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Artes

Coletivo de artistas inaugura sede com campanha para doação de absorventes

Anny Malagolini | 06/04/2013 09:43
O produtor Givago Oliveira
O produtor Givago Oliveira

O coletivo “T’amo na Rodoviária” agora tem um QG. É outro movimento a se instalar na antiga rodoviária de Campo Grande e reforçar a vocação do lugar para a Cultura. E já na inauguração, o grupo deixa claro qual o "espírito da coisa". Começa com uma ação transgressora: "Fogo nas Entranhas", campanha para doação de absorventes a moradores de rua de Campo Grande.

O nome é cópia de livreto do diretor e escritor Pedro Almodóvar, que além da frase perturbadora, também teve a ilustração da obra estampada no cartaz da ação do “T’amo na Rodoviária”: uma mulher soltando fogo pela boca. Nos detalhes, fica evidente que a ideia não é apenas ser solidário, mas criar o burburinho.

A campanha também quer recolher materiais de higiene pessoal. “Observamos que a maior queixa entre elas era o fato de não serem mais mulheres, por não terem o mínimo da higiene pessoal”, conta um dos coordenadores do coletivo, Givago Oliveira.

O pedido começou pelas redes sociais e agora terá como ponto de coleta o endereço na velha rodoviária. Para a proposta vingar, o produtor explica que os absorventes, por exemplo, serão retirados da embalagem original do produto, para não correr o risco de serem vendidos ou trocados por droga. “Temos que ser melindrosos, por que senão eles dão outro destino ao produto”, esclarece.

Livro de Almodóvar inspirou arte da campanha.
Livro de Almodóvar inspirou arte da campanha.

Endereço fixo - Além de campanhas do tipo, para atender pessoas que peregrinam pela rodoviária, o grupo que agora tem endereço fixo trabalha com documentários e cursos. A turma tem músicos, atores e cineastas.

Há dois anos surgiu a ideia de ocupar com Cultura e mobilização o prédio que teve o transporte de passageiros desativado em 2010. Na sala cedida ao grupo, antes funcionava um salão de beleza.

No ano passado, o coletivo gravou o documentário “T’amo na rodoviária”, sobre o cotidiano local, de trabalhadores e frequentadores.

Ainda em branco, a sala que recebe o coletivo tem dois andares. O de cima vai abrigar um estúdio para o curso “Do auto retrato ao Instagran”, uma oficina que vai ensinar a arte da fotografia, utilizando como cenário a rodoviária e a vizinhança.

O coletivo não conseguiu apoio de fundos municipal e estadual de Cultura, mas garante que as aulas vão acontecer da mesma forma, com a colaboração de profissionais da aérea. O curso tem início na próxima semana, o dia e o horário serão divulgados aqui.

Ocupação começou pela poesia no varal.
Ocupação começou pela poesia no varal.
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