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Esportes

Sem tereré e com jogo pela TV, clássico é desastre de público

Helton Verão e Edivaldo Bitencourt | 20/02/2014 08:55
Morenão nesta quarta-feira recebeu menos de 600 torcedores, desses mais da metade não pagou entrada (Foto: Cleber Gellio)
Morenão nesta quarta-feira recebeu menos de 600 torcedores, desses mais da metade não pagou entrada (Foto: Cleber Gellio)

A temporada do futebol dos times de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul segue a rotina que há tempos está instalada na modalidade: arquibancadas vazias. Ontem, somente, 592 torcedores acompanharam o "clássico" do Campeonato Estadual no Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão. Comercial e Novoperário não repetiram, nesta quarta-feira, nem a façanha do ano passado, quando uma partida semelhante atraiu 7 mil pessoas.

Os torcedores apontam quatro fatores para afastar o público do estádio: as transmissões pela televisão, o baixo nível técnico, e as proibições das bebidas alcoólicas, e, principalmente, do tereré.

Além do público pífio, o jogo teve uma renda pior ainda. Mais da metade do público não pagou para entrar, mais uma situação normal no futebol local, as cortesias. Sobre as transmissões os torcedores recomendam não transmitir os jogos para Capital, quando acontecerem no Morenão.

“Não deviam transmitir os jogos no Morenão, pelo menos para Campo Grande não. Os mais apaixonados vem para o estádio, mas os demais torcedores ficam em casa, para não gastar dinheiro, com sua pipoca. Já se transformou em uma cultura”, avalia a dona de casa e torcedora do Novoperário, dona Ana de Sousa, 41 anos.

E os torcedores rivais estavam na mesma sintonia, o comercialino Rodrigo Maciel, 28 anos, não pensou duas vezes na resposta e pediu para evitar as transmissões dos jogos na Capital. “Não poderia passar os jogos na Capital, que passem os jogos dos clubes da Capital no Interior”, recomenda o promotor de vendas.

Por fim, Maciel ainda lembra que a proibição das bebidas alcoólicas e o valor da água e do refrigerante, comercializados geralmente por R$ 5 é o outro fator que atrapalha a ida ao estádio. “Quem aguenta pagar R$ 5 em uma água ou refrigerante? Fui no jogo em Três Lagoas contra o Misto e estavam vendendo normalmente cerveja”, questiona Rodrigo.

Mais antigo, o colorado Pedro Vilhalva, 57, viveu o auge do futebol campo-grandense e compara o ambiente de antigamente e o atual. Ele lembra que, em sua época, era como Palmeiras e Corinthians. “As pessoas tinham bandeiras em suas casas para identificar Comercial e Operário. Aqui no estádio tinha lanche e bebida, agora nem isso pode mais e o que pode custa R$ 5”, lamenta o garçom.

Mas ele não se esqueceu de criticar as transmissões dos jogos na Capital. “Se não passar os jogos no Morenão, a torcida vem mais, deveriam transmitir só as partidas no interior” reforça.

Em uma das bilheterias, três jovens torcedores do Novo Galo em contramão aos demais entrevistados veem o baixo nível técnico como motivo. “O nível técnico é muito baixo, se algum clube conseguisse chegar as divisões de cima, com certeza mais gente viria para o estádio”, ressalta o estudante Lucas Rezende, 20 anos.

Falando só em clássicos, o Morenão teve outro público pífio na partida entre Cene e Comercial, quando menos de 300 torcedores prestigiaram o jogo, incluindo as entradas franca.

O jogo em que mais teve torcedores este ano foi a partida do turno entre Novoperário e Comercial, quando 1,3 mil pessoas foram ao Morenão.

Morenão não repete clássicos de outras épocas, quando ficava lotado (Foto: Cleber Gellio)
Morenão não repete clássicos de outras épocas, quando ficava lotado (Foto: Cleber Gellio)
Arquibancadas ficaram vazias apesar de 5 mil ingressos terem sido colocados a venda (Foto: Cleber Gellio)
Arquibancadas ficaram vazias apesar de 5 mil ingressos terem sido colocados a venda (Foto: Cleber Gellio)
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