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Arquitetura

Casa Cor recebe público a partir de hoje, com 8 ambientes já premiados

Ângela Kempfer | 26/08/2016 07:35
Pia com metais em dourados, um dos detalhes originais e sofisticados do loft. (Foto: Divulgação)
Pia com metais em dourados, um dos detalhes originais e sofisticados do loft. (Foto: Divulgação)

Depois da apresentação para a imprensa, a principal mostra de arquitetura e decoração de Mato Grosso do Sul começa oficialmente hoje para o público. A Casa Cor MS recebe visitas a partir de 16 horas, já com oito ambientes premiados.

A escolha é tradição do evento, com júri formado por profissionais da área, diretores da mostra e jornalistas. O maior prêmio é a capa da revista Casa Cor MS, que este ano ficou com o espaço Loft do Jornalista. O espaço, criado pela designer de interiores Anapaula Reiter, será destaque da publicação a ser vendida durante o evento. O trabalho também levou o prêmio "Escolha do Elenco", decidido pelos 41 profissionais que integram a mostra.

O projeto é uma homenagem ao colunista social Jefferson de Almeida, que completa 50 anos em 2016. O loft tem a mescla entre moderno e clássico, preservou os tons do concreto marcante da casa que pertence à família Dibo, se abriu à luz natural para a sensação de frescor no salão muito bem dividido pelos níveis desenhados no teto e pelas colunas.

O mais marcante é a afetividade explícita em forma de grandes fotos da infância do jornalista, em objetos pessoais trazidos por ele e em detalhes, como o jogo de palavras cruzadas impresso na parede da varanda.

“Eu adorei tudo, mas se tivesse de escolher um objeto de desejo maior seria a automação do espaço”, diz Jefferson sobre a tecnologia que garante luz e som sob medida.

Living de Janete Padilha. (Foto: Marcos Ermínio)
Living de Janete Padilha. (Foto: Marcos Ermínio)
Boutique Conceito, de Daiana Capuci. (Foto: Marcos Ermínio)
Boutique Conceito, de Daiana Capuci. (Foto: Marcos Ermínio)
Sala de Convívio, das arquitetas Gelise Almeida e Annelise Giordano. (Foto: Marcos Ermínio)
Sala de Convívio, das arquitetas Gelise Almeida e Annelise Giordano. (Foto: Marcos Ermínio)

Três ambientes foram premiados com o “Destaque Organização e Gestão da Obra e Projetos”, uma escolha da direção da Casa Cor MS, em reconhecimento ao profissionalismo exemplar durante a execução dos projetos.

A designer de interiores Janete Padilha levou o prêmio com o Living, um dos maiores projetos da mostra, com 180 metros quadrados. Tem a sofisticação em cores sóbrias, em contraste com tons de vermelho, peças em madeira e um bar emoldurado por espelhos, cheio de cristais e uma coleção de murano.

Com design autoral, a Boutique Conceito, de Daiana Capuci, também recebeu prêmio nessa categoria. Das esquadrias em preto, aos móveis, a maior parte dos elementos foi desenhada por ela. A designer deu requinte ao espaço de receber clientes para uma tarde de compras e conversas. Abusou dos mármores e do preto, cinza e dourado.

A Sala de Convívio, das arquitetas Gelise Almeida e Annelise Giordano recebeu o mesmo prêmio. É mais um lugar de conforto da família na casa, inclusive, com lareira a álcool, peça de luxo ao ser combinada com o ônix, uma pedra translúcida que ganha status de obra de arte pelos desenhos naturais evidenciados pela luz.

uíte dos Gêmeos, das arquitetas Camila Zaina e Barbara Guimarães, e das designers Simone Dantas e Nadiani Bertol. (Foto: Marcos Ermínio)
uíte dos Gêmeos, das arquitetas Camila Zaina e Barbara Guimarães, e das designers Simone Dantas e Nadiani Bertol. (Foto: Marcos Ermínio)
Douglas Raldi ganhou o prêmio Melhor Solução Criativa, com o Foyer das Artes. (Foto: Marcos Ermínio)
Douglas Raldi ganhou o prêmio Melhor Solução Criativa, com o Foyer das Artes. (Foto: Marcos Ermínio)

A “Escolha da Imprensa” como melhor projeto da casa foi a Suíte dos Gêmeos, das arquitetas Camila Zaina e Barbara Guimarães, e das designers Simone Dantas e Nadiani Bertol. Elas criaram um ambiente montessoriano, com muitos estímulos sensoriais ao alcance dos olhos das crianças, em diferentes fases da infância, até os 5 anos de idade.

Os dois berços escolhidos, por exemplo, ganham vida longa e podem ser adaptados no decorrer dos anos, virando cama e até escrivaninha. Um dos detalhes fofos é a barra fixada em um grande espelho, para o bebê aprender a andar e se descobrir.

O douradense Douglas Raldi ganhou o prêmio Melhor Solução Criativa, com o Foyer das Artes. Inspirado nas salas onde a platéia aguarda o início dos espetáculos, o designer reuniu obras dos artistas plásticos sul-mato-grossenses Jonir Figueiredo e Henrique Spengler, marcou o espaço principal com móveis assinados, inclusive, pelo carioca Sérgio Rodrigues, um dos responsáveis por revelar o mobiliário brasileiro para o mundo.

Douglas também reservou um cantinho para homenagem à igreja Perpétuo Socorro, com vitral desenhado por ele mesmo. 

Varanda Gourmet, da arquiteta Arielle Nogueira, do engenheiro Marcos Kayan, e dos designers de interiores Oderito Freitas e Luciana Tenuta.
Varanda Gourmet, da arquiteta Arielle Nogueira, do engenheiro Marcos Kayan, e dos designers de interiores Oderito Freitas e Luciana Tenuta.
“Bar Balada”, assinados por mãe e filha, as arquitetas- Jussara e Deborah Nazareth. (Foto: Divulgação)
“Bar Balada”, assinados por mãe e filha, as arquitetas- Jussara e Deborah Nazareth. (Foto: Divulgação)

Como “Melhor Ambiente Funcional”, venceu a Varanda Gourmet, da arquiteta Arielle Nogueira, do engenheiro Marcos Kayan, e dos designers de interiores Oderito Freitas e Luciana Tenuta. O corredor que servia de passagem, agora tem tecidos coloridos, móveis de demolição e o cheiro de manga. A principal referência para o trabalho veio da expressão popular “deu pano pra manga”. Por esse caminho, o grupo foi desenhando o projeto descontraído, com verde em soluções de paisagismo que surpreendem.

O “Melhor Projeto em Casa Cor” ficou com o “Bar Balada”, assinados por mãe e filha, as arquitetas- Jussara e Deborah Nazareth. O espaço será operado pelo restaurante Imakay. Na antiga garagem, o portão eletrônico foi camuflado por um grande jardim vertical. O atrevimento do projeto está em duas pedras de aproximadamente 3 toneladas, que parecem sustentar o balcão principal do bar. Grandes mesas de madeira e blocos de concreto também remetem ao brutalismo que Rubens Gil de Camilo imprimiu no prédio que agora é sede da Casa Cor.

Brunete Fraccaroli foi jurada da mostra.
Brunete Fraccaroli foi jurada da mostra.

Diva - A figura mais famosa dentre os jurados, a arquiteta Brunete Fraccaroli, reconheceu o esforço dos profissionais da mostra para evidenciar o legado de Rubens Gil. “Eles se apropriaram do prédio. Não esconderam uma casa que é maravilhosa. Pelo contrário, assumiram a estrutura, integraram aos projetos”.

Entrar no imóvel que completa 30 anos foi como voltar no tempo, diz Brunete. “Eu me lembrei de quando comecei como estagiária do Ruy Ohtake”, comenta sobre o arquiteto que tem, dentre tantos títulos, o de trabalhar o concreto como poucos no mundo.

Brunete conheceu Campo Grande aos 13 anos, em um episódio marcante. “Minha mãe me trouxe para cá porque queria que eu casasse com um primo, que morava em Corumbá. Fiquei dois meses com ele, até que me levou de volta para São Paulo e me devolveu”, conta rindo.

Voltar e ver uma cidade completamente mudada encheu os olhos, garante a arquiteta. Encontrar referências nossas na Casa Cor MS também emocionou, diz ela. “Adorei ver o artesanato indígena, os artistas plásticos daqui. As pessoas têm de entender que isso é realmente chique. Assumir o que cada região tem de único, assumir o que você tem de humano, de afetivo, isso é o que importa, isso é luxo, isso que divide a futilidade da realidade”, ensina.

Serviço - A Casa Cor MS segue até 9 de outubro, na Avenida Afonso Pena 4025. A visitação pode ser feita de terça a domingo, de 16h às 22h. Os ingressos custam R$ 40,00.

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