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Economia

Vagas somem e área central tem um estacionamento a cada 100 metros

Anny Malagolini | 13/09/2016 10:23
Estacionamentos ocupam 30% de uma quadra (Foto: Fernando Antunes)
Estacionamentos ocupam 30% de uma quadra (Foto: Fernando Antunes)

Com frota de 525 mil veículos, a indústria da vaga em Campo Grande parece ser lucrativa, e vai na contramão da baixa do comércio do Centro. Para se ter ideia, a área central da cidade tem aproximadamente um estacionamento rotativo a cada 100 metros.

Em menos de 5 quilômetros, a equipe do Campo Grande News verificou a existência de 34 garagens. A área contabilizada corresponde a trechos das ruas Rui Barbosa, 15 de novembro, Marechal Cândido Rondon, Barão do Rio Branco e avenida Calógeras.

O aumento da frota gerou déficit, e fez com que as vagas de ruas, disponibilizadas na área central e comercial da Capital, praticamente sumissem. Afinal, são 2,2 mil vagas públicas nas ruas da cidade, a até maio deste ano – conforme levantamento do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) – a frota contava com mais de 525 mil veículos.

Somente automóveis somavam 268 mil. No mesmo período do ano passado, a quantidade era menor, haviam 507.636 mil e em 2014 eram 482.887 veículos registrados apenas na Capital. Apesar do aumento de veículos transitando em Campo Grande, o número de vagas públicas não acompanhou o crescimento, o que deu espaço a chamada indústria do estacionamento. 

A concorrência é alta, e alguns estacionamentos dividem o endereço com até 5garagens. Os preços e as condições de estadia variam, em alguns casos, o valor de permanência por hora chega a R$ 8. Já para mensalistas, a cobrança pode passar dos R$ 300.

Para o cliente, a procura por estacionamento é quase lógica. "O centro de Campo Grande não tem estrutura nenhuma. Não é só pela comodidade ou por segurança, é que não há vagas. É a mesma estrutura desde quando a cidade tinha a metade da frota de hoje", avaliou a bancária Ana Rita, 32 anos.

Lei prevê cobrança fracionada do serviço (Foto: Alcides Neto)
Lei prevê cobrança fracionada do serviço (Foto: Alcides Neto)

Ainda que distante do 'boom' vivido há dois anos, os proprietários dos empreendimentos dizem que a crise e a baixa do comércio diminuíram a movimentação, e por conseguinte, a procura por vagas. No entanto, eles afirmam que o negócio ainda é lucrativo.

“O estacionamento é o termômetro do comércio. Apesar da crise que falam e a baixa das vendas, quem tem seu próprio terreno, sempre vai sair no lucro. É só usar um terreno ”, afirmou o funcionário de um dos estacionamentos mais antigos da rua 15 de novembro, aberto em 2011.

Para endurecer a industria das vagas, a câmara do município aprovou no ano retrasado a Lei do Estacionamento, número 7.654/14, que prevê a cobrança fracionada do serviço em intervalos de 15 minutos. Mas ainda assim, há quem ainda aposte no setor. “É um dinheiro que entra todo dia.

"Sempre vai ter uma movimentação, e a gente não precisa se preocupar com mercadoria, com estoque ou comprar”, disse Charles Massoud, proprietária do estacionamento localizado entre as ruas Dom Aquino e Cândido do Mariano.

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