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Artes

Músico leva violoncelo para rua e à noite toca rock em ponto de ônibus

Aline Araújo | 21/07/2015 06:23
Ricardo Vasconcelos ocupa espaços públicos para apresentar a música por meio de um violoncelo (Foto: Vanessa Tamires)
Ricardo Vasconcelos ocupa espaços públicos para apresentar a música por meio de um violoncelo (Foto: Vanessa Tamires)

Não faz nem um mês que Ricardo Vasconcelos, de 25 anos, se mudou para Campo Grande. Na bagagem de Santos, interior paulista, trouxe um companheiro de mais de seis anos, um violoncelo, a paixão que começou na adolescência.

Ele tinha 16 anos quando um amigo esqueceu o MP3 na casa dele. Ricardo resolveu escutar as músicas e ficou fascinado com uma versão do Metálica tocada pela banda Apocalyptica, só com violoncelo.

Naquele momento, resolveu aprender e, por meio de amigas, ficou sabendo de uma aula coletiva de cordas, um método que ensinava a tocar vários instrumentos no mesmo curso.

"A vontade de viver de música cresceu de uma maneira tão forte que eu nem sei explicar." (Foto: Fernando Antunes)
"A vontade de viver de música cresceu de uma maneira tão forte que eu nem sei explicar." (Foto: Fernando Antunes)

“Quando eu toquei pela primeira vez, e vi a possibilidade do som que o violoncelo produz, eu já estava encantado. A escola dele é mais erudita, mas ele é muito versátil e eu gosto de explorar muitos estilos”, afirma o músico que curte rock, metal, MPB e Bossa Nova.

Depois de um ano e meio de curso, ele ganhou o primeiro instrumento. Chegou a cursar Direito e Tecnologia em Gás e Petróleo, mas diz que nem gosta de lembrar disso, porque nunca foi o que queria da vida. Se encontrou mesmo quando foi para o conservatório de música para se aperfeiçoar.

Escolheu ser artista de rua e adotou o estilo “street”, com músicas mais rápidas. Mas nem precisaria tocar, porque só o instrumento já chama atenção pelo tamanho e o som grave poderoso.

“Na rua é preciso ser mais enérgico para chamar a atenção das pessoas e eu gosto dessa agitação, eu gosto disso. Eu sempre pensei em ser artista de rua, mas não imaginava que iria levar isso tão a sério. Foi lá que eu me encontrei como músico, porque é uma vida mais agitada, mais rock in roll”, comenta, empolgado.

Ricardo estuda música há sete anos. (Foto: Fernando Antunes)
Ricardo estuda música há sete anos. (Foto: Fernando Antunes)

Em Campo Grande, ele não tem muito horário definido, mas se apresenta todas as noites, geralmente depois das 18h, na calçada do shopping Campo Grande, na Avenida Afonso Pena, ao lado do ponto de ônibus.

Em pouco tempo, tem se surpreendido com a cidade. Mudou com a mãe para cá por conta da família, quase toda daqui. Dos primos, escutou que o artista de rua não era tão valorizado aqui, que era diferente de São Paulo, mas na hora do trabalho percebeu que não é bem assim.

“O pessoal aqui me dá força desde a hora que eu chego. Fala para eu tocar e a receptividade das pessoas tem sido muito boa, elas têm gostado bastante, param para ouvir e eu consigo ganhar a mesma quantia que eu ganhava por lá”, comenta.

Por dia, o chapéu de Ricardo fatura cerca de R$ 50,00 em umas 5 horas de trabalho.

“Já consegui perceber que Campo Grande tem sim um movimento legal de rua. E os meus motivos para escolher tocar na rua é que primeiro eu gosto e eu quero tocar, na rua eu tenho público, eu me divirto, ganho o meu dinheiro e estou fazendo o dia das pessoas mais felizes”, conta.

Ricardo decidiu que a música seria a sua profissão, não se imagina fazendo outra coisa. “A vontade de viver de música cresceu de uma maneira tão forte que eu nem sei explicar. Como músico eu tenho mil possibilidades e eu amo isso”.

Músico leva violoncelo para rua e à noite toca rock em ponto de ônibus
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