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Arquitetura

Com ostentação e também simplicidade, Casa Cor mistura gostos e estilos

Paula Maciulevicius | 31/07/2014 16:06
Opção simples: com luz e movimento, pássaros em origami ganham vida na "Sala da Leitura". (Fotos: Marcos Ermínio)
Opção simples: com luz e movimento, pássaros em origami ganham vida na "Sala da Leitura". (Fotos: Marcos Ermínio)

De loft ao refúgio zen, a Casa Cor MS reúne gostos, estilos e bolsos em 32 ambientes. Um passeio por quartos, salas, espaços íntimos ou infantis, além da área externa, mostra como a arquitetura pode agregar beleza e funcionalidade em qualquer que seja o espaço.

Como sempre neste tipo de evento, alguns arquitetos abusam da conta bancária, com peças caras como lustre francês assinado por Philipe Starck, ou poltrona Luis XV folhada a ouro. O contraste está em ambientes que exigem algo mais simples, como a garagem com piso de cimento que levou vassouradas para garantir um efeito riscado. 

Nesta quinta-feira, a casa abriu as portas numa avant-premiere voltada para a imprensa. Ao público em geral, o evento, montado no Hospital do Câncer Alfredo Abraão, passará a funcionar a partir deste sábado, dia 2 de agosto, com o tema "Um olhar muda tudo".

Os projetos, assinados no total por 54 arquitetos começam desde a bilheteria com caixas de feira, passando pela casa container, garagem, salas, cozinha, quartos e jardins. A área externa mistura o verde dos gramados com a proposta de tranquilidade.

A Bigolin, uma das patrocinadoras da Casa Cor MS, desenvolveu campanhas especificas para o evento e colocou a venda mil bichinhos de pelúcia que terão a renda revertida para o Hospital. O brinquedo é um cachorrinho da raça beagle, mascote da empresa.

Em média, cada ambiente tem 150m² que trazem aconchego para um casal, crianças, família e quem gosta de receber amigos. Entre os cômodos tradicionais de uma residência, está o Espaço Michel Teló, homenagem ao cantor sertanejo que é um dos padrinhos do Hospital do Câncer.

Sala tem objetos pessoais de Michel Teló, como a sanfona, violão e roupas.
Sala tem objetos pessoais de Michel Teló, como a sanfona, violão e roupas.
Espaço homenageia o cantor sertanejo que é um dos padrinhos do Hospital do Câncer.
Espaço homenageia o cantor sertanejo que é um dos padrinhos do Hospital do Câncer.

Assinado pela arquiteta Karla Estrela, a sala tem a marca registrada de Michel, o "M" trabalhado no gesso do teto. Além de objetos pessoais do artista, como a sanfona e um violão e uma galeria de fotos da trajetória de Michel.

Na linha fora do comum, outro espaço que garante boas ideias é o loft do DJ Renato Ratier. Cozinha, sala e quarto integrados no mesmo ambiente com telão onde o DVD transmitido pode ser visto de qualquer ângulo.

Para quem gosta de filmes, o "Cinema em Casa" é, sem sombra de dúvida, o espaço mais convidativo. O telão de 133 polegadas belga acompanha um sistema de som 'invisível', que sai de trás do próprio telão e do revestimento da sala. A proposta veio da arquiteta Katya Campos, que agregou poltronas reclináveis completamente automatizada que oferece massagem e cooler para manter refrigerada a bebida. No mesmo ambiente, porém numa sala à parte, uma mesa de sinuca inspirada em Luís XV traz sofisticação ao espaço mais descontraído.

Os lustres e mobiliários da maior parte dos ambientes chamam a atenção. O uso da tecnologia também. Mas na contramão disso, o "Living de Encontro", da arquiteta Janete Padilha, quis se prender a ideia da conversa olho no olho. O espaço, como o próprio nome já diz, é para encontrar pessoas e também se encontrar, sem qualquer tecnologia que complique essas tarefas.

Cozinha, sala e quarto integrados no mesmo ambiente com telão onde o DVD transmitido pode ser visto de qualquer ângulo.
Cozinha, sala e quarto integrados no mesmo ambiente com telão onde o DVD transmitido pode ser visto de qualquer ângulo.

Os objetos de luxo da mostra em geral contrastam também com toques delicados. Na "Sala de Leitura", por exemplo, a aquiteta Luciana Teixeira trabalhou o teto com origamis brancos de pássaros. O material usado para a técnica é só o papel. Mas com a iluminação e o próprio correr do vento, a impressão que se tem é de que as aves estão voando.

"A luz e sombra trouxeram movimentos. O legal é isso, que muda o desenho, o tempo todo tem outra imagem. Não tem monotonia", ressalta a arquiteta.

Os espaços são todos direcionados, um leva ao outro. Na ligação entre os cômodos, o "Hall Social" desperta curiosidade. A cor e o humor trabalhados mesclam arte e arquitetura. Projeto de Octavio Loureiro e Catia Regina Madella, a intenção foi justamente esta, mesmo que de passagem, o público se prenda.

"A gente imaginou fazer uma galeria no estilo pop-art, como cores saturadas, usando o humor como definição para instigar", explica Catia.

Na lista de ambientes, também tem espaço de entretenimento, com restaurante, chocolateria, bar e livraria. O "Lounge Bar" será operacionalizado pela Temakeria, de culinária japonesa. Arquitetado por Isabella Lolli Ghetti e Lara Cerantola, o bar integra vários espaços dentro de uma só área.

Cascata no jardim do Estúdio do Jornalista.
Cascata no jardim do Estúdio do Jornalista.
O "Living de Encontro" se prendeu a ideia da conversa olho no olho.
O "Living de Encontro" se prendeu a ideia da conversa olho no olho.

"Como o tema é um olhar muda tudo, a cada olhar você tem uma concepção. O sofá para se sentir na sala de casa, as mesas de restaurante mesmo, a bancada comunitária, apesar de não ser um costume nosso e o balcão para quem gosta de apreciar a arte de fazer o sushi", explica Isabella.

Ao lado, o restaurante será operacionalizado pelo Navarro, empreendimento de comida brasileira que já funciona no Centro da cidade. A chocolateria mistura a sofisticação das docerias antigas, à rusticidade da própria marca Kopenhagem. O espaço, será comercializado pela loja com cafés e chocolates. Nas cores vermelha e dourado, o teto da chocolateria é uma barra de chocolate.

Para as crianças, foram montados o "Espaço da Criança" e a Brinquedoteca, que futuramente atenderam às crianças pacientes do hospital.

Os arquitetos da construção do pavimento do hospital onde a Casa Cor está sendo realizada, devem incorporar os espaços, ao máximo, dentro do projeto total. A previsão é de que a área que ainda está sendo construída fique pronta em até dois anos.

"Encerrada a mostra, faremos o trabalho de obra de adaptação, para trazer o máximo de serviço para cá", afirma Coimbra.

A Casa Cor abre de terça a domingo, das 16h às 22h no endereço: Rua Cândido Mariano, 1053. Os ingressos podem ser comprados na hora, por R$ 30 a inteira e R$ 15 a meia-entrada. A mostra se encerra dia 14 de setembro.

Telão de 133 polegadas belga acompanha um sistema de som 'invisível', no Cinema em Casa.
Telão de 133 polegadas belga acompanha um sistema de som 'invisível', no Cinema em Casa.
No "Lounge Bar", para onde se olha, público tem uma concepção diferente.
No "Lounge Bar", para onde se olha, público tem uma concepção diferente.
Brinquedoteca foi feita para divertir os pequenos pacientes do hospital.
Brinquedoteca foi feita para divertir os pequenos pacientes do hospital.
Ambientes também têm obras de arte feitas especialmente para mostra.
Ambientes também têm obras de arte feitas especialmente para mostra.
Cozinha com estilo clássico tem luminária moderna.
Cozinha com estilo clássico tem luminária moderna.
Garagem para quem gosta de carros e de beber com os amigos.
Garagem para quem gosta de carros e de beber com os amigos.
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