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Jogo Aberto

Prefeito tem frases curtas à imprensa e discurso repetitivo

Waldemar Gonçalves | 02/07/2016 07:00

Frases curtas – Frases curtas e vagas marcam a relação nada estreita do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), com a imprensa recentemente, sem repassar nenhum detalhe que o possa comprometer. Questionado sobre a merenda escolar, respondeu: “vai bem, obrigado”; sobre a falta de funcionários nas unidades de saúde inauguradas: “vamos colocar gente qualificada e preparada”; sobre as demissões de contratos irregulares não efetivadas: “vai ser dentro do que precisa ser feito”; quando? “estamos vendo isso”; sobre sua pré-candidatura: “este não é meu foco”.

Bate bola, jogo rápido – E as vagas respostas continuam. Sobre a falta de vacinas contra gripe: “já pedimos ao Governo do Estado e Ministério da Saúde”; sobre possível candidatura de André Puccinelli (PMDB) a prefeito: “previsível que Puccinelli e vereadores se juntem para disputar a eleição”. Sobre convênio para recuperar vias: “só falta o Exército assinar e pode começar em julho”. Sobre o início da construção de casas no Bom Retiro, Canguru e Dom Antônio, em atraso desde março: “começará o quanto antes, mas não dá pra resolver tudo de um dia pro outro”.

Dá o play – Porém, em cima dos palcos, outro personagem se revela com fôlego para longos pronunciamentos, repletos de otimismo, conquistas e boas previsões. De uma agenda para outra, os discursos se repetem e, de tão parecidos, poderiam ser gravados e transmitidos em cada evento, sem prejuízo. Ao microfone, Bernal repete que reassumiu a Prefeitura em 27 de agosto, que foi vítima de um golpe de políticos e empresários, que a cidade estava “quebrada”, sem caixa e com greves e, por fim, que muito já foi feito e há tanto o que comemorar.

Vítima – A corrida para inaugurar o máximo de obras este sábado, data limite por conta do período eleitoral, revela o tom previsível de sua campanha para reeleição. Considerando os discursos, não faltarão ataques aos que “não o deixaram governar”, além de muito lamento por não ter tempo para concretizar o que havia planejado, justamente porque foi cassado em episódio que chama de “golpe”. Aliás, a palavra golpe, tão presente em nível nacional, é também repetida por Bernal a cada encontro com o eleitorado.

Envolvente locutor – Porém, um fato é inegável: o domínio verbal e boa oratória de Alcides Bernal. Sua fluída relação com as palavras, cara de bom moço e voz de locutor que tanto trabalhou em rádios, capacidade de improviso e de escape pela tangente, pretende novamente comover o eleitor para angariar votos.

Purgatório – Um purgatório de duas semanas. Assim a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) resumiu como foi o período de depoimentos de testemunhas na Comissão do Impeachment no Senado, da qual faz parte. Em entrevista à Rádio Senado, ontem, comentou, entre outras coisas, que a perícia feita no processo "deixou claro que os crimes de responsabilidade aconteceram". "Foi a bala de prata e um tiro no pé da defesa", comentou a parlamentar.

Pura pressão – Para forçar o governo estadual a investir mais em saúde em Campo Grande, a Prefeitura prevê aplicar só 20% do orçamento na área em 2017, conforme documentou na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano que vem. Tal percentual está aquém dos 33% aplicados atualmente.

Poucos leitos – Em entrevista, o secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, ressalta que Mato Grosso do Sul conta com apenas 324 leitos de UTI. Destes, 222 estão na Capital, o que resulta na migração maciça de pacientes vindos do interior.

Massacre de Caarapó – O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) criou um espaço em sua página na internet totalmente dedicado ao que chama de “Massacre de Caarapó”, sobre o conflito entre índios e fazendeiros no município da região de Dourados, ocorrido no dia 14 de junho e que resultou na morte do agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos.

Guerreiro iluminado – Nas palavras divulgadas pelo Cimi: “A ação paramilitar foi uma represália à retomada da fazenda Yvu, incidente sobre a terra indígena Dourados-Amambaipegua I, identificada recentemente pela Funai. Após o assassinato de Clodiodi, a área retomada, tradicionalmente chamada pelos Guarani e Kaiowá de tekoha Toro Paso, foi rebatizada como Kunumi Verá – ‘guerreiro iluminado’, em Guarani”.

(com Alberto Dias)

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