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Artes

Com memórias do pai pantaneiro, Raquel Anderson lança primeiro livro aos 52 anos

Thailla Torres | 09/01/2017 06:20
Autora se dedicou a narrar as lembranças do pai e um pouco do comportamento do homem pantaneiro. (Foto: Fernando Antunes)
Autora se dedicou a narrar as lembranças do pai e um pouco do comportamento do homem pantaneiro. (Foto: Fernando Antunes)

Raquel Anderson encontra poesias por onde passa e carrega no coração a simplicidade. É por enxergar o mundo de outra maneira, que aos 52 anos ela lança o seu primeiro livro. A obra é uma homenagem ao pai que já faleceu.

“Oswaldão, obséquios pantaneiros” é um apanhado de memórias, que diz muito sobre o comportamento do homem que nasceu e teve uma vida de proximidades com o Pantanal.

“Eu tive o meu pai como referência imediata desse homem pantaneiro. A grande sacada é o humor leve ao lembrar expressões e o jeito autêntico desse homem”, explica Raquel.

Capa do livro carrega imagem do pai e o bordado feito por Raquel. (Foto: Fernando Antunes)
Capa do livro carrega imagem do pai e o bordado feito por Raquel. (Foto: Fernando Antunes)

Raquel nasceu e cresceu em Aquidauana. Dos paralelepípedos ao contato com a natureza, ela diz que hoje reconhece que precisa de pouco para ser feliz.

“Meu pai e os homens pantaneiros viveram nessas regiões há mais de 50 anos, quando nem sonhava com o advento da tecnologia. Tinham uma simplicidade na maneira de falar e cuidar das pessoas. E foi aí que eu comecei a extrair o melhor e o que tem de mais delicado neles, apesar de todo jeito rude, de uma pessoa que viveu nos moldes antigos”, descreve.

As 123 páginas são cheias de poesias e lembranças de Raquel ao longo de 50 anos. Foi cerca de um ano para escrever o livro que veio graças ao incentivo da família e ao despertar para um novo momento.

“Costumo dizer que eu tinha uma inquietude, mas não sabia o que era. Um dia assistindo a um documentário da Helena Meireles, em um domingo, identifiquei na maneira dela falar, a presença de toda autenticidade, que lembrava muito o meu pai. Foi aí que tive um despertar e me senti pronta para escrever”, relata.

A maturidade teve muita importância para um recomeço, revela. “Nunca achei que era tarde para nada. Mas confesso que é exatamente com a idade que vi a vida com outros olhos. Tem gente que carrega esse medo de envelhecer, mas é a coisa mais rica que temos, a velhice é sabedoria, experiência de vida e sempre lidei muito bem com isso. Tanto que não me importo em ter escrito o primeiro livro só após os 50 anos”, diz.

Raquel ainda comemora o reconhecimento na poesia. No ano passado, ela ganhou em um concurso de poesias para um livro sobre a cantora Maria Bethânia. “Entre todas as atividades pelo aniversário de 72 anos dela, houve um concurso através da fanpage para fazer um livro, onde seriam selecionadas apenas 25 poesias e eu fui uma das autoras”, se orgulha.

Desde então, Raquel que é historiadora e se dedica as pesquisas culturais em Aquidauana, vem se dedicando a literatura. Tanto que essa não será a única edição lançada neste ano. Ela já dedica a uma nova obra. “Já tenho ideias na alma, mas novos projetos irão surgir. Mas sempre permeando esse universo pantaneiro e a percepção da simplicidade que faz ser a fonte de vida”, afirma.

O livro está a venda da livraria Leparole, na Euclides das Cunha, 1126, Jardim dos Estados. No dia 12 de janeiro, Raquel Anderson fará o lançamento na leitura do Shopping Campo Grande.

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