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Arquitetura

Dias de Carnaval foram a redenção para quem sobrevive na Esplanada Ferroviária

Adriano Fernandes | 10/02/2016 16:29
Rua 14 de Julho lotada de foliões e ambulantes durante o Carnaval.(Foto: Alan Nantes)
Rua 14 de Julho lotada de foliões e ambulantes durante o Carnaval.(Foto: Alan Nantes)

O fluxo intenso de foliões e o trânsito no estorno da Esplanada Ferroviária, durante os dias de Carnaval em Campo Grande, foi bem diferente do que se vê em épocas normais. Região de poucos comércios e movimento miúdo, o fato é que Carnaval é uma redenção para quem sobrevive com as poucas vendas por ali, local que faz parte da história da cidade, mas padece pelo abandono durante o resto do ano.

Dono há 7 anos do Bar do Zé Carioca, que é ponto de concentração todos os anos dos foliões do Cordão Valu, o comerciante Reginaldo Sales comenta que mesmo abrindo de segunda a sábado o movimento pelo bar é modesto.

Reginaldo há 7 anos é dono do Zé Carioca, bar balado mais só durante o Carnaval. (Foto:Alan Nantes)
Reginaldo há 7 anos é dono do Zé Carioca, bar balado mais só durante o Carnaval. (Foto:Alan Nantes)

As melhorias estruturais no local, que também é um dos endereços tombados como patrimônio histórico, esbarram justamente na burocracia até na hora de uma reforma. “Eu não posso fazer nenhum tipo de modificação na estrutura do bar e o processo de autorização de reforma é burocrático e demorado. Isso dificulta no investimento de melhorias no meu estabelecimento ”, se queixa.

Só de cerveja, Reginaldo conta que vendeu mais de 100 caixas nos 4 dias de folia na Esplanada. Na mesma rua e ao lado do bar, há 9 anos atrás o senhor Jair Dias inaugurava o restaurante que também leva o seu nome. Ele não se queixa do baixo movimento, mas a satisfação em dias de Carnaval é nítida quando o assunto é o retorno financeiro.

“O restaurante abre de segunda a sexta-feira, mas só em horário de almoço. Em dias de Carnaval, até cerveja eu vendo em dobro aqui. Foram mais de trinta só hoje”, comenta.

Ainda na rua General Melo, um prédio abandonado é ocupado durante a folia por José Dias da Silva, antigo dono do “Zé Carioca”. Ele aluga o ponto todos os anos, para poder lucrar com o movimento.

Este ano foram mais de 400 caixas de cerveja vendidas no bar. Para ele, o Carnaval 2016 foi a certeza de lucro certo em mais um ano e de que Carnaval não é besteira, como muitos alegam. “Por mim, teria pelo menos um 4 carnavais por ano”, comemora.

Perto dali, na Rua 14 de Julho, a empresária Maria Divina que é proprietária da Divina Tapioca, comemora o aumento de 80% na venda de tapiocas durantes os dias de folia. Mas observa para uma realidade que é preocupante.

“Esse trecho da cidade é um tanto abandonado. Em dias normais o que funciona aqui pela vizinhança durante a noite é o meu estabelecimento e um posto de gasolina, a duas quadras. Essa região faz parte da história da cidade, mas o que falta é reurbanização”, se queixa. Fechar o negócio antes da meia noite e não vender bebidas alcoólicas, são a tentativa da comerciante para prevenir assaltos no local, ela comenta.

O fato é que a folia de Carnaval acabou e o “movimento” da região que mais representa o passado de Campo Grande, volta ao “normal” a partir de hoje. Sem confetes, sem marchinhas e esquecida pelo poder público.

Aberta há dois anos, a Divina Tapioca tem movimento somente de clientes fixos em dias normais.(Foto: Alan Nantes)
Aberta há dois anos, a Divina Tapioca tem movimento somente de clientes fixos em dias normais.(Foto: Alan Nantes)
Região de esquecida durante o ano, os comerciantes comemoram o movimento durante o Carnaval. A cerveja é o que gera mais lucro.(Foto: Alan Nantes)
Região de esquecida durante o ano, os comerciantes comemoram o movimento durante o Carnaval. A cerveja é o que gera mais lucro.(Foto: Alan Nantes)
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