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Artes

Marinheiro e nômade levam água, barco e montanha para exposição fotográfica

Paula Maciulevicius | 22/10/2015 10:15
No Baixo Mustang, tradicional muro de orações e os vendedores de artesanato. (Foto: Eduardo Assunção)
No Baixo Mustang, tradicional muro de orações e os vendedores de artesanato. (Foto: Eduardo Assunção)

Mar, água, barco e montanha. O olhar de quem escolheu viver como cidadão do mundo em 20 fotografias. A partir de hoje o restaurante Navarro recebe a exposição fotográfica de Eduardo Assunção e Tassio Azambuja, contando em imagens as experiências vividas em peregrinações.

Eduardo Assunção tem 31 anos, nascido em Barretos, mas criado aqui, deixou Campo Grande aos 15 anos. Pelo currículo já passaram diversas profissões e cidades de residência, desde produção cinematográfica em São Paulo, até cair no gosto do andar, pelo Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.

"Até então eu não tinha o costume de sair andando e fazendo peregrinações. Fiz e peguei gosto pela coisa", descreve Eduardo. À época o rapaz tinha 17 anos e de lá para cá, ele coloca na rota das viagens as peregrinações religiosas mundo afora. 

Acampamento base do monte Anapurnna. (Foto: Eduardo Assunção)
Acampamento base do monte Anapurnna. (Foto: Eduardo Assunção)
Eduardo no Território Mustang, durante a peregrinação de 3 meses pelo Annapurna.
Eduardo no Território Mustang, durante a peregrinação de 3 meses pelo Annapurna.

Quanto à fotografia, a primeira câmera veio como presente do pai, aos 18 anos e os registros começaram pela Patagônia. "Vi que tinha um certo olhar e comecei, fotografo sempre e em todos os lugares que eu vou", explica Eduardo. As fotos também entram como forma de juntar uma grana. Em cada lugar por onde passa, Eduardo procura e faz qualquer tipo de trabalho, desde cozinheiro a aulas de inglês ou espanhol, para continuar seguindo viagem.

"Eu sou esse nômade, o que eu faço é isso, busco lugares e vou sempre andando. Estrada e calcanhar, sempre à pé companheiro e fotografando".

As fotos da parte dele são da área de conservação do Annapurna, no Nepal, onde está a segunda maior rota de peregrinação do mundo, aberta ao público em 1992. "Retrata três meses que vivi lá, a pereginação, do Norte do Nepal ao Noroeste da Índia, fui tentado fotografar os povos meio escondidos da montanha do Himalaia", descreve.

Tassio e Eduardo são amigos há anos e inclusive já velejaram juntos durante seis meses.

Turung La Pass. Território Alto Mustang, 5.400 metros acima do nível do mar, na fronteira do Nepal com Tibet. (Foto: Eduardo Assunção)
Turung La Pass. Território Alto Mustang, 5.400 metros acima do nível do mar, na fronteira do Nepal com Tibet. (Foto: Eduardo Assunção)
Chegando na ilha de Guadeloupe, no Caribe. 2010. (Foto: Tassio Azambuja)
Chegando na ilha de Guadeloupe, no Caribe. 2010. (Foto: Tassio Azambuja)

De Tassio Azambuja, as fotos são os registros feitos a partir do veleiro que é casa, transporte, trabalho e modo de vida do marinheiro de 30 anos. Campo-grandense, Tassio está na Capital desde agosto já em contagem regressiva para voltar ao Yoyo, barco que está a sua espera no Caribe.

Há 8 anos a vida dele é na água, cruzando o oceano Atlântico. "Não é um projeto, é meu estilo de vida, aquilo que eu faço", explica. Tassio trabalha em cada ponto que escolhe viver, ora com manutenção de barcos, ora com entrega de veleiros. Um delivery que vem da França ao Brasil em três meses.

Tassio em alto-mar com bom tempo, no ano de 2013. (Foto: Claudia Couture)
Tassio em alto-mar com bom tempo, no ano de 2013. (Foto: Claudia Couture)

Antes de transformar o mar em moradia, ele já tinha o gosto por viajar. Também deixou Campo Grande aos 15 anos e desde então não parou em canto algum. A fotografia veio junto, de casa. "Faz parte da minha vida, por memória minha ou querer trabalhar também com isso, já ganhei um pouco de dinheiro na viagem. Às vezes troco equipamento e roupa por foto", conta.

Tassio é marinheiro e capitão comercial, formado numa escola da marinha inglesa, escolheu esse caminho por trabalho, mas o tempo e a vivência o fizeram querer morar assim também. A rota ele decide pelo que tem vontade, o que quer conhecer.

Para a exposição, Tassio traz o que é viver assim, entre mar, água e num barco.

"São dois universos diferentes. Meu tema é veleiro e água", resume. Das cruzadas pelo Atlântico, ele passa de 2 a 4 meses num mesmo lugar para conhecer o local e como vivem os nativos. "Saio muito com pescador, gosto de fotografar e conviver com esse estilo de vida artesanal, de quem pega a canoinha pequena, sai para o mar, pega peixe e volta".

A exposição fica até o dia 22 de novembro. A abertura hoje será às 16h, com a estreia do food truck mexicano “Los Chicanos” e de trilha sonora, o set musical de AruanMaculele. O Navarro fica na Rua Dom Aquino, 2055, no Centro.

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Impulsionado por uma leve brisa, barco em alto-mar entre as ilhas Canárias e o Cabo Verde. (Foto: Tassio Azambuja)
Impulsionado por uma leve brisa, barco em alto-mar entre as ilhas Canárias e o Cabo Verde. (Foto: Tassio Azambuja)
La Coruña, Espanha. Registro de 2009. (Foto: Tassio Azambuja)
La Coruña, Espanha. Registro de 2009. (Foto: Tassio Azambuja)
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