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Economia

Transporte escolar é opção dos pais, mas é preciso cuidar orçamento

Fernanda Yafusso | 31/07/2016 09:39
Joelma Guimarães não abre mão do conforto para sua filha durante o trajeto escolar (Foto Alcides Neto)
Joelma Guimarães não abre mão do conforto para sua filha durante o trajeto escolar (Foto Alcides Neto)

Transportar os filhos diariamente requer, além de tempo, organização no orçamento familiar. Apesar do preço, a escolha de vans escolares é maioria entre os pais, principalmente devido ao conforto das crianças. 

Para a professora aposentada Odila Maria Piva, 64, existe vantagem na contratação do serviço tanto pela tranquilidade em saber que a filha de 14 anos está indo e voltando no conforto, como pelo fato de conseguir realizar as demais tarefas diárias.

A filha estuda no bairro Jardim dos Estados e diariamente percorre em média 16 quilômetros para ir até a escola e voltar para casa, no bairro Jardim das Nações, próximo ao cemitério Parque das Primaveras.

"Eu pago por mês R$ 280 e eu acredito que é mais vantajoso contratar o serviço. Fiz um planejamento para que a mensalidade pudesse caber no orçamento da família. E por mais que eu gastasse mais com o transporte no veículo particular, eu tenho tempo para conseguir administrar as demais tarefas ao longo do dia. O conforto da minha filha está em primeiro lugar".

Em julho o preço da gasolina comum teve uma queda de 0,86%. O preço médio ponderado da gasolina comum nos postos de gasolina da Capital foi de R$ 3,58 para R$ 3,55, de acordo com o ato da Cotepe (Comissão Técnica Permanente) do Ministério da Fazenda, publicado na última segunda-feira (25).

Se Odila fizesse o mesmo trajeto diariamente em seu veículo, só com gasolina gastaria em média por mês R$ 107,40. Considerando que o carro faça a cada 10 quilômetros, 1 litro de gasolina comum que está saindo a R$ 3,58 em Campo Grande. A economia seria de R$ 173 em relação a mensalidade do transporte escolar, sem contar os gastos com a manutenção do carro, impostos e eventuais contratempos.

Outra mãe que não abre mão do conforto que a sua filha tem é a telefonista Joelma Guimarães, 42 que mora no bairro Jardim Manaíra, saída para Sidrolândia. Ela explica que organizou o orçamento para que a mensalidade coubesse no bolso. "Além da segurança que ela não teria no transporte público, eu não precisei apertar o orçamento pois pago na mensalidade R$ 220. Mas sempre que precisar eu vou apertar o orçamento porque penso na minha filha e no conforto ao invés do orçamento familiar".

Leia Armoa explica que preço da mensalidade é baseado na quilometragem rodada (Foto Alcides Neto)
Leia Armoa explica que preço da mensalidade é baseado na quilometragem rodada (Foto Alcides Neto)

De acordo com a vice-presidente do Sintems (Sindicato dos Transportadores Escolares de Mato Grosso do Sul), Sandra Marocco o sindicato não determina um valor a ser cobrado pelos vanzeiros. "Cada transportador pratica o seu preço. Não sugerimos um valor e o que acontece é geralmente a cobrança por pessoa. Mas é importante que os pais também vejam se a pessoa que realizará o transporte escolar está legalizada no Detran".

Para Leia Armoa, 36, e que trabalha há oito anos com transporte escolar, o preço da mensalidade é baseado na quilometragem rodada e a rota que precisará realizar para levar e buscar a criança em casa. "Eu sempre penso nos pais em primeiro lugar, se o transporte será para uma criança ou mais da mesma família por exemplo, dou desconto. Em contrapartida eles tem a certeza que no horário marcado vou entregar e buscar a criança com total segurança, faça chuva ou faça sol".

Alternativa - Segundo o economista Antonio Boni, para os pais que não conseguem manter a mensalidade dentro do orçamento podem aderir ao sistema de carona amiga. "Se três famílias fizerem a parceria para a carona amiga poderia ter uma economia de até 30% no orçamento. Mas é preciso analisar antes a questão de quanto o automóvel gasta em quilometragem com o percurso que será feito e os impostos que são pagos, por exemplo".

Boni explica que a economia do país começou a sofrer com a inflação a partir de janeiro deste ano e com isso os custos em diversos setores ficaram elevados. Entre eles, preço do combustível e o valor das peças automotivas. Porém se a família decidir manter os gastos com o transporte escolar, será preciso reduzir gastos com contas supérfluas como idas constantes ao shopping e jantares, por exemplo. Mas tudo é relativo e cada família precisa analisar o que cabe no bolso para não comprometer os gastos com contas necessárias, como alimentação.

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