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Arquitetura

Especialista no assunto, artesão molda junco natural e cobre até varandas

Thailla Torres | 02/05/2016 06:20
Há 23 anos, o artesão Raimundo se dedica a trabalhar na produção de móveis feitos de junco natural. (Foto: Marcos Ermínio)
Há 23 anos, o artesão Raimundo se dedica a trabalhar na produção de móveis feitos de junco natural. (Foto: Marcos Ermínio)

Há 23 anos, o artesão Raimundo Alves Carrelo, de 68, se dedica a trabalhar na produção de móveis feitos de junco natural. O processo de fabricação exige paciência e um série fases para que o cipó fiquei flexível e chegue ao resultado desejado, coisa que hoje em dia é difícil de encontrar.

Raimundo explica que existe o natural e o sintético, feito industrialmente, também revendido em sua loja, a Mult Junco. Porém, ressalta que a preferência pelo trabalhando artesanal usando uma matéria prima natural é pela beleza do produto e a durabilidade.

Antigamente, ele conta que trabalhava como marceneiro. Mas após descobrir problemas na visão, resolveu trabalhar com artesanatos. "Eu comecei a ter aula de trabalhos manuais feitos com palhas com um professor que ensinava artesanato aos presidiários. E de lá pra cá nunca mais larguei", lembra. 

Uma tendência hoje na decoração, outro servido feito por ele é de cobertura de pergilados, também feito com palha, bambu, amarras de junco, ou outros materiais naturais no lugar do vidro ou acrílico.

Raimundo mostra o junco natural utilizado na fabricação. (Foto: Marcos Ermínio)
Raimundo mostra o junco natural utilizado na fabricação. (Foto: Marcos Ermínio)

O produto natural vem da Amazônia, certificado, garante. Assim que chega, o cipó é cozido na soda e em seguida colocado em baldes de água para que fique úmido e flexível, permitindo que ele faça o trançado na base de ferro.

Dentro do espaço onde ele armazena os móveis ainda em fabricação, há mesas, cadeiras, poltronas e até sofás, que além de decorar, dão um tom mais rústico aos ambientes.

O produto sintético é onde há maior concorrência, mas ele garante que só ele produz os móveis com junto natural na cidade. "As duas formas são móveis muito bonitos. Mas o junco natural exige mais tempo e o preço muitas vezes acaba saindo três vezes mais caro".

Ele comenta que muitos preferem trabalhar com o sintético pela facilidade em adquirir o produto. "Aqui eu que faço todo o processo e produzo de acordo com as escolhas dos clientes também".

No espaço onde ele produz, há também inúmeros móveis a espera de restauração. "O junco natural chega a durar 10 a 15 anos e muitos acabam trazendo para arrumar aqui. Tem móveis de fazendas e outras cidades do Estado", conta.

Os preços são variados, tudo depende do modelo e tamanho. Um jogo de namoradeiras com duas poltronas de junco sintético podem sair por R$ 800,00 e o de junco natural chegam a custar R$ 1,8 mil.

A loja fica na rua Joaquim Murtinho, 1859, ItanhagáPark. O telefone para contato é 3382-6622

Varanda coberta em Campo Grande com bambu e amarras de junco.
Varanda coberta em Campo Grande com bambu e amarras de junco.
Palha taboa natural no lugar do vidro.
Palha taboa natural no lugar do vidro.
Há móveis de diversos tamanhos e modelos. (Foto: Marcos Ermínio)
Há móveis de diversos tamanhos e modelos. (Foto: Marcos Ermínio)
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