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Artes

Grupo Acaba comemora 50 anos com festa extensa e diversos convidados

Naiane Mesquita | 25/09/2016 03:38
Grupo Acaba gravou DVD no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo com casa lotada (Foto: Naiane Mesquita)
Grupo Acaba gravou DVD no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo com casa lotada (Foto: Naiane Mesquita)

Uma noite para nunca se esquecer na vida. O DVD de 50 anos do Grupo Acaba começou com canções clássicas do repertório da Associação de Compositores do Bairro Amambaí e terminou com uma verdadeira escola de samba com direito a bateria, musa inspiradora e muito samba no pé em pleno palco do Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo.

Vestidos todos de branco como manda o figurino, os músicos do Grupo Acaba mostraram a sua trajetória musical desde 1964. De Porto Esperança a Noroeste do Brasil, Mato Grosso do Sul em sua complexidade histórica e natural foi apresentado, sempre com composições que buscam inspiração nas antigas canções de roda do Estado, seja em brincadeiras poéticas quanto em momentos realmente tradicionais da palavra.

Grupo tocou 25 canções (Foto: Daniel Reino/Sectei)
Grupo tocou 25 canções (Foto: Daniel Reino/Sectei)
Coral infantil da Colégio Montessori participou do evento (Foto: Daniel Reino/Sectei)
Coral infantil da Colégio Montessori participou do evento (Foto: Daniel Reino/Sectei)

“Foi uma batalha pesada, mas graças a Deus chegamos a uma antologia do Grupo Acaba com 85 músicas gravadas. Aqui no DVD, nesta noite foram 25 canções gravadas. Primeira coisa, o Pantanal não tem limites, o Pantanal é uma diversidade e a gente convive com isso ai, o Grupo Acaba nunca foi fechado embora a gente venha de raízes de folclore, mas nós temos uma questão social, do show business, da fronteira”, explica Moacir Lacerda, 63 anos, um dos cantores do grupo.

O show começou por volta das 21 horas e terminou às 23h30, com convidados em quase todas as canções apresentadas. Investindo forte nas participações especiais, o grupo contou até com o grupo artístico do Colégio Montessori, com show de dança e coral. Além disso, participaram os cantores Guga Borba, Celito, Gilson e Geraldo Espíndola, Paulo Simões, Lenilde Ramos, Delinha e seu filho, João Paulo.

Delinha levantou o público em seleção de música fronteiriça (Foto: Naiane Mesquita)
Delinha levantou o público em seleção de música fronteiriça (Foto: Naiane Mesquita)

Para Moacir, o trabalho é a realização de um sonho. “Fechamos um ciclo, muitas coisas se renovam no grupo, gente nova entrando também. Temos novas ideais, novas propostas de trabalho”, ressalta o cantor.

A gravação do DVD integra um projeto mais amplo do Grupo Acaba, com a promoção de várias ações, incluindo shows e um documentário. Uma das curiosidades mostradas na apresentação de ontem foi a presença de uma mulher no palco. “Nem todo mundo sabe, mas o Grupo Acaba nasceu na minha casa”, explica Vera Gasparotto.

Dona de uma moto e artista, Vera frisa que nunca quis ser a frente do seu tempo. “Todo mundo via aquilo com choque. Uma mulher, com moto, cantando em um grupo cheio de homem. Eu andava de moto porque era mais barato”, brinca. Para ela, a questão é que o grupo Acaba é formado por outras mulheres também. “Mães, esposas e filhas que construíram isso juntas”, frisa.

Durante o show teve artista plástico pintando no palco (Foto: Daniel Reino/Sectei)
Durante o show teve artista plástico pintando no palco (Foto: Daniel Reino/Sectei)

Referência – Geraldo Espíndola, 63 anos, é contemporâneo do Grupo e acredita que assim como outros cantores, os músicos são uma das facetas de Mato Grosso do Sul. “Eu conheço os meninos do Acaba desde que eu tinha 13, 14 anos Conheci o Grupo Acaba jogando bola em frente a um campinho na casa da minha mãe. Eles passaram nele, o Chico e mais dois. Falaram vamos no cartório que nós vamos fundar o Grupo Acaba. Puxa, que legal, mas se eu sair do jogo agora os caras não me deixam jogar mais, eu estava jogando bem. Eu vou ficar com eles”, relembra Geraldo.

Com o tempo o carinho cresceu. “Foi o primeiro gripo a gravar com uma gravadora de selo próprio, sempre gostei dessa mensagem de cantar sobre a história. Nesta noite teve de tudo, tinha tudo para ser uma confusão terrível, mas deu tudo certo. Estou muito feliz, eu adoro isso”, ri.

Mesmo com tantos nomes importantes de Mato Grosso do Sul, quem levantou mesmo a plateia foi a dama do rasqueado, Delinha. Acompanhada do filho João Paulo, ela mostrou que aos 80 anos ainda tem tempo de cantar com os amigos. Nessa parte do show, inclusive, não faltou animação com trechos de Mercedita a Galopeira.

Por fim, Lya Maio reprisou um dos maiores sucessos do grupo, "Papagaiada", tocada também no início do show. Para surpresa de todos, quem subiu ao palco para acompanhar foi a escola de samba Deixa Falar, que em 2017 conta a história do Grupo Acaba no Carnaval de Campo Grande. Como quase tudo no País, a festa começou regional e terminou com samba. 

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