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Esportes

Torcida se recusa a comemorar aniversário do Operário

Redação | 20/08/2008 22:59

A professora aposentada Maria das Dores Espíndola, 68 anos, seis filhos e onze netos, é torcedora de carteirinha do Operário Futebol Clube desde 1973, "o ano da profissionalização do time", mas não vai comemorar os 70 anos do time, nesta quinta-feira.

"Eu não tenho nada para comemorar, estamos profundamente decepcionados com tudo o que tem acontecido ao time, com o descaso que a torcida é tratada", diz dona Maria.

A torcedora, que foi "fisgada" em uma época em que o time enfrentava grandes nomes do futebol brasileiro, achou melhor o cancelamento do jogo contra o Corinthians, evento programado para a comemoração, e que foi suspenso após uma intervenção judicial de cobrança de dívidas trabalhistas. "Melhor assim, porque seria uma vergonha, expor um time sem a menor condição de jogo. A gente quer o Operário em campo, mas quer que isso seja feito com dignidade e não de forma oportunista".

Para dona Maria os problemas enfrentados pelo time começaram ainda nos bons tempos onde os 'Comerários', clássicos locais entre Operário e Comercial, levavam muitos gente ao Morenão. "Essa a corrupção toda começou na época em que o Operário dava muito dinheiro, esse descontrole. Com o tempo, e as vacas magras, o time foi se endividando a ponto de ficar difícil arrumar patrocinadores. Até o presidente da torcida andava com problemas de pressão por causa dessa situação".

Garra Operariana - O presidente da torcida do time, Américo Ferreira da Silva Neto concorda com dona Maria. "Vamos comemorar o que? A perda da sede? O abandono da poliesportiva? Dívidas que a gente nem sabe o montante? A total falta de informação por parte dos dirigentes?"

Hoje o time tem um presidente escolhido em uma votação no dia 31 de dezembro, mas segundo o torcedor, "ninguém sabe quem participipou da eleição, porque o quadro associativo já nem existia. E essas pessoas não nos informam nada, muito menos nos permitem participar de uma tentativa de recuperação do time. A gente fica impotente vendo uma história bonita como a que vivemos com o time sendo tratada dessa forma", desabafa Américo.

Para não passar em branco, e em solidão, os torcedores organizam um encontro para o sábado a partir das dez horas, na sede da torcida, na Rua Manoel Joaquim Moraes nº 140, e uma missa na Igreja São José, padroeiro do time, às 19h00.

"Vamos nos encontrar porque sentimos falta de ver o time jogar, então vamos assistir a alguns jogos gravados e conversar com amigos que é uma forma de compartilhar os momentos difíceis que vivemos", finaliza o presidente da torcida.

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