ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Artes

Exposição tem índio com uma câmera na mão e tudo que a luta pela terra significa

Thailla Torres | 25/08/2016 10:20
Fotografia na retomada Ñanderu Marangatu. Neste dia, conflito matou indígena Semiâo Vilhalva. (Foto: Dionedison Terena)
Fotografia na retomada Ñanderu Marangatu. Neste dia, conflito matou indígena Semiâo Vilhalva. (Foto: Dionedison Terena)

Com imagens que dispensam palavras, o fotógrafo Dionedison Terena mostra a resistência cultural e a luta pela terra em Mato Grosso do Sul. O trabalho é diferente porque tem o olhar de uma das partes envolvidas nesse conflito. Dionedison nasceu na aldeia Bananal, em Aquidauana.

Na exposição “Noneti - Uma câmera, um índio e 500 anos de opressão", estão 25 fotografias registradas durante mobilizações das comunidades terena e guarani pela demarcação de territórios tradicionais na região de Caarapó, Aquidauana e Antônio João. A luta chegou até Brasília, que também foi capturada pelas lentes de Dionedison.

O resultado para ele é também um autorretrato em preto e branco, sobre indignação e dor. "Conta a história e o momento da luta indígena. Para mim, é a forma de me expressar e dar visibilidade aà situação que ocorre dentro da comunidade, a luta pelos direitos e o respeito", explica Dionedison

O momento dos registros teve peso de desafio. "Existe uma dificuldade na hora de fazer, porque vem essa indignação, revolta, a dor dentro de nós. Eu precisei lidar com isso para superar esse sentimento que corre dentro de mim", revela.

Essa é a primeira exposição dele em Campo Grande. "É uma grande oportunidade e a esperança que essas fotografias cheguem à sociedade para mudar, principalmente, a forma como vem tratando as comunidades indígenas. Que eu possa chegar em vários lugares do nosso País e inclusive fora, para mudar a forma que a mídia vem tratando as comunidades indígenas", diz.

A exposição segue até (26), na sede do Teatral Grupo de Risco, que fica na Rua José Antônio, 2170. Hoje (25), começa às 19h e haverá uma roda de conversa com o fotógrafo e uma degustação da culinária indígena. A entrada é gratuita.

Curta o Lado B no Facebook.

Mulheres no Tekoha Guyra Kambi'y, em Douradina. (Foto: Dionedison Terena)
Mulheres no Tekoha Guyra Kambi'y, em Douradina. (Foto: Dionedison Terena)
Nos siga no Google Notícias