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Artes

De Campo Grande para o palco em São Paulo, ouvindo Gilberto Gil de camarote

Lenilde Ramos | 13/11/2016 07:25
De Campo Grande para o palco em São Paulo, ouvindo Gilberto Gil de camarote

Conheci Gilberto Gil, em 1975, em Sampa, no lançamento do disco Refazenda, num teatro lotado e com gente ainda tentando entrar.

Minha irmã e eu fomos abrindo caminho na multidão até a portaria. Ali na frente de todo mundo, ela começou a ter um piripaque: "vou vomitar... vou desmaiar..."

Os seguranças abriram a porta e, num segundo, ela me puxou pra dentro. Os que viram a cena começaram a forçar a porta de vidro, desviando a atenção dos seguranças e assim entramos no teatro entupido de gente, passando por cima do povo sentado no chão, até ficarmos espremidas num beco sem saída.

O jeito foi pular pra cima do palco e ficar num cantinho por ali. Enquanto a plateia gritava e os seguranças nos mandavam descer, a emblemática figura de Gil entrou em cena e a euforia nos deixou invisíveis.

Daquele cantinho privilegiado ouvimos de camarote: " Abacateiro, acataremos teu ato... traga-me um copo d´água, tenho sede... por ser de lá do sertão... nos meus retiros espirituais descubro certas coisas tão normais...".

Depois do show nos juntamos aos "hoadies" e aos músicos e rolou o maior papo até chegarmos à figura de Gil, que achou o maior barato as duas tietes sentadas no chão, cantando com ele o tempo todo.

Quando as luzes se apagaram, nos despedimos com um abraço. Um tempo depois reencontrei Gil na casa do amigo Humberto Espindola.

Em outro tempo nos vimos num show na UFMS e, outra vez, quando nos trompamos no Galeão, foi ele quem disse: "Olha a menina de Campo Grande, amiga de ”Humbéérrto" e ganhei mais um abraço.

Salve Gilberto Gil. Gratidão por sua música. Estamos com você !

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