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Governo Temer fica sem reação diante de guerra na fronteira

Waldemar Gonçalves | 18/06/2016 07:00

Terra de todos e de ninguém – PCC, Comando Vermelho, famílias que acumulam dinheiro e poder à custa do tráfico de drogas, toques de recolher, uso de armamento pesadíssimo e sangue, muito sangue. O assassinato de Jorge Rafaat Toumani, suposto chefe de um grande grupo criminoso na fronteira com o Paraguai, expõe ao mundo uma ferida de muitos anos em Mato Grosso do Sul: em terra onde o Poder Público não tem comando, quem manda é o crime.

Cobranças – O governo federal foi duramente cobrado, principalmente pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e pelo secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para que tome alguma providência. Afinal, quando se fala de fronteiras, se trata de questão nacional e, como diz o tucano, ao Poder Público estadual cuidar da segurança nesta faixa de território é no mínimo uma conta alta demais para pagar.

Lacônico – Diante de um cenário político desastroso em nível nacional, cada vez mais afundada em denúncias de corrupção, a gestão de Michel Temer (PMDB) é incapaz de atender Reinaldo ou Beltrame. Ontem, em Campo Grande, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, laconicamente passou a bola para o Congresso Nacional e, em um discurso pouco convincente, também culpou a crise financeira pela inércia em relação à guerra fronteiriça.

Sem reação – Em outras palavras: enquanto criminosos agem usando armas de guerra e avançam literalmente tomando território, não existe reação imediata por parte de um governo provisório à ofensiva sanguinária na fronteira. Há inclusive, informações de gente lamentando a morte de Rafaat, já que ele, resistindo à entrada do PCC em Ponta Porã, seria o responsável por, de alguma forma, proteger a região do terror vindo de outras facções.

Técnica de assalto – Usar armamento de guerra acoplado em uma caminhonete, como na morte de Rafaat, é uma técnica já usada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em diversas ocasiões, principalmente em São Paulo, mas em ataques a carros-fortes e nunca para matar, como lembra uma reportagem da BBC Brasil. No caso, o uso da .50 é para perfurar os blindados e forçar sua parada, permitindo então um assalto.

Buracos por minuto – Em Campo Grande, os buracos nas ruas são tantos que agora são contados por minuto. Explica-se: na tribuna da Câmara Municipal, esta semana, o vereador Paulo Siufi (PMDB) destacou um post no Facebook, feito por uma assessora da casa, pedindo aos seguidores que indicassem buracos nas ruas perto de suas casas. Segundo ele, em menos de 30 minutos foram postados mais de 120 buracos, o que resulta numa média de uma publicação a cada 15 segundos.

Escondidinho – O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), anda sumido desde o início de junho. Sem agendas públicas, mantém apenas trabalhos internos na Prefeitura, que começam cedo e seguem até tarde da noite.

Muita coisa por aí – Juntando munição para a campanha eleitoral? Segundo assessores de Bernal, "vem muita coisa por aí", incluindo vários lançamentos de obras e projetos. O primeiro deve acontecer já no início da semana e arrepiar os cabelos dos adversários.

Ai, minha mãe – O governador recorreu ao bom humor, ontem, ao entregar equipamentos para a Sanesul. A partir de agora, disse ele, a empresa terá o maquinário necessário para fechar as valas que são abertas durante as obras nos municípios. "As nossas mães sempre eram muito lembradas quando não tinha este fechamento do asfalto nas cidades".

Fumaça em casa – O fim de semana promete ser especial para o sargento Célio Luiz Cabral Costa Filho. Nascido em Ivinhema, ele atualmente é um dos integrantes da Esquadrilha da Fumaça. Vai, portanto, voar pertinho da terra natal neste sábado, às 15h, quando o grupo deve fazer apresentação no aeroporto de Dourados, a 100 km de onde o militar nasceu.

(com a redação)

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