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ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 25º

Arquitetura

Em sala integrada à cozinha, teto é de bambu trançado e marcenaria contemporânea

Paula Maciulevicius | 22/09/2014 06:46
A proposta foi de criar uma cabana, um refúgio onde o personagem real, Paulo Zulu, se sentisse em casa.
A proposta foi de criar uma cabana, um refúgio onde o personagem real, Paulo Zulu, se sentisse em casa.

Em 30m², a proposta do ambiente é de acolher quem chega da praia, do banho de mar, da pescaria. Com sala de estar e cozinha integradas, o arquiteto de Bela Vista, Jean Félix, juntou conforto e praticidade para criar o "Refúgio para o homem do mar". O espaço é um dos ambientes da mostra "Casa & Cia", de Florianópolis - cidade onde Jean mora - e homenageia o modelo e ator Paulo Zulu. 

A mostra de arquitetura está na 13ª edição e tem uma seleção diferenciada. Os projetos a serem trabalhados são de livre escolha dos profissionais e passam por uma curadoria. Este ano, o tema foi "a casa das casas". Apesar de morar fora do Estado há quase 20 anos, Jean mantém trabalhos e família em Campo Grande.

Ao Lado B, o arquiteto especializado em interiores residenciais e comerciais, comenta que a abordagem diferenciada, desde o convite para a mostra, eleva a qualidade dos ambientes. Expondo pela primeira vez na Casa & Cia, a sede da mostra foi o ponto de partida para decidir o conceito que o refúgio passaria.

O teto é, de cara, a primeira coisa que chama atenção e pode inspirar outros ambientes. O bambu rançado e amarrado está dividido em placas de 1,20m x 1,10m.
O teto é, de cara, a primeira coisa que chama atenção e pode inspirar outros ambientes. O bambu rançado e amarrado está dividido em placas de 1,20m x 1,10m.

A Casa & Cia foi projetada num condomínio em Passeio Pedra Branca, na parte litorânea da grande Florianópolis. "É um lugar muito especial esteticamente e conversa vai, conversa vem, eu descobri que o Paulo Zulu mora nesse condomínio", narra. Em conversas por e-mail com Zulu, ele falou da inspiração e mergulhou no que chama de "universo caiçara".

"Escolhi um personagem real, ele vive, tem pousada, casa e apartamento neste complexo. Como tive liberdade de criação, a ideia foi apresentar o viver na praia de forma brasileira, sem clichês, como as âncoras, ou em tons de azul, vermelho, aquela cena tradicional", explica.

Quando se pensa em morar na beira da praia, a referência "clichê" que vem à mente, segundo o arquiteto, é a americana, que nada tem a ver com a nossa realidade. Para trazer elementos da 'brasilidade', Jean investiu em materiais naturais, como o bambu do teto, mobiliário em madeira e um misto de objetos relacionados ao mar, vindos do acervo de Zulu.

A proposta foi de criar uma cabana, um refúgio onde o personagem real, Paulo Zulu, se sentisse em casa. "Ele morou na França, em Nova Iorque e ainda assim escolheu viver de um jeito natural e sustentável, mas que tenha sofisticação. Então a ideia foi mesclar este contexto todo", descreve.

Peças em barro misturado ao mobiliário de madeira trazem rusticidade ao espaço.
Peças em barro misturado ao mobiliário de madeira trazem rusticidade ao espaço.
Estante da cozinha em embutida em si fitas de LED que refletem no teto.
Estante da cozinha em embutida em si fitas de LED que refletem no teto.
Ambiente é prático ao mesmo tempo em que oferece sofisticação para um almoço.
Ambiente é prático ao mesmo tempo em que oferece sofisticação para um almoço.

Aconchegante e despojado, quem entra fica à vontade para por um copo à mesa de centro sem constrangimento, ou os pés no sofá. É prático para quem volta de um mergulho ao mesmo tempo em que oferece forno e geladeira de ponta para as refeições.

O teto é, de cara, a primeira coisa que chama atenção e pode inspirar outros ambientes. O bambu é natural de uma empresa de Florianópolis, artesanal, ele é trançado e amarrado em placas de 1,20m x 1,10m e uma por uma foram colocadas no teto.

A sensação de conforto está também na madeira, nas peças de barro e em detalhes como um tanque na pia para a tarefa de limpar o peixe. A iluminação também é um detalhe à parte, a estante da cozinha em embutida em si fitas de LED que refletem no teto. Já no balcão, as lâmpadas de filamento formam os cinco pendentes. "O mais interessante é que elas não esquentam e dão um efeito muito bacana, essa luz amarela é agradável", comenta Jean. O piso é laminado desgastado para dar um aspecto de madeira envelhecida.

A mostra foi aberta agora, no último dia 12 e segue até dia 19 de setembro.

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