sul em 2012 fizemos duas incorporações. Diminuímos o número de cooperativa em duas e aumentamos nosso número de unidades de atendimentos como chamamos. Tínhamos uma sede de cooperativa em Dourados e outra sede em Ponta Porã. Juntamos as duas e ficou uma só, em Dourados, que aumentou o número de unidades na região da fronteira. Essa é uma prática que está ocorrendo no Brasil inteiro. Aqui na Capital, a Sicredi Campo Grande incorporou a Sicredi Jurídica, que é a cooperativa dos promotores públicos, da carreira jurídica.

Campo Grande News - Qual o foco do Sicredi?

Celso Figueira - Nosso foco são as pessoas jurídicas, o pequeno e médio empreendedor e todas as pessoas físicas. Em junho de 2003 uma resolução do Conselho Monetário Nacional permitiu a livre admissão de associados às cooperativas de crédito.

Campo Grande News - Como é à entrada do asociado no sistema?

Celso Figueira - Cada cooperativa define no seu estatuto quanto é o valor mínimo da integralização. Aqui em Campo Grande gira em torno de 300 reais. O dinheiro é seu, a integralização representa a condição de você se tornar sócio. O dia que você não quiser mais participar da sociedade, vai lá e retira o dinheiro com os dividendos. Até o mês de abril de cada ano, por força da lei, a cooperativa tem que fazer sua assembleia geral e publicar o balanço em jornal, convocar o sócio e fazer a demonstração das atividades durante o ano. Caso o resultado seja positivo, os sócios decidem o que fazer. Entre as decisões o sócio pode decidir que a sobra, o lucro, pode ser dividido, ou pode resolver que seu lucro, sua parte, seja incorporada à sua cota de capital aumentando sua participação na sociedade.

Campo Grande News - Qual o peso do Sicredi para o desenvolvimento econômico e social?

Celso Figueira – As sociedades, por meio de cooperativas, operam para que a comunidade onde esteja inserida a cooperativa tenha os benefícios do sistema cooperativo. E obrigatoriamente todos os recursos que circulam dentro da cooperativa e os seus resultados têm que ser investidos dentro da comunidade. Esta e a grande diferença do sistema convencional. Se produzirmos algum resultado em qualquer uma das cidades onde estamos inseridos, e vamos ter que reinvestir esses recursos lá na cidade, significa que eu, sócio da cooperativa, estou colocando no meu bolso alguma coisa da sobra desta atividade. Estou agregando ao meu trabalho, minha atividade principal, alguma sobra deste resultado que a cooperativa está produzindo. Por isso, se tem dito que o IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] das cidades onde tem cooperativa é maior do que daquelas que não tem. Porque melhora a condição de vida. Tenho um pouquinho mais de dinheiro, gasto mais no mercado, gasto mais com restaurante, dou mais beneficio para minha família. A grande inserção do negócio é exatamente esse.

Redução das taxas de juros: "já estamos fazendo isso há muito tempo" (Foto: Luciano Muta)
Redução das taxas de juros: "já estamos fazendo isso há muito tempo" (Foto: Luciano Muta)

Campo Grande News - No sistema convencional, você deposita e se não aplicar o teu dinheiro, ele não é remunerado e o banco empresta para outro correntista.

Celso Figueira - Tenho contado uma historinha. O que nós fazemos como comerciante, dono de farmácia, de borracharia, de posto, é fazer a venda, cuidar do caixa, empregados, estoque, obrigações fiscais. Tenho que vender, fazer lucro. À tarde, pego o dinheiro e levo para o banco, deposito na minha conta, e entrego gratuitamente. E o banco vai emprestar meu dinheiro, o fruto do meu trabalho, do meu esforço e do risco da minha atividade. E pior do que isso. Vai ganhar em cima do esforço que eu fiz. Esse é o modo convencional. Qual é a proposta da cooperativa? Vamos fazer todo esse mesmo processo, e no final da tarde entrega o dinheiro para a cooperativa. Mas a operação não terminou aí. Porque se esse dinheiro der resultado, daqui para frente, no final do ano quando eu tiver que prestar contas e o empreendimento der resultado positivo, eu vou receber alguma coisa de volta.

Campo Grande News - Os bancos públicos, por determinação da presidente Dilma, baixaram as taxas de juros. Mas essa é uma prática comum às cooperativas de crédito.

Celso Figueira – Já estamos fazendo isso há muito tempo, comprovado pelo próprio Banco Central. As taxas de juros das cooperativas sempre foram menores e continuam sendo hoje. E não fazemos absolutamente nada de diferente, nem fazemos propaganda na televisão, porque não é o lucro pelo lucro que nos move, não é o ganhar por ganhar que nos move. É o ganhar o suficiente para termos nossas despesas administrativas pagas e para que esse empreendimento retorne de forma satisfatória para o sócio, para aqueles que giraram essa riqueza, aqueles que ajudaram a dar o resultado positivo. Esse é o fundamento principal do negocio: devolver para a sociedade tudo aquilo que ela produziu. E não fazer com que esses recursos saiam da comunidade, da cidade, e sejam enviados para Hong Kong, Xangai, ou Avenida Paulista.

Campo Grande News – O associado tem a disposição os mesmos produtos de um banco convencional?

Celso Figueira - O Sicredi oferece todos os produtos que você encontra no portfólio do sistema financeiro convencional. Nós temos dentro da cooperativa mais de 120 produtos e serviços. Vai da poupança ao grande investimento na agricultura, passando por linhas do FCO [Fundo Constitucional do Centro-Oeste], do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], aos seguros e a aplicações. Tem também administradora de consórcio, tanto para imóveis, terrenos, automóveis, e administradora de cartões de crédito com bandeira internacional. O que tiver no mercado financeiro está na cooperativa.

Campo Grande News - No ano passado o Sicredi ganhou um prêmio nacional com a apresentação de um projeto. O senhor poderia falar sobre essa premiação?

Celso Figueira – Foi à oitava edição do prêmio que é a nível nacional e foi instituído pela OCB [Organização das Cooperativas Brasileiras] que tem sede em Brasília. São premiados aqueles cases de sucesso que fizeram o diferencial. Em 2012 participamos com o caso de um atendimento de um núcleo especializado para as empresas. Dentro das nossas cooperativas o empresário poderá ter um atendimento diferenciado com um gerente especializado para isso. Tem um espaço físico só para ele, para que ele faça ali seus negócios sem ter que entrar em fila. Isso foi um case de sucesso porque aqui no Mato Grosso do Sul tivemos um grande avanço, o comercio entendeu como bom negócio, os empresários gostaram e tivemos o apoio do SEBRAE nesse projeto que foi muito importante. O SEBRAE nos auxilia no treinamento se for o caso. Ninguém tinha feito isso antes, por isso ganhamos o prêmio.

Campo Grande News - Onde estão instalados estes núcleos?

Celso Figueira - Estão instalados em Campo Grande, São Gabriel do Oeste, Ponta Porã, Chapadão do Sul. Caso o empresário necessite de orientação na hora de expandir a empresa, ele poderá contar com o apoio do SEBRAE que é nosso parceiro. Ele também é informado sobre como buscar linhas de crédito. Estamos operando com o FCO há alguns anos e temos buscado ampliar esses recursos para oferecer aos associados. A procura é grande os resultados são bastante significativos. Tem ainda todas as linhas do BNDES. O Sicredi é o que tem no Brasil o maior numero de operações com o BNDES. Somos parceiros também do BRDE [Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul] que tem atuação em nosso Estado.

Sobre Tocantins: "vamos ouvir falar dele daqui a 10 anos" (Foto: Luciano Muta)
Sobre Tocantins: "vamos ouvir falar dele daqui a 10 anos" (Foto: Luciano Muta)

Campo Grande News - Como estão as operações em Tocantins, que também é um Estado novo?

Celso Figueira - Tocantins é o mais novo da Central. Vamos ouvir falar dele daqui a dez anos. Tem uma importância geográfica interessantíssima pela localização, principalmente pelas jazidas de minério que tem lá no Estado e que estão à flor do solo. Já começam as primeiras prospecções destas jazidas e as reservas de minério de ferro são três vezes maiores que as de Carajás, e Carajás já é uma das primeiras do mundo. Tocantins é cortado pela ferrovia de Norte a Sul. Será o caminho de exportação de grãos do Centro-Oeste para o Porto de São Luís, no Maranhão. Está se tornando outra fronteira rural por conta do plantio de eucalipto. A pecuária começa a se desenvolver com mais tecnologia e mais no Sul do Estado tem a agricultura, próximo de Palmas. O Sicredi começou lá através das cooperativas que começaram muito mal pelas mãos do governo. Fizeram errado. Tinha três cooperativas totalmente sem condições de funcionar. Existia só a autorização do Banco Central para funcionar. Levamos três anos para reestruturar, colocar dentro do padrão Sicredi, treinar as pessoas, os conselheiros, presidente de cooperativa. Fizemos fusão, das três que sobraram ficou só uma. A sede fica em Palmas, tem ainda unidades em Araguatins, Dianópolis, no sudeste do Estado, divisa com a Bahia, e na própria Bahia temos uma unidade em Luiz Eduardo Magalhães, que é administrada pela sede de Palmas. E agora vamos inaugurar outra unidade em Tocantins, no município de Pedro Afonso.

Campo Grande News – Destes Estados que fazem parte da Central Sicredi Brasil Central, qual deles merecerá mais atenção em 2013?

Celso Figueira - O foco em 2013 será o Estado de Goiás. Vamos fazer um esforço muito grande. Queremos aumentar nossa participação no Estado. Iniciamos lá há oito anos em Quirinópolis, onde existia uma cooperativa e colocamos nossa marca. Estamos também em Rio Verde, Cristalina, Chapadão do Céu, Luziânia, Pires do Rio e Ipameri.

Campo Grande News - Qual é a estrutura da Central e do Sicredi Nacional?

Celso Figueira - A Central tem um Conselho de Administração formado pelos presidentes das cooperativas. Nós reunimos aqui uma vez por mês para discutir questões estratégicas. Tem ainda duas áreas: a de Fiscalização, que supervisiona as cooperativas em nome do Banco Central, na condição de auxiliar do BC. Produzimos relatórios que são enviados para o conselho e para o Banco Central, que fiscaliza as cooperativas duas vezes por ano. A outra área é a de Desenvolvimento, que faz a prospecção de novos negócios, trata da abertura de novas unidades, faz estudo de viabilidade e cuida dos negócios das cooperativas. A nível nacional a sede administrativa fica em Porto Alegre [RS] onde tem uma holding, que é a última instância do Sicredi. É composta pelos quatro presidentes das centrais dos estados de Mato Grosso do sul, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, mais quatro presidentes de cooperativas de cada um destes quatro Estados. Estas oito pessoas formam o conselho. Abaixo da holding tem as cooperativas, que hoje são 116. Abaixo das cooperativas tem as centrais, o Banco Sicredi, que é da propriedade das cooperativas e que faz a centralização financeira das cooperativas. O banco vai ao mercado em busca das linhas de financiamento, cuida da liquidez das cooperativas. E ainda na estrutura tem a Administradora de Consórcios e Administradora de Cartões. No fim tudo é um ciclo que acaba, no final, beneficiando todos os donos, que na realidade é cada um dos associados.

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