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Lado B

Acabou o aperto! Banheiros são finalmente abertos na praça, mas com catracas

Ângela Kempfer | 24/09/2012 13:10
Banheiros foram reabertos depois de reforma na praça. (Fotos Rodrigo Pazinato)
Banheiros foram reabertos depois de reforma na praça. (Fotos Rodrigo Pazinato)

Já perdi as contas, mas quem vive uma rotina na Praça Ary Coelho há décadas jura que há mais de 20 anos não tem lugar “decente” para fazer xixi.

“Teve até um tempo que abriu, mas era terrível. Depois, reformaram, mas deixaram fechado, no cadeado mesmo. Vai entender”, conta o aposentado Luis Ribeiro, jogador diário de damas na Ary Coelho.

Hoje, finalmente, depois de muito aperto, vou escrever uma das matérias mais esperadas pelos frequentadores assíduos: “Depois de reforma da Praça, banheiro é aberto ao público”.

“Tô granfino”, comemora outro aposentado, de 70 anos. Juraci José Soares lembra já ter passado muito “constrangimento” na praça, mas hoje, saindo do banheiro masculino, ele era só tranquilidade. “Tá limpinho demais. Tomara que fique assim. Mas tem de ter guarda, senão vira motel”, adverte.

O colega de jogo, Guilherme Peltizar, comparece de segunda a sexta, há 22 anos. Só deixou de passar pela Ary Coelho durante a reforma. Na história com a praça, comenta já viu muita coisa “feia”, por falta de banheiro. “O povo nunca teve vergonha de usar essas moitas que tem aí”, aponta para os arbustos espalhados pelo local.

Na saída do banheiro Juraci comenta:
Na saída do banheiro Juraci comenta:

Construídos sob o novo coreto da Ary Coelho, os banheiros tem segurança de 2 guardas municipais. Quem olha de longe, nem acredita que as portas estão abertas. “Está funcionando? Nem acredito”, comenta a mãe com a filha de 4 anos. “Achava um absurdo a principal praça da cidade não ter um banheiro público”, diz Lindinalva Santana.

Lá dentro, há algumas gracinhas do tipo porta-toalhas rosa para as mulheres e azul para os homens. O cheiro ainda é de limpeza, mas a falta de cestos de lixo ao lado de 2 dos 4 sanitários femininos já faz acumular sujeira no chão.

Mas o que chama mesmo a atenção são as catracas, instaladas nas saídas dos banheiros feminino e masculino. “Vai cobrar”, pergunta Paula Moura, de 53 anos. O marido, Vidal Lopez responde de pronto: “É claro, tem de cobrar para vândalo não estragar tudo”.

Logo a questão vira polêmica. “Vai cobrar para gente fazer xixi? Eu heim. Achava que a praça era pública”, reclama o aposentado Luis de Souza Miranda.

Para Paula, tudo bem cobrar, mas desde que seja preço justo. “Acho que um real por um pedaço de papel higiênico tá bom, né?”

Roque Flores, 67 anos, pegou 3 ônibus para chegar à Ary Coelho hoje. "Queria ver como ficou". Experimentou o banheiro e não vê problemas em pagar. "O povo tinha de apelar para essas lanchonetes que ficam ao lado e já tinham de pagar mesmo", justifica.

“Apertado”, Arlindo Lopez quase não para comentar o assunto, mas não resiste e, antes de entrar no banheiro deixa a opinião. “Gente, o que vale é ter a casinha. Não me importo de pagar. Quer dizer, desde que não seja caro como passe de ônibus.”

A prefeitura de Campo Grande ainda não divulgou qual será o valor cobrado.

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