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Economia

Verduras e legumes seguraram inflação em julho

Redação | 04/08/2010 08:53

No mês de julho Campo Grande registrou inflação de 0,14%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor divulgado nesta quarta-feira pelo Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Universidade Anhanguera-Uniderp.

O custo de vida só não foi maior porque o preço de verduras e legumes caiu em função das condições climáticas. "Esta pequena alta sinaliza que a inflação está sob controle após as medidas tomadas pelo Banco Central, como o aumento da taxa Selic, e a melhoria do clima nas regiões produtoras de hortifruti, estabilizando e até fazendo cair os preços de verduras, legumes e frutas", destaca o coordenador do Nepes, professor Celso Correia de Souza.

Dos sete grupos que compõem o IPC/CG, seis grupos apresentaram inflações positivas: Saúde, com aumento de 1,07%; Despesas Pessoais, com 0,77%; Vestuário, com 0,62%; Habitação, com 0,15%; Educação, com 0,08%; e Transportes, com 0,03%. "Somente o grupo Alimentação teve deflação e isso ajudou a frear a inflação em julho", aponta Correia.

No grupo Alimentação houve deflação de 0,33%. As maiores quedas foram: couve-flor (-33,4%), pimentão (-18,1%), batata (-15,5%) e tomate (-13,7%). "No subgrupo carnes, constatou-se que alguns preços foram majorados, enquanto outros diminuíram os valores. Tudo isso dentro da normalidade, sem nenhum destaque. A tendência para o mês de agosto é de alta nos preços das carnes, pois estamos em plena entressafra, em que ocorrem menores ofertas de bois gordos aos frigoríficos. A tendência, também, é que o Brasil continue aumentando as exportações dessa commodity, diminuindo a oferta interna ", aponta o coordenador do Nepes.

Os cortes que registraram as maiores variações foram: peito, com aumento de 4,4%; e paleta e músculo, com quedas de 3,6% e 2,9, respectivamente. Já os cortes de carne suína, como a bisteca e costeleta, registraram aumentos de 4,6% e 1,1%. O preço do pernil permaneceu praticamente estável, com pequena queda de 0,60%. Os miúdos de frango apresentaram alta de 0,60% e o frango congelado apresentou alta de 2,3%.

"Dentre os demais grupos que apresentaram índices positivos, destacamos o grupo Saúde, que mais contribuiu para a alta do índice no mês de julho", aponta Correia. Os serviços que registraram as maiores altas foram: consulta com médico pediatra, com 10,53%; dentista/extração, com 8,01%; e radiografia, com 6,67%. No grupo Despesas Pessoais, destacam-se os aumentos de preços os serviços de manicure e pedicure (11,76%) e de cabeleireiro, especificamente o corte e a tintura (4,56%), e dos produtos xampu (3,00%) e creme dental (2,22%).

Contribuíram para o aumento do índice do grupo Vestuário os seguintes itens: sapato feminino, com elevação de 5,21%; sandália e chinelo feminino, com 3,43%; e vestido, com 2,79%. As maiores variações positivas na composição do índice do grupo Habitação foram registradas nos preços do condicionador de ar (11,23%), da esponja de aço (10,81%) e do ventilador (8,77%). "Destacamos neste grupo as quedas expressivas de preços de aparelhos de televisão e fogões. Os valores desses bens chegaram a custar -16,23% e -7,67%, respectivamente. Também registramos queda de 4,07% no preço da máquina de lavar roupa", pontua Celso Correia.

No grupo Educação, foi registrado aumento na mensalidade dos cursos de idiomas, em média de 2,27%. Por outro lado, houve queda de preços dos artigos de papelaria, em média de 0,26%. Finalmente, no grupo Transportes, sofreram aumentos de preços as passagens de ônibus interestadual e intermunicipal, de 2,99% e 2,30%, respectivamente. O preço da gasolina, entretanto, teve pequena queda de 0,20%.

A inflação acumulada na cidade de Campo Grande, de janeiro a julho de 2010, foi de 3,20%. A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 4,36%, já abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que para o ano é de 4,5%, com tolerância de 2% para mais ou para menos.

"A inflação começou a ceder a partir do mês de maio, sinalizando que as medidas tomadas pelo Banco Central do Brasil, aumentando o valor da taxa Selic, surtiu o efeito desejado, frear a inflação. O clima também tem contribuído com as hortaliças e legumes, baixando os seus preços e melhorando a qualidade dos produtos. Problemas podem acontecer com a carne bovina, pois estamos em plena entressafra do produto e a seca tem-se mostrado rigorosa, prejudicando as pastagens. A tendência é que subam os preços", comenta o pesquisador do Nepes, José Francisco dos Reis Neto.

Em relação à inflação acumulada nesses últimos 12 meses, destacam-se os grupos Educação, com 7,75%, Saúde, com 7,38%, Habitação, com 4,50%; todos índices acima da inflação acumulada no mesmo período. Em 2010 destacam-se, com fortes inflações acumuladas os grupos: Educação, com 5,83%, Saúde, com 5,53%, Alimentação, com 5,27% e Vestuário, com 4,24%; índices ainda acima do índice geral acumulado entre janeiro e julho.

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