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Artes

Depois de operação do Gaeco, FIC volta com mesmo valor, mas com novas regras

Ângela Kempfer e Leonardo Rocha | 14/12/2015 11:52
Governador Reinaldo Azambuja lançou editais na manhã de hoje, ao lado do secretário de Cultura. (Foto: Marcos Ermínio)
Governador Reinaldo Azambuja lançou editais na manhã de hoje, ao lado do secretário de Cultura. (Foto: Marcos Ermínio)

O governador Reinaldo Azambuja garante que há dias é cobrado pela Secretaria de Cultura sobre o lançamento de editais. Nesta segunda-feira, finalmente, o anúncio foi feito. O Estado vai liberar R$ 7 milhões em editais para a Cultura, R$ 5 milhões apenas para o FIC (Fundo de Investimentos Culturais do Estado de Mato Grosso do Sul).

“Vamos poder ajudar diversos setores, apesar do ano de dificuldades que ainda teremos em 2016. Os editais tiveram ampla discussão com os setores, com a participação do pessoal da Cultura”, explica o governador.

No total, são 8 editais, além do FIC. Também foram lançados os prêmios Rubens Correa de Teatro e Célio Adolfo de Dança, ambos no valor de R$ 240 mil, o Circuito Sul-Mato-Grossense de Teatro terá R$ 350,00 e o Circuito Dança do Mato outros R$ 350,00 mil. Para o cinema são R$ 169 mil e o Som da Concha volta com R$ 405,00 mil disponíveis aos artistas regionais. O edital de audiovisual para curtas-metragens terá R$ 160,00.

Dos R$ 5 milhões do FIC, R$ 1 milhão será destinado para as fundações municipais de cultura.

Em fevereiro, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) recolheu documentos e abriu investigação sobre suposta fraude na utilização de R$ 500 mil destinados a convênios financiados pelo FIC, entre 2013 e 2014. O resultado é a reformulação nas regras.

Entre as novidades, estão 80 especialistas, contratados via seleção pública, que vão avaliar e depois emitir pareceres para a coordenação do FIC. Segundo o governo, os critérios de pontuação também mudaram e agora são bem embasados, para acabar com subjetividade na avaliação dos projetos inscritos.

Representante do Fórum Estadual de Cultura, o ator e diretor Vitor Samudio lembra que 2015 foi um ano terrível sem investimentos públicos. “Quando começa uma crise econômica, o primeiro setor que os gestores cortam é a cultura. Ainda tratam como perfumaria. Mas a Cultura é essencial, junto com a Educação”, defende.

Na avaliação dele, os 9 editais já são um alento. “Um bom sinal para 2016. Mas além dos editais do FIC, o setor espera políticas públicas voltadas para a Cultura”, avisa.

O maior problema de 2015 foi a ausência da prefeitura, com muitos pagamentos atrasados e nenhum edital publicado. “Os músicos ainda continuam com shows em bares, os atores fazem espetáculos de rua... Nosso grupo existe há 30 anos e a gente se vira como pode, por isso não depende tanto do poder público. Mas o apoio melhora a produção dos espetáculos”, justifica Jair de Oliveira, do Grupo Unicórnio.

A expectativa é de que no segundo ano de governo o Estado esteja mais tranquilo para investir. “Mas em Campo Grande a insegurança continua. Por isso defendemos um calendário definido de eventos, festivais, lançamentos de editais, para o setor se programar melhor”, comenta Jair.

Os artistas também aproveitaram para cobrar mais apoio da iniciativa privada. “Empresas privadas investem muito pouco em teatro e quando patrocinam, o dinheiro vai para peças nacionais, com atores globais. Tem de pensar em médio e longo prazo. Para os grupos ficarem conhecidos”, defende Jair.

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