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Esportes

Atleta convocado para mundial pede apoio

Redação | 16/06/2009 17:20

O atleta paraolímpico Yeltsin Francisco Ortega Jacques, de 17 anos, convocado pelo CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro) para representar o Brasil nos Jogos Mundiais da IBSA (Federação Internacional de Esportes para Cegos), precisa de apoio para representar o esporte de Mato Grosso do Sul.

Escolhido para disputar o Mundial que será realizado de 15 a 20 de julho em Springs, estado do Colorado, nos Estados Unidos, ele afirma que independente do resultado da disputa quer permanecer em Campo Grande, e ajudar a fortalecer a modalidade de atletismo paraolímpico no Estado. "Todos os atletas começam a melhorar e querem ir embora. Mas eu quero ficar aqui", garante.

Ele reclama da falta de incentivo para os atletas que possuem deficiências, mas aposta no esforço conjunto, por meio da criação de uma associação de atletismo que reúna 'normais' e deficientes, como forma de melhorar esse quadro. "O esporte de todos os estados é forte. Porque é que aqui não pode ser?", destaca.

Yeltsin recebe treino profissional há apenas um ano e meio. Entretanto, nesse tempo, já foi campeão brasileiro e conquistou uma série de medalhas regionais. Sem falar na convocação para participar da Seleção Brasileira Paraolímpica em um Campeonato Mundial. No ano passado, ganhou 18 das cerca de 20 competições das quais participou.

Para o treinador, Waldir Nogueira de Jesus, de 34 anos, os resultados do adolescente, que em um ano e meio se tornou campeão paraolímpico brasileiro, são considerados 'meteóricos'. "Treino atletas há 20 anos, e já tive campeões brasileiros. Mas, eles levavam de 4 a 5 anos para conquistar o título', explica.

Superação - O rapaz possui apenas 10% da visão, resultado de má formação na retina. Mas, isso não o impediu de ser o melhor atleta do Estado na categoria paraolímpica e um dos 15 melhores de MS, entre todas as categorias e incluindo atletas que não possuem deficiência.

Além de corridas de rua, suas prediletas, ele disputa provas de pista a 800m, 1.500m e 2.000m. "Comecei a correr na rua há dois anos", lembra Yeltsin.

Alguns meses depois ele passou a treinar junto com outros atletas com deficiência. Mas, reclama que não conseguiu o apoio de que precisava junto às associações paraolímpicas.

Por conta disso, passou a treinar com atletas considerados 'normais'. Com dois treinadores ligados à Funesp (Fundação Municipal de Esporte), o rapaz corre de duas a três horas, todos os dias, no Complexo Poliesportivo Professor Ruy Jorge da Cunha, no bairro Vila Nasser, em Campo Grande.

Mas, todo o esforço é feito sem patrocínio, apenas com a ajuda da família. Ele vive com a mãe, técnica em enfermagem, no bairro Leblon. A ida ao treino, do outro lado da cidade, é por meio da passagem gratuita de ônibus, benefício para deficientes. Até o tênis usado pelo atleta está visivelmente desgastado.

Mesmo assim, seus resultados tem surpreendido. O pai de Yeltsin, o funcionário público Roberto Jacques, de 46 anos, que foi atleta dos 18 aos 28 anos em competições pelo Exército, afirma que o filho é um verdadeiro 'orgulho'. "Ele está evoluindo a cada dia", conta.

Com os resultados positivos do ano passado, o rapaz conseguiu ser contemplado em bolsa federal e do município, mas ainda não recebeu os recursos. Ele conta que recebeu também uma bolsa para cursar a faculdade de educação física, por meio de uma associação de Cuiabá (MT).

Mas, espera receber uma proposta para que possa permanecer na Capital, cidade onde vive a família.

De acordo com o treinador, o atleta necessita de materiais para o treino e acompanhamento alimentar adequado. "No grau em que ele está já precisa de um salário até para que possa se alimentar com os suplementos adequados", ressalta.

Empresas ou entidades que quiserem patrocinar o atleta podem entrar em contato com o treinador pelos telefones: (67) 3366-2018 e 9289-7690.

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