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Arquitetura

Para exibir as fachadas, vidro assume lugar de muros e de grades nos portões

Elverson Cardozo | 27/03/2013 08:00
Prédio também aderiu à "moda". (Foto: Marcos Ermínio)
Prédio também aderiu à "moda". (Foto: Marcos Ermínio)

Nada de muro cercando o terreno, portões altos e janelas por todo lado, escondendo tudo. Para quem gosta das de arquitetura moderna a proposta é deixar quase tudo à mostra, da fachada ao chafariz ornamental, graças aos vidros, que tem ganhado espaço nas construções de todo mundo, inclusive, em Campo Grande. Mas será que vale à pena deixar "tudo" à mostra?

Em uma escola da rua Rio Grande do Sul, no Jardim dos Estados, o portão principal é transparente. No Monte Castelo, o conjunto de vidros que ocupa metade de um muro deixa à vista um escritório de advocacia. A visibilidade deu destaque à fachada assimétrica.

No bairro Giocondo Orsi, os moradores de uma casa de esquina preferiram unir o muro tradicional ao charme dos vidros. Não há quem não enxergue, de longe, o imóvel construindo com tijolinhos à vista. Na região central, esquina da 15 da novembro com a 13 de junho, o destaque vai para a residência que tem o terreno todo cercado de vidro.

O “modelo” também está presente em condomínios de luxo. Um deles fugiu do incolor e aderiu ao colorido. De alto a baixo, o azul do “muro” chama a atenção e contrasta com o chafariz, que tem azulejos do mesmo tom. Quem pensa em aderir à beleza da transparência deve levar em consideração algumas “regras” básicas. Não é só trocar o velho pelo novo pensando apenas na aparência.

É preciso, primeiro, ter consciência do custo, que costuma ser alto, se comparado às opções mais modestas. A opinião de quem entende do assunto não deve ser dispensada.

O que você precisa saber - A recomendação básica, antes da mudança ou de aderir à “novidade”, é que seja feito um estudo, especialmente se a casa, o prédio, o salão, ou qualquer lugar que seja, tenha sido projetado de maneira “tradicional”.

Na casa, as duas coisas se misturam.
Na casa, as duas coisas se misturam.

Os vidros se encaixam melhor em projetos arrojados. Justificam-se no conceito de arquitetura moderna, mas não há proibições.

De acordo com a arquiteta Letícia Rocha, de 35 anos, o material pode ser utilizado para fins estéticos e térmicos, mas também como correção. “Às vezes, o invés de mostrar uma parte da fachada, eu preciso escondê-la”, explicou. O mau uso, no entanto, pode trazer problemas, como o superaquecimento de ambientes.

A única regra, se tratando da utilização de vidros em ambientes corporativos ou residenciais, é que o material seja próprio para o fim a que vai ser destinado, ou seja, não pode ser “comum”.

A dica da arquiteta é utilizar os laminados duplos e temperados, que oferecem maior resistência. Se quebrar – o que raramente acontece -, o vidro não estilhaça. Fica preso à lâmina.

É indicado para muros, sacadas, corrimão e guarda-corpo. “Se de repente a pessoa chegar a trombar e ele quebrar ele muito provavelmente não vai chegar a cair”, explicou.

Mas o projeto pode ser feito com vidros laminados. A diferença é que eles possuem apenas uma face, mas também não estilhaçam. Podem ser utilizados em “situações de altura”, como janelas de prédios.

Outra opção é o temperado comum, que é mais barato. Se quebrar, estilhaça em pequenos pedaços, mas como não forma pontas, evita cortes. É mais utilizado em vitrines.

Muro de vidros no lugar das grades. (Foto: Marcos Ermínio)
Muro de vidros no lugar das grades. (Foto: Marcos Ermínio)

De maneira geral, não é a espessura que determina a resistência desses modelos. É a forma como foram produzidos. Eles não quebram com facilidade, a não ser que o material sofra impacto justamente em seu “ponto franco”.

Essa “marcação” depende de como a matéria prima foi colocada na têmpera, “o forno que faz com que ele estilhace diferente”, explicou a arquiteta. Descobrir onde fica isso é tarefa para quem entende.

A vantagem para quem prefere os vidros começa pela visibilidade, valorização do imóvel e a segurança. “Arquitetonicamente falando, dá um visual mais limpo e privilegia a arquitetura. A gente consegue valorizar mais a fachada, visão e iluminação”, disse.

Por outro lado, a desvantagem está ligada à manutenção. “Exige uma limpeza periódica, bem mais constante que uma grade”, completou. O valor também é alto. Usar vidros, segundo a arquiteta, pode encarecer uma obra em até 30%, mas o custo-benefício, no final das contas, compensa, garantiu.

Casa localizada no centro se destaca pelos muros transparentes. (Foto: Marcos Ermínio)
Casa localizada no centro se destaca pelos muros transparentes. (Foto: Marcos Ermínio)
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