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Arquitetura

Reforma dá cara contemporânea à casa onde dona usa vitrola até hoje

Paula Maciulevicius | 07/10/2014 06:35
Restaurado, piso de madeira com vitrola coloca mais sentimento à sala do casal. (Foto: Kemily Onça)
Restaurado, piso de madeira com vitrola coloca mais sentimento à sala do casal. (Foto: Kemily Onça)

Os 200m² da casa no bairro Jardim dos Estados, em Campo Grande, foram reformulados. O imóvel ficou fechado por um tempo, até receber o casal de idosos e todo mobiliário tradicional. Comprada pela filha e o genro, o projeto seguiu o orçamento à risca, com a proposta de fazer uma fachada contemporânea e ainda deixar o ambiente com o perfil dos donos.

A reforma foi feita sem pressa e levou entre 5 e 6 meses para chegar ao resultado final. A proposta da arquiteta Kemily Onça era fazer a readequação da fachada usando uma linguagem mais contemporânea e por dentro, criar aberturas para tornar o ambiente mais claro e ventilado. 

Na fachada, o projeto trabalhou a volumetria da casa. O telhado, que na imagem anterior se resumia às duas águas, ganhou traços de modernidade apenas com um painel à frente. "Não mexemos na estrutura, apenas colocamos uma placa cimentícia", explica a arquiteta. A placa foi posta no lado esquerdo do telhado parafusada à uma estrutura metálica. Aos olhos o efeito é de alvenaria, no entanto não se trabalhou com vigas e nem pilares de concreto.

Antes: Telhado que na imagem anterior se resumia à duas abas. (Foto: Kemily Onça)
Antes: Telhado que na imagem anterior se resumia à duas abas. (Foto: Kemily Onça)
Depois: Casa ganhou ares de modernidade apenas com um painel à frente. (Foto: Kemily Onça)
Depois: Casa ganhou ares de modernidade apenas com um painel à frente. (Foto: Kemily Onça)

"A alvenaria é um recurso que pesa e este não, é mais leve e mais rápido. Cortamos o beiral do telhado, colocamos a estrutura na frente e fechamos com a placa cimentícia. Fica mais em conta, poque você concentra mão de obra e também é mais rápido de fazer", pontua Kemily.

A porta que anteriormente ficava na frente e à mostra de um modo que, quando aberta daria toda visão da casa, mudou de lugar.

O projeto colocou a entrada na lateral. As três janelas basculantes e com esquadrias de ferro também foram trocadas por uma única, ampla e de correr. "Ela permite ventilação e iluminação", observa a profissional. Por dentro, só a mudança na janela já trouxe claridade a ponto de parecer até outro ambiente. Em relação às cores, o azul um tanto desbotado de antes deu lugar aos tons mais sóbrios.

Os móveis do casal são carregados de história, aqueles antigos de madeira e para isso, Kemily buscou cores neutras para compor um espaço equilibrado. O piso da casa era de madeira, estava desgastado pelo tempo e a falta de manutenção, mas ainda assim foi mantido. Ao contrário da maioria dos consumidores que daria preferência ao porcelanato, os donos preferiram conservar.

O piso correspondia só à sala, a arquiteta propôs e os donos 'compraram' a ideia. A madeira foi lixada e passada duas camadas de produto para a recuperação do piso. "Antes ele estava tão sujo que a gente nem sabia como ele era. Ficou a cor original. Lógico que o piso dá manutenção, mas é como qualquer outro", compara Kemily.

Banheiro pode ter detalhes coloridos em tom de verde nas pastilhas. (Foto: Kemily Onça)
Banheiro pode ter detalhes coloridos em tom de verde nas pastilhas. (Foto: Kemily Onça)

Por dentro, o ponto alto da casa está logo no hall de entrada: a vitrola da dona portuguesa que ainda funciona. O aparelho já fazia parte do acervo da senhorinha há anos e foi paixão à primeira vista quando a arquiteta foi conhecer o mobiliário da família. "É um amor aquela vitrola, ela até colocou para eu ouvir. Ela é chei de retratos e ela me disse que de vez em quando dançava com ela na sala", descreve Kemily.

Na casa nova a vitrola não virou o centro, mas ficou em destaque até com iluminação. Ao invés do aparador convencional, a residência recebe os convidados com uma vitrola. "A entrada da casa sempre tem um aparador ou um espelho, sugeri que colocassem a vitrola ali, com os porta-retratos, os discos".

A cozinha ganhou luz com os armários brancos e a mudança de circulação. A opção pelo revestimento branquinho foi seguindo o gosto da dona. Já o banheiro, podia ter detalhes coloridos. O tom de verde foi passado para as pastilhas da parede da pia no lugar dos azulejos que já não estavam em bom estado.

O vaso, o revestimento e todos os metais do cômodo foram substituídos. "Diminuímos o pé direito com um rebaixamento de gesso e atrás deste espelho, tem iluminação de LED". A bancada é de "nanoglass", material sintético semelhante à pedra, mas homogêneo na cor e com acabamento liso.

Sem pressa, o projeto acabou saindo R$ 40,00 o metro, conforme a arquiteta.

A cozinha ganhou luz com os armários brancos e a mudança de circulação. (Foto: Kemily Onça)
A cozinha ganhou luz com os armários brancos e a mudança de circulação. (Foto: Kemily Onça)
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