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Artes

Com a influência de quem nasceu pertinho do Paraguai, revista fala da América

Naiane Mesquita | 28/11/2015 07:23
O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica foi o primeiro entrevistado da revista Calle2 (Foto: Reprodução/Revista Calle2)
O ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica foi o primeiro entrevistado da revista Calle2 (Foto: Reprodução/Revista Calle2)

Separadas por ruas, pontes ou casas, as fronteiras na América Latina são símbolos de uma divisão que não existe no coração de seus moradores. Quem cresceu próxima dessas barreiras ilusórias descobre com o tempo que a cultura se mescla, se transforma e cria oportunidades únicas e fortes de integração em pequenas ações, como beber um tereré ou falar um “portunhol”.

O jornalista Guilherme Soares Dias é campo-grandense e leva a experiência entre as fronteiras de MS, Paraguai e Bolívia para as páginas eletrônicas (Foto: Reprodução/Facebook)
O jornalista Guilherme Soares Dias é campo-grandense e leva a experiência entre as fronteiras de MS, Paraguai e Bolívia para as páginas eletrônicas (Foto: Reprodução/Facebook)

Percorrendo esses pontos de união e afastamento que a revista eletrônica Calle2 chega a grande plataforma chamada internet, para mostrar o que a América Latina se tornou ao longo dos anos.

O nome é uma referência ao ponto mais ao norte do nosso continente, em Los Algodones, na fronteira do México com os Estados Unidos. A inspiração reside na simplicidade do local, com mercadinhos de tapetes coloridos e um carrinho de cachorro-quente, tão semelhante a tantos lugares que carregam o sangue latino.

Um dos colaboradores da revista é o jornalista Guilherme Soares Dias, 30 anos, que como campo-grandense sabe muito bem o significado da cultura fronteiriça, com grandes traços da América Latina. Ele divide a responsabilidade da revista com os também jornalistas Ana Magalhães e Julio Henrique Silvestre Simões.

“Eu nasci em Campo Grande, fiz faculdade na cidade e a questão da fronteira é muito presente. Cresci consumindo música, comida, coisas materiais, como viajar muito para o Paraguai para comprar algo, e quando me mudei para São Paulo percebi o quanto era rico e um diferencial essa vivência, esse contato com outros países, outros lugares”, afirma Guilherme.

Mesmo morando em uma capital como São Paulo, que respira múltiplas culturas, o jornalista percebeu que o afastamento da fronteira causava uma distância natural entre as manifestações latino-americanas.

“Pessoas de outros lugares não tem essa relação tão próxima. Depois que fiz a pós-graduação em jornalisto literário, que é um texto mais narrativo, de contar histórias, nós pensamos em criar uma revista que tivesse um diferencial e surgiu o tema da América Latina, principalmente porque não há publicações nesse sentido”, ressalta.

A rua Calle que empresta o nome a publicação
A rua Calle que empresta o nome a publicação

A primeira edição chegou conta com uma entrevista extensa com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. Nele, não só os temas corriqueiros como a legalização da maconha foram abordados, mas também alguns pontos pouco abordados na grande mídia, entre eles, a Guerra do Paraguai, uma aliança feita entre Brasil, Argentina e Uruguai que destruiu o nosso Estado vizinho e trouxe grandes consequências para o seu desenvolvimento.

“Quando a gente estava pensando na estreia queríamos um ícone que trouxesse essa questão da América Latina, alguém que desse um pouco a cara dessa revista e o Mujica tem essa coisa da simplicidade, da força, do desejo de mudança e ele mesmo se intitula como um soldado da integração latina-americana”, frisa.

Para a próxima edição, os jornalistas entrevistaram a master chef argentina Paola Carosella. “Será disponibilizada toda quarta-feira, com um conteúdo novo. A ideia é seguir com o jornalismo independente, queremos fazer parte disso, com novos e bons projetos que tem surgido o tempo todo”, acredita.

Confira a edição no link: calle2.com/

Foto do Equador, para a reportagem "Uma viagem ao Pescoço da Lua".
Foto do Equador, para a reportagem "Uma viagem ao Pescoço da Lua".
Revista também tem espaço privilegiado para a fotografia.
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