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Arquitetura

Pai e filha levantam casa na garra, gastando bem menos com sistemas alternativos

Adriano Fernandes | 06/04/2016 06:23
De fachada simples, a casa na Rua Júlio Barone no Bairro São Francisco chama atenção pelo ar de rusticidade.
De fachada simples, a casa na Rua Júlio Barone no Bairro São Francisco chama atenção pelo ar de rusticidade.

De fachada aparentemente simples, uma casa na Rua Júlio Barone, no São Francisco, é o exemplo de um projeto feito com sensibilidade. Construída em alvenaria estrutural, com blocos de concreto, o acabamento dos 210 m² é feito aos poucos, há mais de um ano, por pai e filha, que apostaram na originalidade como diferença e economizaram muito nesse processo.

A concepção da obra é do marceneiro apaixonado, Eduardo Cruz Macedo, de 57 anos. Ele e a filha, a fisioterapeuta Liana Silva Macedo, de 30 anos, trabalham, na verdade, desde a construção, que teve inicio em outubro de 2014, usando sistemas que baratearam custos, sempre pensando na questão ambiental.

Entre material e mão de obra, o cálculo final é de R$ 1.190,00 o metro quadrado. Bem mais barato que na forma convencional. "Uma casa do mesmo padrão, no sistema convencional, custaria cerca de R$ 1.8 mil o metro quadrado", diz a arquiteta Denize Demirdjian, responsável pelo projeto.

A casa de 10 cômodos foi pensada para aliar imóvel residencial no segundo andar e, futuramente, uma marcenaria em dois dos salões do primeiro piso. Optar pelo telhado isotérmico, foi uma das formas de diminuir a intensidade de temperatura, mas também assegurar o isolamento acústico.

“A concepção do projeto final da casa não demorou muito, no máximo 30 dias. Mas ainda tive a contribuição do próprio Eduardo e de um calculista, que ficou responsável pelos cálculos da quantidade necessária de blocos, estrutura metálica e também do telhado. O uso de blocos de concreto foi o que mais barateou os custos”, comenta Denise.

O segundo andar é composto por um loft integrado ao sótão.
O segundo andar é composto por um loft integrado ao sótão.
Por fora, os blocos de cimento à vista são aparentes e garante a aparência de imóvel industrial.
Por fora, os blocos de cimento à vista são aparentes e garante a aparência de imóvel industrial.

“Foram três meses trabalhando somente no processo de preparo do terreno, no sistema de fundação da casa e também das paredes”, comenta Eduardo. Além de substituir o tijolo convencional pelos blocos, a construção tem muitos outros sistemas alternativos.

Radier, por exemplo, é uma laje contínua de concreto armado, que é feita em toda a área da construção. Ao todo, foram gastos 26 metros cúbicos de concreto nesta etapa inicial.

O assentamento dos blocos de concreto foi reforçado colocando treliças metálicas, a cada 80 centímetros ou 1 metro, para dar mais resistência e sustentação a armação do primeiro piso do imóvel.

Depois de erguidas as paredes e concluída toda a parte estrutural da casa, que dispensou o uso de madeira, foi a vez de Eduardo e Liana assumirem a conclusão. “Dai em diante fomos apenas nós dois que demos procedimento aos trabalhos. Até então já havia a estrutura do teto, mas ainda faltava a cobertura, por exemplo”, conta.

Além dos detalhes em marcenaria, assentamento dos tijolos da calçada e janelas, Liana também foi a assistente fiel do pai, até na hora de colocar o telhado, feito em telha isotérmica. Em fotos, eles registraram o trabalho durante a obra, que também teve como testemunhas os próprios vizinhos.

“Os vizinhos talvez até pensem que quem ajuda meu pai é o filho, quando na verdade sou eu. Nós dois quem fazemos todo o trabalho sozinhos e também foi uma forma de economizar no acabamento da construção”, brinca Liana.

O sótão é um loft que tem os ambientes integrados semelhante ao conceito de decoração americano. (Foto: Adriano Fernandes)
O sótão é um loft que tem os ambientes integrados semelhante ao conceito de decoração americano. (Foto: Adriano Fernandes)
Até mesmo a escada da residência foi feita por Eduardo e Liana. (Foto: Adriano Fernandes)
Até mesmo a escada da residência foi feita por Eduardo e Liana. (Foto: Adriano Fernandes)
Na parte interna além dos blocos até mesmo a estrutura de energia é aparente. (Foto: Adriano Fernandes)
Na parte interna além dos blocos até mesmo a estrutura de energia é aparente. (Foto: Adriano Fernandes)
A mesa de jantar pode ser adaptada e usada como mesa de sinuca. (Foto: Arquivo Pessoal)
A mesa de jantar pode ser adaptada e usada como mesa de sinuca. (Foto: Arquivo Pessoal)

Eduardo também usou a habilidade em marcenaria para fazer algumas adaptações. No loft que integra sala de estar e cozinha no segundo andar, ele pretende fazer a base das pias em OSB, material usado normalmente para tapumes.

O revestimento será em laca nitro, que é um tipo de impermeabilizante transparente que simula o vidro e evita o contato da madeira com a água. A sala ainda terá mesa de jantar, que pode ser adaptada e utilizada também como mesa de sinuca. O móvel foi feito pelo próprio marceneiro e varia de R$ 3 mil até R$ 4 mil reais, dependendo do tamanho, tipo da madeira, o tampo de pedra ou MDF, por exemplo. 

Ainda no sótão, a suíte terá saída para a varanda que, futuramente, dará lugar a um telhado verde, um jeito de melhorar ainda mais o conforto térmico. Outra criação de Eduardo foi o portão pivotante eletrônico da entrada, construído a base de um material semelhante ao utilizado no telhado.

Nas varanda será construído um pergolado de madeira e, ainda seguindo a onda sustentável, vai ser instalado um sistema de captação de água da chuva.

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O projeto final da casa terá telhado verde e ainda pergolado de madeira. (Foto: Arquivo Pessoal)
O projeto final da casa terá telhado verde e ainda pergolado de madeira. (Foto: Arquivo Pessoal)
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