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Artes

Com 17 filmes no currículo, ator mostra que MS produz bem, mesmo sem verba

Lucas Arruda | 24/10/2015 07:45
Espedito como dono do bar na última produção que participou, Solidão e Meia (Foto: Helton Perez)
Espedito como dono do bar na última produção que participou, Solidão e Meia (Foto: Helton Perez)

Trabalhar como ator de cinema em Mato Grosso do Sul não é nada fácil. Mas o audiovisual tem garantido bons papéis por aqui. Talvez hoje, quem mais sabe disso é Espedito Di Montebranco, que já participou de 17 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens, desses, oito só no ano passado.

Seu primeiro filme foi em 2000: “O Bebê de Maria”. Antes de se aventurar no mundo do cinema, Espedito era servidor público e neste ano largou tudo para se dedicar somente a arte e cultura. “Fiquei por 18 anos no funcionalismo público, até que decidi trabalhar com o que amo. Eu também faço teatro, televisão, trabalho com montagem de cenário, escrevo, faço iluminação e outras coisas nas outras produções que participo”, revela.

Ele no curta Espera, gravado em 2012 (Foto: Render Brasil)
Ele no curta Espera, gravado em 2012 (Foto: Render Brasil)

Depois do primeiro filme, foram sete anos até entrar em outra produção. E já foi uma internacional, o longa “Birdwatchers – Terra Vermelha”, do diretor italiano Marco Bechis. A partir de então foram bastante participações, até o grande boom em 2014, quando chegaram os oito filmes.

Este ano não fez tantas produções quanto no ano passado, por enquanto apenas duas, mas ele acredita que aqui tem bastante coisa boa e muito filme saindo. “O que é feito aqui não é diferente do que é feito lá fora, temos muita coisa boa aqui, só que não é valorizado”, avalia.

Segundo ele, o que falta principalmente é o apoio do poder privado. “O que é distante aqui é o valor. Nas produções de outros estados há muito mais investimentos, tanto em curtas, médias e longas”, afirma. “Mas se formos parar para analisar também, as leis estaduais para captação de recursos são muito poucas”, completa.

Por conta da falta de verba, a maioria dos filmes daqui são curtas-metragens. “O cinema é bem mais caro que o teatro, por exemplo, por isso as produções são menores, por falta de grana”, diz.

Para melhorar esse cenário, Espedito acredita que o público e o privado têm de se aproximar mais dos cineastas daqui. “Nós temos excelentes roteiros, com muita identidade. Quando você assiste uma produção daqui sabe que é daqui. Eles mostram nossa geografia e nossa história. Por isso que, principalmente as empresas, tem que investir e acreditar mais no que é feito, eles só passam a querer injetar alguma grana depois que o trabalho está finalizado, aí não há mais nada no que se investir”, explica.

Este ano, o último trabalho foi “Solidão e Meia”, do diretor Helton Perez. Ele espera continuar participando de muitas produções em nossa terra, apesar de saber das complicações. “Tem coisas ruins aqui, mas a maior parte do que é feito é bom. É assim em todo o lugar”, conclui.

Somente no ano passado Espedito participou de oito produções, dobrando sua filmografia. "Desafio de Viola" é uma delas (Foto: Tania Sossa)
Somente no ano passado Espedito participou de oito produções, dobrando sua filmografia. "Desafio de Viola" é uma delas (Foto: Tania Sossa)
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