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Artes

Mágico Tabajara já foi famoso por aqui, mas agora o circo é só uma saudade

Thailla Torres | 05/04/2016 06:23
Tabajara se apaixonou pelo mundo circense quando tinha apenas 8 anos. (Foto: Fernando Antunes).
Tabajara se apaixonou pelo mundo circense quando tinha apenas 8 anos. (Foto: Fernando Antunes).

Especialista na arte da ‘autopromoção’, o mágico Tabajara Duarte da Silva fala muito do que fez e viveu. Mas quem morou em Campo Grande nas décadas de 80 e 90 também deve lembrar do sorrisão do artista que era atração em programas de TVs locais. 

Aos 77 anos, ele adora contar da época que era conhecido na cidade e, principalmente, dos 15 minutos de fama nacional.

Mesmo formado em letras na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), foi a cultura circense a maior paixão de Tabajara desde a infância. Ele começou no circo quando tinha 8 anos de idade, quando morava com a mãe no Peru.

Veio para Campo Grande já com a esposa Neci do Carmo Araújo, hoje com 69 anos, que conheceu no Macapá quando ela ainda era cabeleireira. Apaixonado, levou a mulher também para o mundo circense.

Morando em Campo Grande há 30 anos, radiante, ele volta no tempo. Entre as maiores lembranças, estão as vezes em que se apresentou nos programas da Xuxa e do Silvio Santos, na década no ano de 1984.

Tabajara e Silvio Santos.
Tabajara e Silvio Santos.

“Estive no Silvio Santos três vezes, participei do quadro Quanto Vale o Show e Cidade Contra Cidade, em que Campo Grande foi Campeão”, lembra.

Tabajara também participou do Programa da Xuxa, no auge da apresentadora. Foi convidado porque participava da Associação dos Mágicos de São Paulo e queriam um mágico que cumprisse algumas exigências.

“Disseram que eu era muito bom e ai me ligaram. Na época o cachê era pequeno, mas era o que a gente gastava. Mas quando eu me apresentei uma vez e assim terminou ela disse pra eu ir outra vez”, garante.

Apresentação no Show da Xuxa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Apresentação no Show da Xuxa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Tabajara foi contorcionista, equilibrista, trapezista e por fim mágico. Em Campo Grande, lembra das campanhas políticas, quando os shows ainda eram permitidos pela Lei Eleitoral, e surgiam diversas oportunidades. Hoje a maior saudade é de quando tinha agenda cheia, de apresentações em aniversários e shows.

Chegou por aqui depois de convite de um empresário de circo. “Ele me disse que Campo Grande, era uma cidade excelente e quando cheguei me apaixonei. Aqui era um clima maravilhoso e assim que chegamos armamos o circo ao lado do hotel Concord”, conta. 

Por 10 anos morando sob tendas armadas em diversos locais da cidade, há 20 ele tem endereço fixo no bairro Oliveira III e tem orgulho do sucesso que ainda faz pela região. “Conheço muita gente e aqui todo mundo me conhece."

Ele deixa claro que algumas coisas já não faz como antes, como saltos em trapézio, mas fez questão de exibir o talento em equilíbrio.

Pela casa, vários objetos são lembrança, como ferros e tendas do tempo de circo. Nas paredes, quadros que ele conta ter trazido de diversos lugares e claro, logo na entrada, Tabajara exibe as fotos com artistas em momentos que para ele ficaram marcados na história do Mágico Tabajara.

O mágico e a esposa. (Foto: Fernando Antunes)
O mágico e a esposa. (Foto: Fernando Antunes)

É pai de 5 filhos, tem 9 netos e 11 bisnetos. Durante a semana, trabalha fazendo propagandas pelas ruas da cidade com o "Trio Tabajara", que também aluga para eventos. Longe das tecnologias, ele garante que ainda é o meio mais eficiente de fazer propaganda. "Eu saio na rua com o carro e passo o dia fazendo as propagandas e é melhor, do que fazer as coisas pelo computador," ao assumir que também não sabe mexer no equipamento.

Sobre as apresentações, que hoje não acontecem com tanta frequência, ficaram muitas experiências. "Já visitei 12 países e falo inglês, francês e espanhol fluentemente”.

Exibindo o smoking bordado que usa até hoje nas apresentações, ele fala da saudade. "Eu sabia que essa hora ia chegar e eu já estava preparado psicologicamente. Por conta da idade, das complicações de saúde e do tempo. Mas a magia do circo nunca se acaba".

O equilíbrio que ainda restou. (Foto: Fernando Antunes)
O equilíbrio que ainda restou. (Foto: Fernando Antunes)
Fotos de tempos de felicidade. (Foto: Fernando Antunes)
Fotos de tempos de felicidade. (Foto: Fernando Antunes)
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