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Esportes

Competição de vôlei GLS em Campo Grande ajuda a diminuir preconceito

Jorge Almoas e Viviane Oliveira | 07/04/2011 16:39
Jogadores defendem que competição aproxima quem não é gay e reduz intolerância (Foto: João Garrigó)
Jogadores defendem que competição aproxima quem não é gay e reduz intolerância (Foto: João Garrigó)

Os atletas que estão em Campo Grande para participar do 1º Meeting MS 2011 de Voleibol LGBT, competição voltada ao público gay, acreditam que a competição, além de promover o esporte, é uma forma de diminuir preconceitos e criar um vínculo de igualdade.

Esbanjando simpatia, o personal trainer Murilo de Abreu, de 31 anos, joga pela equipe Gallaxy AABB, de Cuiabá (MT), e acredita que a exposição a que as equipes se propõem é uma maneira de combater a homofobia.

“Toda luta tem resistência. Estamos aqui para promover a igualdade. Acredito que a homofobia não vá acabar um dia, mas as pessoas estão ficando mais tolerantes”, destaca o atleta.

Capitão da equipe Gallaxy AABB, o professor de educação física Cleibe de Oliveira, de 31 anos. “A gente precisa ter coragem de dar a cara a tapa”, resume Cleibe. O professor tem um filho de 13 anos, que mora em São Paulo, e não sabe sobre a orientação sexual do pai.

Enquanto na sociedade, os gays se refugiam em guetos, com gírias próprias e maneiras de identificação, no Meeting de Vôlei, são os heterossexuais que estarão diferenciados, utilizando uma pulseirinha.

Cada equipe de vôlei pode ter dois héteros, sendo que um joga e outro permanece no banco. Fabrício Nunes Martins, de 20 anos, é heterossexual e joga pela equipe Cebrac/Cuiabá Vôlei.

Fabrício diz se sai bem com as brincadeirinhas por jogar em time gay (Foto: João Garrigó)
Fabrício diz se sai bem com as brincadeirinhas por jogar em time gay (Foto: João Garrigó)

Ele conta que atua em equipes LGBT e hétero, e que as brincadeiras são comuns. “Tem amigos que dizem que vou passar pro outro lado. Mas minha namorada conhece o time e não vê problemas. O difícil é que as pessoas são caretas, mas a opinião alheia não importa”, destaca Fabrício, que há sete anos joga em equipes de vôlei LGBT.

Armário – O cabeleireiro André dos Anjos, de 26 anos, é morador de Londrina é joga pelo time Lindas Garotas How. Ele conta que a família sabe de sua orientação sexual, mas alguns parentes de amigos não têm conhecimento.

“Não posso chegar na casa dele e cumprimentar do nosso jeito. Não posso falar ‘E aí bicha, vamos sair?’”, brinca André.

Um amigo de André, funcionário público de 29 anos, que preferiu não se identificar, não contou a ninguém sobre sua orientação sexual. “Só vim jogar porque é em Campo Grande. Em Londrina, ninguém pode saber”, disse.

“Antes de qualquer coisa, esses rapazes são atletas de alto nível. Esses jogos funcionam como uma manifestação social contra a violência homofóbica”, comentou Ramon Brizuena, da Fundesporte (Fundação para o Desporto e Lazer), que organiza o evento.

Programação – O 1º Meeting MS de Vôlei LGBT começa nesta quinta-feira com jogo entre as equipes PEC/Estrelas, de Primavera do Leste (MT) e AVQ – Campo Grande, a partir das 19h30, no estádio Moreninho, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Após a partida, haverá apresentação de drag queen, go go-boy e da personagem Salet Copacabana.

Na sexta-feira, serão dois jogos pela manhã, a partir das 9 horas, e outros três, a partir das 16 horas. No sábado, três partidas acontecem a partir das 14 horas e dois à noite. A final e disputa do terceiro lugar acontecem no domingo, a partir das 9 horas.

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