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Artes

O que uma banda de MS precisa fazer para chegar ao Rio de Janeiro?

Anny Malagolini | 25/03/2014 06:27
Jerry Espindola e as Pétalas de Pixe.
Jerry Espindola e as Pétalas de Pixe.

No dia 13 de março, a música do Mato Grosso do Sul fez conexão no Rio de Janeiro. As bandas Dombraz e Jerry Espíndola com as Pétalas de Pixe se apresentaram no Teatro Solar, no bairro de Botafogo, na zona sul da cidade. Não que isso seja algo que tenha de ser objetivo para todos os músicos daqui, mas diante de pouco apoio financeiro, parece uma aventura e tanto.

O Dombraz fez as malas ainda no ano passado e adotou o Rio de Janeiro como endereço fixo. Os músicos foram tentar a sorte na cidade que respira o samba, um dos estilos do grupo. Junto, levaram cinco mil CDs da banda, que agora são distribuídos nas noites de apresentações.

No final de fevereiro, completa um mês que a banda se mudou de fato para a cidade. O vocalista Chris Haicai, que já mantinha um apartamento no bairro carioca de Laranjeiras, recebeu alguns dos integrantes e a outra parte alugou imóvel na mesma região.

Em menos de um mês, os meninos já conseguiram se apresentar em cinco lugares. “Onde tocamos, as pessoas perguntam de onde somos e elogiam. Falam que a nossa banda é diferente”, comenta Rodrigo Shimabukuro, de 32 anos, que é percussionista. Aqui ele tinha um restaurante, mas o sonho de viver de música o fez vender o comércio e pegar a estrada.

Jerry foi só a passeio. Ele conta que quis ir até a cidade para mostrar às integrantes da Pétalas de Pixe como é a experiência de se apresentar fora de casa. “Eu já fiz todo esse trajeto, com outras bandas e queria que as meninas passassem por isso. Conhecer a cidade, sentir a pressão na maior vitrine do Brasil”, explica.

O cantor teve a ideia de fazer a dobradinha com Dombraz, mas para isso, foi preciso muita colaboração financeira. O teatro foi alugado pelos próprios músicos, valor bem mais alto que o cobrado por aqui. Já os ingressos, têm de seguir a margem de Campo Grande, por isso foi na verdade um investimento.

Para economizar, a banda ficou hospedada na casa de amigos. E só em passagem, foram gastos mais de três mil reais, dinheiro recolhido graça a apoios de políticos.

Por lá, a casa não lotou. Os conterrâneos garantiram a maior parte das presenças. Com quase 30 anos de carreira, Jerry acha que o mercado musical está saturado no Brasil e por conta disso, a curiosidade em conhecer o novo já não existe. Como no caso dele, a levada é pop, a concorrência é ainda maior.

Mas a experiência valeu muito, comenta. O músico elogia principalmente a qualidade do público. “É diferente, o pessoal presta muita atenção. Acho que foi o melhor show que fizemos, sem contar o astral por ser diferente”.

O músico pede mais ajuda para iniciativas assim, como os apoios abertos com editais da prefeitura e do governo estadual, para que bandas daqui participassem de circuitos em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. “Muitas bandas de Campo Grande chegam no limite do que a cidade tem a oferecer, e se você não sair daqui, vem a descida”, comenta.

Ele lembra do exemplo do Dombraz. “Se ficassem só aqui, daqui alguns anos seria a decadência, as pessoas enjoam. Eles fizeram certo de terem ido embora”.

Bateirista da Pétalas de Pixe, Juliana Souc, de 26 anos, já têm dez anos de carreira. Pela primeira vez, foi ao Rio de Janeiro. Uma experiência “agradável”, na avaliação dela. A cidade calorosa e com público novo, animou. Mas por enquanto, ela diz ainda enxergar em Campo Grande um espaço a ser completado. “Como sou daqui, prefiro que conheçam aqui primeiro, e depois penso em ir embora”.

Jane Jane, de 28 anos, está envolvida com a música desde os 13. De baixista de uma banda de rock, se tornou vocalista e agora também faz parte das Pétalas de Pixe.

Pela primeira vez também no Rio de Janeiro, ela superou o medo de viajar de avião e ao desembarcar se sentiu maravilhada com a cidade. A apresentação foi motivo para o nervosismo voltar, mas tudo deu certo. Sobre sair de Campo Grande, ela lembra que "é preciso mais do que coragem, tem que conhecer o mercado".

Vídeo - Quando a decisão é continuar por aqui, o melhor recurso na divulgação do trabalho no Brasil todo é o Youtube. Neste mês, foi lançado um novo videoclipe de Jerry Espíndola e as Pétalas de Pixe. Agora com a música “Dá um minuto”.

O clipe foi filmado no estúdio Vespa, que fica no prédio da antiga rodoviária da Campo. Foram usadas sete câmeras para filmagem. Ficou bacana.

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