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Arquitetura

Morada dos Dibo por 30 anos, endereço na Afonso Pena será a Casa Cor em 2016

Paula Maciulevicius | 07/01/2016 06:45
Construída 30 anos atrás, casa tem concreto por todos os lados. (Foto: Fernando Antunes)
Construída 30 anos atrás, casa tem concreto por todos os lados. (Foto: Fernando Antunes)

Entre o concreto das colunas e do teto e o mármore do piso, há a história de 30 anos de uma das famílias mais tradicionais de Campo Grande. Projeto do arquiteto Rubens Gil de Camillo, o endereço da Afonso Pena era moderno para a época e continua até hoje. Moradia de Isolina e José Dibo Filho, desde que foi colocada para alugar em 2013, o imóvel não foi ocupado por outra família e agora recebe a versão 2016 da Casa Cor.

Construída para Isolina, a casa comportava os seis filhos do casal. Metade deles nasceu e foi criada ali. "Meu marido que escolheu todas as peças. As construções do Rubens Gil de Camillo eram de peças menores. Mas árabe, meu marido gostava de espaços grandes", conta Isolina Dibo, hoje com 66 anos.

O marido, José Dibo, filho do patriarca da família, Naim, foi quem 'tocou' a construção e chegava a fazer viagens para acompanhar a escolha dos materiais. O único pedido de dona Isolina era pela piscina de mármore. "Na época, eu achava lindo e também queria que meu banheiro tivesse um jardim para fora". Desejos que foram atendidos.

No terreno de 2 mil metros quadrados, 1,8 mil deles eram destinados à casa que vai da Afonso Pena até a rua de trás, Pedro Coutinho. A fachada foi escolhida a base de estudo, conta dona Isolina, e muita conversa entre o arquiteto o dono da casa. "Ele fez uma casa moderna e que é moderna até hoje. Na época, todo mundo queria ver, visitar, a maquete dela era muito linda".

Fachada da casa para a Avenida Afonso Pena. (Foto: Fernando Antunes)
Fachada da casa para a Avenida Afonso Pena. (Foto: Fernando Antunes)
Porta de madeira, com detalhes em mármore. (Fotos: Fernando Antunes)
Porta de madeira, com detalhes em mármore. (Fotos: Fernando Antunes)
Sala principal com bar em concreto.
Sala principal com bar em concreto.
Detalhe da escultura próximo à escada.
Detalhe da escultura próximo à escada.

À direção da Casa Cor MS, foram cedidas mais de 35 plantas originais feitas à mão por Rubens Gil de Camillo. O projeto chegou a sair em revista de arquitetura de São Paulo e é uma das obras mais conhecidas pelo arquiteto morto em 2000.

De cabeça, dona Isolina contabiliza mais de 20 ambientes. A começar pela sala principal, quando a porta pesada se abre. Ao lado, o lavabo e o escritório do sogro, Naim Dibo, que tinha entrada independente pela lateral da casa e o do outro lado, uma sala menor em formato de "U", usada para pequenas reuniões.
Por dentro, o concreto reina em detalhes, nas colunas e na escada.

Sala principal da casa. (Foto: Fernando Antunes)
Sala principal da casa. (Foto: Fernando Antunes)
Espaço onde Naim Dibo tinha escritório. (Foto: Fernando Antunes)
Espaço onde Naim Dibo tinha escritório. (Foto: Fernando Antunes)
Visão da escada do pavimento superior. (Foto: Fernando Antunes)
Visão da escada do pavimento superior. (Foto: Fernando Antunes)

No primeiro pavimento também há um quarto de hóspedes com banheiro e a sala das refeições, para jantar ou almoço, que comportava uma mesa com 12 cadeiras. O armário era a divisão do ambiente para a churrasqueira, de modo que quando os espelhos se abriam, os espetos entravam em cena. A churrasqueira dava para a sala de jogos que era tomada por uma mesa de sinuca.

Um outro ambiente servia como sala de estudo à época em que os filhos eram pequenos. Junto da ampla cozinha, ainda havia dois espaços destinados à lavanderia. Como anexo à casa, continuavam ainda os quartos de empregados.

Para cima, a escada levava até a sala de TV e a varanda, onde todos os quartos têm acesso. Uma outra cozinha era de uso exclusivo dos donos. Parte das refeições eram deixadas lá e eles esquentavam no forno ou no fogão. Os três quartos eram suítes com closet e numa das paredes do casal, um detalhe chama a atenção: a planta da casa com pontinhos vermelhos. Cada cômodo onde fosse ligada uma luz ou o ar condicionado, era sinalizado ali, para controle dos donos.

Armário que separava sala de jantar da churrasqueira. (Fotos: Fernando Antunes)
Armário que separava sala de jantar da churrasqueira. (Fotos: Fernando Antunes)
Pelo espaço passavam os espetos e as carnes.
Pelo espaço passavam os espetos e as carnes.
Detalhe em concreto do teto dos quartos.
Detalhe em concreto do teto dos quartos.
Banheira de hidromassagem tinha jardim de inverno ao fundo, na suíte do casal. (Foto: Fernando Antunes)
Banheira de hidromassagem tinha jardim de inverno ao fundo, na suíte do casal. (Foto: Fernando Antunes)
Planta ficava na parede do quarto do casal. (Fotos: Fernando Antunes)
Planta ficava na parede do quarto do casal. (Fotos: Fernando Antunes)
A vista da janela de dona Isolina.
A vista da janela de dona Isolina.
A adega subterrânea, toda em madeira.
A adega subterrânea, toda em madeira.

De volta à escada, os mesmos degraus levam os visitantes também à adega subterrânea, toda de madeira, que armazenava as garrafas de bebidas da família.

Seu José Dibo morreu em 2001. Dona Isolina morou lá até 2013 para 2014. Mesmo com a faixa de aluga-se afixada no portão de entrada, ela continuava ali. "Eu custei a sair de lá. Eu ia e voltava na casa, até desapegar... Foi uma vida inteira, meus filhos foram criados, fiz os 15 anos da minha primeira neta, o noivado da minha filha", enumera dona Isolina. Depois do casamento dos filhos, os 1,8 mil metros quadrados ficaram ainda maior para ela.

Na parte externa, a piscina de mármore ainda preserva a beleza do desejo da dona, acompanhada de uma cascata. Parte da varanda é coberta e o piso segue o mármore. Para os fundos da casa, os banheiros ainda têm placas que indicam onde é o feminino e o masculino e também a sauna.

Piscina de mármore tem até cascata. (Foto: Fernando Antunes)
Piscina de mármore tem até cascata. (Foto: Fernando Antunes)
Uma das mais de 35 plantas originais, feita à mão pelo arquiteto Rubens Gil de Camillo. (Foto: Assessoria)
Uma das mais de 35 plantas originais, feita à mão pelo arquiteto Rubens Gil de Camillo. (Foto: Assessoria)

Como Casa Cor - Em sua quarta edição, a Casa Cor abre as portas na primeira semana de agosto, no número 4.025 da Avenida Afonso Pena, depois de ocupar o Hospital do Câncer, em 2014. O interior da casa deve ser todo reformulado pelos arquitetos que participarão da mostra.

“Em 2016 a Casa Cor está em festa. Celebra 30 anos da marca. E aqui em Mato Grosso do Sul estamos em um imóvel maravilhoso, moderno e estimulante, além de ser muito bem localizado e no tamanho ideal para os profissionais desfilarem seu talento”, afirmou a diretora executiva da Casa Cor MS, Tatiana Ratier, na assinatura do contrato, realizada na última terça-feira. 

Criada em 1987, Casa Cor é considerada hoje o mais completo evento de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas e reúne hoje 18 franquias nacionais e 5 internacionais. 

Sobre ver as portas da casa serem abertas ao público, dona Isolina, proprietária do imóvel, diz que vai marcar e muito. "As pessoas têm vontade de conhecer, de entrar na casa por ela ser diferente, cheia de concreto e eu vou ficar muito feliz".

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Casa Cor abre as portas na primeira semana de agosto. (Foto: Fernando Antunes)
Casa Cor abre as portas na primeira semana de agosto. (Foto: Fernando Antunes)
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