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Artes

Artistas são barrados na entrada da feira e criticam rumos da cultura na cidade

Vinícius Squinelo | 26/08/2013 21:13
Manifestação popular foi barrada por seguranças (foto: Mara Rojas)
Manifestação popular foi barrada por seguranças (foto: Mara Rojas)
Confusão ocorreu na entrada da Feira Central.
Confusão ocorreu na entrada da Feira Central.

Com o “portão batido na cara” e a sensação de que não há mais espaços culturais em Campo Grande, integrantes do Cordão Valu e do grupo de teatro popular Maracangalha protestam após terem sido barrados ao tentarem entrar na Feira Central de Campo Grande.

Na noite de ontem, artistase apoiadores faziam cortejo de São Genésio, em homenagem aos 7 anos de existência do Teatro Imaginário Maracangalha, mas a tentativa de passar pela feira central desencadeou a confusão. O responsável pela portaria do local público não permitiu a entrada do cortejo e bateu com o portão na cara do grupo sem dar uma explicação sequer, reclamam os artistas.

Depois de muita discussão, batidas de tambores, e até citações da Constituição Federal, o cortejo entrou na Feira Central, para ter nova surpresa. Os integrantes do manifesto artístico popular foram abordados por mais dois homens, que informaram que um evento estava sendo realizado na Feira e eles estariam atrapalhando.

“Então eu disse pra ele que abordagem no portão deveria ter sido de outra forma, disse que o rapaz deveria ter nos explicado o motivo, e não fechar o portão na nossa cara, e ele simplesmente virou para mim e disse que o rapaz podia sim fechar o portão”, reclamou Silvana Valu, em postagem conjunta com Eronildo Barbosa da Silva, na página do Cordão da Valu no Facebook.

O cortejo seguiu seu rumo, sem atrapalhar o tal evento realizado na Feira Central, garantem os artistas.

Oportunidade – Após o caso, Silvana e Eronildo aproveitaram para reclamar da falta de respeito e de espaços culturais em Campo Grande, infelizmente, no dia em que a cidade morena comemora 114 anos.

“A praça Ary Coelho está cercada, vários movimentos já foram proibidos de se manifestar ali. E durante o dia também não se pode ficar na praça tranquilamente, pois fica tocando uma música num volume super alto, e as pessoas que ali estão ficam reféns do gosto musical do guarda da praça, que não é dos melhores. Estou indignada como cidadã e moradora de Campo Grande”, opinou Silvana.

Pela mesma toada relata Eronildo. “Nos últimos dias a cultura de Campo Grande tem sido vilipendiada grosseiramente. Os bares, que ofertam música ao vivo estão fechando ou amargando sérios prejuízos porque não podem ter musica ao vivo. A orla morena, por sua vez, por imposição de uma louca que ali reside não pode apresentar o teatro de rua, e agora, a feira do sobá que a cultura da cidade adotou com muita força, proíbe, de forma canalha, que a cultura popular mostre sua performance naquele espaço”, lamentou.

Veja os depoimentos na íntegra (retirados do Facebook) - "Esses últimos dias tenho postado várias fotos da nossa cidade, com muito orgulho de algumas histórias que eu vivi e de outras que só ouvi contar.

Porém justo hoje no dia do aniversário de Campo Grande venho deixar aqui minha indignação pelas várias coisas que vêm acontecendo na nossa cidade, fatos que infelizmente já estão ficando corriqueiros.

Pois bem, ontem ao fazermos o cortejo de São Genésio com o Teatro Imaginário Maracangalha e tentarmos entrar na feira central, fomos impedidos pela pessoa responsável pela portaria, que fechou o portão na nossa cara e nos impediu de entrar, sem dar nenhuma explicação do porquê daquilo. É claro que não ficamos quietos, começamos a gritar para que todos vissem o que estava acontecendo, o Fernando Cruz citou a constituição para o rapaz que nos impedia, tocávamos os tambores bem alto... Sei que abrimos o portão e entramos gritando: "ocupem os espaços públicos". Antes de chegarmos ao meio da feira fomos abordados por mais dois homens dizendo que não poderíamos continuar, pois ali estava tendo um evento. Então eu disse pra ele que abordagem no portão deveria ter sido de outra forma, disse que o rapaz deveria ter nos explicado o motivo, e não fechar o portão na nossa cara, e ele simplesmente virou para mim e disse que o rapaz podia sim fechar o portão.

Eeeepaaa! Assim não, somos gente, somos cidadãos, somos campograndenses e essa cidade também é nossa. O povo já está cansado do conservadorismo e dos abusos de poder nessa cidade. Essa mesma feira fechou os banheiros, no sábado de carnaval, para o Cordão Valu esse ano.

A praça Ary Coelho está cercada, vários movimentos já foram proibidos de se manifestar ali. E durante o dia também não se pode ficar na praça tranquilamente, pois fica tocando uma música num volume super alto, e as pessoas que ali estão ficam reféns do gosto musical do guarda da praça, que não é dos melhores.
Estou indignada como cidadã e moradora de Campo Grande.

Pois somos GENTE, merecemos respeito" (Silvana Valu).

"TEATRO DE RUA E OS VAGABUNDOS . Nos últimos dias a cultura de Campo Grande tem sido vilipendiada grosseiramente. Os bares, que ofertam musica ao vivo estão fechando ou amargando sérios prejuízos porque não podem ter musica ao vivo. A orla morena, por sua vez, por imposição de uma louca que ali reside não pode apresentar o teatro de rua, e , agora, a feira do sobá que a cultura da cidade adotou com muita força, proíbe, de forma canalha, que a cultura popular mostre sua performance naquele espaço. Ainda bem o povo do teatro não tem medo de cara feia. Abriu os portões e desfilou por la garbosamente. Os safados que dirigem a feira precisam saber, de verdade, que ali é publico. Que deve estar aberto para a cultura. Fevereiro tá chegando. Se fecharem os portões é muito bom que o pessoal entre na marra. Depois, os engomadinhos vão dizer que a Silvana Valu e seu pessoal é anarquista, comunista, Ninja e outras coisas novas que eu nem aprendi a escrever ainda . Cuidado moçada. A praça é do povo. Respeite a cultura de rua. Vivemos outro momento. A feira só existe porque o povo quer. saibam dissooooooooooooooooooooooooo" (Eronildo Barbosa da Silva).

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