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Artes

Biografia mostra as primeiras escolas de Mato Grosso feitas de pau a pique

Naiane Mesquita | 06/08/2016 07:52
Primeiras escolas da região norte do Estado de Mato Grosso eram de pau a pique
Primeiras escolas da região norte do Estado de Mato Grosso eram de pau a pique

Quando o Estado de Mato Grosso ainda era um grande “sertão”, as escolas de pau a pique foram a única salvação para as famílias que chegavam em um Centro-oeste desconhecido e que sofria com os casos frequentes de malária. Nesse cenário de insconstâncias e muitas lutas surge o professor e então ex-senador da república, Osvaldo Sobrinho, 67 anos, como um provocador da época.

Biografia acompanha toda a trajetória de Osvaldo
Biografia acompanha toda a trajetória de Osvaldo

Essa e outras histórias chamaram a atenção do jornalista Oscar Ramos Gaspar, 63 anos. Apesar de nascer em Londrina, a trajetória do repórter está relacionada tanto com Mato Grosso quanto Mato Grosso do Sul, onde construiu a carreira ao longo dos anos. “Eu tenho 40 anos de jornalismo. Hoje eu não faço mais aquele jornalismo tradicional, não tenho fôlego e não me interessa nesse formato. Mas fundei o jornal Folha do Povo em Campo Grande e também fui secretário de comunicação no governo do Pedro Pedrossian”, relembra Oscar.

Em Mato Grosso, Oscar foi correspondente do Estado de São Paulo em Cuiabá e por isso lembra tanto das histórias da região. “Agora estou me dedicando as biografias. Além dessa, tenho mais dois projetos em andamento que, por enquanto, não posso contar detalhes”, indica.

Para construir a biografia de Osvaldo, o escritor precisou de 60 entrevistas e uma dedicação total de meses. “Esse processo durou três anos, com dedicação exclusiva nos últimos seis meses. Conto toda a história do Osvaldo desde o nascimento, a época em que ele morou em Fátima do Sul, no interior de Mato Grosso do Sul, onde ainda reside a mãe dele, que está viva. Naquele período a cidade ainda se chamava Vila Brasil”, frisa.

Jornalista Oscar Ramos Gaspar trabalhou três anos no projeto
Jornalista Oscar Ramos Gaspar trabalhou três anos no projeto

Aos 15 anos, Osvaldo mudou-se para Mato Grosso com o fim de aprimorar os estudos. Por lá, acabou ficando e seguindo com a carreira de professor e posteriormente, político. “A partir da 1985, 1986, Osvaldo começa o grande trabalho como educador, na selva mesmo, na região da Chapada dos Guimarães, no sertão, onde não tinha nenhuma estrutura, era uma questão de emergência humanitária, podemos considerar essa época como um apagão da educação, sendo que não havia escola em um raio de mil quilômetros”, explica Oscar.

O jeito foi construir escolas de pau a pique e contratar jovens para lecionar. “Vieram muitos trabalhadores do Paraná, então contrataram jovens que mal tinham o ginásio para dar aulas, era o jeito. Nessa região existem hoje 50 municípios, para se ter uma ideia do tamanho territorial”, frisa.

Como exemplo, a cidade de Sinope contava com apenas duas casas de família na região. “Nao tinha nada. O Osvaldo continuou na luta pela educação até a criação da Universidade Estadual de Mato Grosso e posteriormente como político, deputado estadul, vice-governador e senador”, ressalta.

O livro será lançado primeiramente em Mato Grosso, em Cuiabá, no Salão nobre do Sesc Arsenal. “Estou conversando com a editora para que os exemplares também sejam comercializados em Campo Grande”, indica.

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