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Artes

Mestre em piano, por talento e formação, se apresenta hoje com Sinfônica

Paula Maciulevicius | 04/07/2013 09:07
As notas musicais que saem da alma da pianista para a do público. Repertório será de música sacra e concerto de Bach. (Fotos: Marcos Ermínio)
As notas musicais que saem da alma da pianista para a do público. Repertório será de música sacra e concerto de Bach. (Fotos: Marcos Ermínio)

Os dedos parecem ter nascido para ir ao encontro das notas. O som que sai do piano carrega a emoção de quem o reproduz e chega a arrepiar quem o recebe. Sentar-se diante de uma apresentação da pianista Beatriz Augusta Ritzenthaler não é apenas acompanhar um concerto, é ser envolvido por ele. "Emoção. Se eu começar a tocar sem emoção, não vale a pena", descreve a artista sobre o próprio sentimento e a missão que carrega, de tocar o público com a música.

Nesta quinta-feira, ela se apresenta com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campo Grande, às 20h, na igreja Adventista Central. Em 1h30, propõe levar aos ouvidos a suavidade da música sacra e clássica. Repertório que começou a ser trabalhado um ano atrás: concerto para piano e orquestra em fá menor de Bach.

A pianista é cria da casa, mas mora há 12 anos nos Estados Unidos, onde fez mestrado em música pela Andrews University de Michigan. A última apresentação na terra natal foi em 2005 e o convite que a trouxe hoje, surgiu da própria regência da orquestra sinfônica, ainda em março deste ano. Sentar-se ao piano que sempre tocou traz à ela um sentimento a mais. "É diferente, pelo fato de ser a minha cidade, meus amigos, minha igreja, a receptividade é maior", acrescenta.

O primeiro dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó, foi tocado aos 6 anos de idade. O pai de Beatriz tinha o sonho de ver os filhos trilharem o caminho da música e a colocou para fazer aulas, à época com a professora Tunita Mendes. Aos 13 anos fez o primeiro concerto solo em São Paulo, para 500 pessoas. A opção de levar a vida ao som da clave de sol não foi uma escolha, a menina que cresceu sentada ao piano apenas seguiu o caminho dos pedais naturalmente.

Junto da Orquestra Sinfônica Municipal, Beatriz vai encantar público ao som da clave de sol.
Junto da Orquestra Sinfônica Municipal, Beatriz vai encantar público ao som da clave de sol.

"Quando estava fazendo cursinho, eu gostava da carreira médica, mas a música sempre foi mais forte. Não é que eu decidi, estava acostumada desde pequena e naquele momento veio tudo pronto. É isso que você está estudante. É isso que vem pra você, a sua carreira", conta.

O talento de Beatriz para a música foi aprimorado também durante cultos e atividades da igreja Adventista. A própria pianista relata que foram treinamentos sem que ela pudesse perceber, que adicionados aos anos de experiência, a colocou de forma natural seguindo a harmonia das notas.

Com mais de 30 anos de carreira, a musicista subiu ao palco para tocar e foi reconhecida internacionalmente. Entre os dois principais prêmios estão o concerto internacional de piano, na França, em 1992 e o concerto de jovens instrumentistas dos Estados Unidos, em 2004.

Depois de terminado mestrado, especialização que escolheu fazer lá fora pela estrutura oferecida, Beatriz vive 24h da música. Toca sozinha um estúdio de piano que hoje conta com 40 alunos individuais e concilia o trabalho filantrópico na ONG que criou em 2009, "Global Thinkers Now". Por ela já levou a música sacra e clássica por vários países para arrecadar fundos direcionados à causas sociais. A última viagem, por exemplo, foi para destinar recursos à adolescentes na Índia.

Em concerto solo ou dueto a quatro mãos, ela leva a música brasileira de Villa Lobos no repertório e chega a treinar até 6h por dia para aprimorar a técnica e de acordo com a intensidade de um programa novo a ser apresentado.

O concerto desta noite será o primeiro com a atual orquestra sinfônica. Até às 20h faz parte da preparação de Beatriz o descanso e repouso total. Como o local já está na memória da pianista como um dos grandes palcos onde tocou na juventude, não será preciso conhecer o território antes da apresentação.

"Cada vez é uma sensação diferente. Há uma tensão, a questão de estar concentrada e depende também da interação do público. A música mexe com o fundo da alma e eu como artista tenho que conseguir passar essa mensagem, para mim, isso é o motivo da realização", finaliza.

A apresentação é aberta ao público e de graça. A igreja Adventista fica na rua Cândido Mariano, nº 2.099, no Centro.

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