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Arquitetura

Para dobrar lucro com aluguel, obras transformam 1 casa em 2 pontos comerciais

Paula Maciulevicius | 06/09/2013 06:47
Da casa grande, imóvel ganha adaptação para isolar residência do comércio. (Fotos: Simão Nogueira)
Da casa grande, imóvel ganha adaptação para isolar residência do comércio. (Fotos: Simão Nogueira)

Aos poucos muro e segunda entrada vão tomando conta das antigas casas de Campo Grande. Isso é natural, mas para lucrar em dobro, a arquitetura dá um jeito. As obras conseguem transformar uma residência em dois pontos comerciais. E assim, no lugar de um inquilino, a cobrança é dobrada. Isso quando uma casa não se transforma em diversas salas e assim a renda fica ainda maior.

São vários os exemplos pela cidade. Na Afonso Pena, por exemplo, uma mansão foi dividida por um muro e pequena parte com fachada na avenida ganhou independência para virar comércio. Se fosse oferecida sem a divisão, o preço alto de uma mansão na principal avenida da cidade poderia emperrar a locação por anos.

No Jardim dos Estados, outro caso de projeto que aumentou as possibilidades comerciais de um antigo imóvel. A casa familiar de esquina teve a parte principal "loteada" em salas, com entrada para a Rua da Paz. Já a edícula dos fundos foi isolada, com acesso para o outro lado, voltado para a rua Paraíba.  

Detalhes - Na avenida Afonso Pena, esquina com a travessa Ana Vani, o que foi uma casa só durante 44 anos se transformou em dois imóveis.

A residência continua e com os donos ainda morando ali, mas o que ocupava 650 metros quadrados teve 90 deles separados por um muro, para dar lugar a uma sala comercial. "Dividi a sala maior e individualizei água e luz para poder alugar", conta o engenheiro agrônomo João Marcos Figueiredo, de 50 anos. O foco, segundo ele, é fazer renda.

"Era uma parte que já não se utilizava mais. A gente transformou o aluguel sem perder a funcionalidade da casa", completa. O imóvel, de acordo com a corretora que vai administrar será alugado na faixa dos R$ 8,5 mil.

Na Rua da Paz, casa foi "loteada em salas e, como é de esquina, a edícula ganhou vida própria com acesso pela rua lateral.
Na Rua da Paz, casa foi "loteada em salas e, como é de esquina, a edícula ganhou vida própria com acesso pela rua lateral.

O arquiteto Gil de Camilo reforça que agora a tendência são as casas de localização nobre darem lugar ao comércio. "As pessoas estão saindo dessas casas e a região toda está virando centro. Geralmente se fraciona o imóvel em mais unidades, a não ser que seja uma casa muito nobre", explica.

No cruzamento das ruas da Paz e Paraíba, uma antiga casa se adaptou à arquitetura dos escritórios. Antes azul, ganhou uma cor clean, também para facilitar a locação.

Dos 600 metros de área construída, em mil de terreno, o imóvel foi dividido em um ponto comercial principal, com sete salas e três banheiros, além da entrada que deve receber uma recepção. Entre um espaço e outro, uma porta e uma área impermeável, divide as salas de um grande salão em L.

Lá no fundo, outra obra criou um acesso independente pela Paraíba, também com estacionamento próprio. O espaço ganhou grandes portas de vidro e passou a ser visualmente outro endereço.

O curioso é que se alugado o ponto todo, conforme o administrador imobiliário, Luiz Carlos Anache, os R$ 8 mil pedidos não emplacariam.

No entanto, depois da reforma, cada lado está sendo oferecido por R$ 5 mil. Uma margem de lucro maior, mesmo contabilizando os gastos da obra.

"Dei a ideia do dono fazer um investimento no imóvel. Mas ele vai ter retorno de locação, duas ou três vezes maior. Se você pegar o uso comercial desta área, uma casa antiga não vai ter bom retorno", opina.

As fachadas de muros, grades e portões com garagens vão, aos poucos, trocando de cara. O tapete de 'bem-vindo' das famílias dá lugar às placas comerciais.

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