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Artes

De 18 vagas para meninas no Bolshoi, 3 ficam com bailarinas de MS

Lado B | 22/10/2013 07:51
Seleção feita no fim de semana em Santa Catarina. (Foto: Jornal Zero Hora)
Seleção feita no fim de semana em Santa Catarina. (Foto: Jornal Zero Hora)

O nome é a grife da dança mundial, por isso tamanha vontade de deixar Mato Grosso do Sul para estudar na sede do Bolshoi em Santa Catarina. O sonho este ano virou realidade para Amanda, Sarah e Louis Aparecida, que representaram Mato Grosso do Sul na seletiva nacional, realizada no fim de semana em Joinville.

O processo é tão rigoroso, que das 20 vagas para meninas, apenas 18 foram preenchidas, 3 delas por sul-mato-grossenses talentosas. Duas desembarcaram ontem em Campo Grande, ansiosas para arrumar as malas e se mudar de vez para a cidade catarinense.

“Vi o sonho se tornar realidade. O próximo passo é ir de mudança”, reforça Sarah Urrutia, que saiu de Corumbá para lutar em Joinvile por uma vaga.

Pelo futuro dela, o sacrifício da família será grande. O pai, Francisco Urrutia, de 43 anos, prevê uma transformação para garantir o futuro da filha. “Minha mulher e os 3 filhos vão ter de se mudar de Corumbá. Vou ficar longe, mas a felicidade dela é o que importa. Já estou até com saudade”, comenta.

Pelos próximos oito anos, Sarah e as outras 2 meninas sul-mato-grossenses terão a oportunidade de aprender balé na escola mais respeitada do mundo, com bolsa integral. Elas estão no grupo de 51 crianças e adolescentes, entre meninos e meninas, que começam as aulas em fevereiro de 2014.

Louis, recebida no aeroporto de Campo Grande. (Fotos: João Garrigó)
Louis, recebida no aeroporto de Campo Grande. (Fotos: João Garrigó)
Sarah, feliz da vida com a vaga no Bolshoi.
Sarah, feliz da vida com a vaga no Bolshoi.

Em todo o Brasil, foram 4.069 inscritos para a pré-indicação, concorrência de 53 por vaga. Depois da escolha nos estados, 594 passaram pela etapa médico-fisioterápica, que avalia postura, estrutura e habilidades físicas e motoras, frequência cardíaca e respiratória, percentual de massa corpórea, força, musculatura e articulações.

Do grupo, 233 chegaram à fase de avaliação artístico-musical e cognitiva, para medir habilidades técnicas, musicalidade, projeção cênica e desempenho intelectual.

Louis Aparecida Torres Pereira, de 11 anos, venceu a maratona. Ela dança desde os 8 e só pensa no que virá em 2014. “Estou ansiosa para me mudar, adorei a cidade, acho que nem vou sentir falta daqui”.

“Ficou mais do que comprovado que talentos Mato Grosso do Sul tem, o que faltava era oportunidade”, avalia Iara Costa. Ela é sócia da empresa Gazeta Regional, que este ano trouxe pela primeira vez uma pré-seleção do Bolshoi
a Mato Grosso do Sul. “Temos vários projetos importantes de dança aqui no Estado, como o Moinho Cultural de Corumbá. Isso é o fruto”, comemora.

As meninas vão estudar das 7h30 às 12h, com 3 refeições fornecidas pela escola, e no período da tarde vão para as aulas no ensino regular.

Como não é garantida moradia, um passo importante agora seria conseguir incentivos do poder público para a criação de uma “Casa Social” para as estudantes de Mato Grosso do Sul, projeto já encampado pelos governos do Piauí, Bahia, São Paulo e Mato Grosso.

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