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Artes

Personagens de filmes, animais, amores e outras tatuagens realistas feitas aqui

Naiane Mesquita | 24/07/2015 06:34
Eduardo começou a se aventurar no realismo e se prepara para uma competição em São Paulo (Foto: Marcos Ermínio)
Eduardo começou a se aventurar no realismo e se prepara para uma competição em São Paulo (Foto: Marcos Ermínio)

A ausência de traços e o jogo de sombras tornam o trabalho um exemplo puro de arte. Na pele, cada artista mostra o talento e a precisão para deixar o desejo da “tela” o mais real possível. “É a mão da pessoa, o estilo que ela quer seguir, é preciso gostar para dar certo”, afirma o tatuador Adham Wahad, 38 anos, deles 15 dedicados a profissão.

Cena do filme Medo e Delírio em Las Vegas feita por Eduardo Mariany (Foto: Reprodução/Facebook)
Cena do filme Medo e Delírio em Las Vegas feita por Eduardo Mariany (Foto: Reprodução/Facebook)

A opinião de Adham é compartilhada pelo tatuador Eduardo Mariany, 27 anos. “O realismo sempre me chamou a atenção, desde quando eu estudava em Madrid. Minha professora fazia tatuagens realistas e isso foi essencial para que eu seguisse esse estilo”, ressalta. Ao lado do irmão, André Mariany, os dois montaram o Dharma Estúdio, que agora começa a fazer mais trabalhos nesse estilo.

“Participei de alguns workshops de aperfeiçoamento, mas é treino também. Criei um portfólio com alguns tatuagens realistas porque vou participar de uma competição em São Paulo, no Tattoo Week, um dos maiores congressos de tatuagem da América Latina, com centenas de tatuadores e são várias disputas”, explica.

Na preferência de quem procura a arte estão retratos de família, além de cenas ou personagens clássicos do cinema. Adham tem na bagagem um braço fechado com Arnold Schwarzenegger até um Predador nas costas, de Alien x Predador.

 “Hoje não é só de pessoas e entes queridos, tem muita gente que procura de personagem de filme que marcou, que a pessoa é fã, animais também fazemos bastante, tigre, leão e lobo. Eu comecei a tatuar há 15 anos, já o realismo é de 9 anos para cá”, explica o tatuador.

Adham recriou Arnold Schwarzenegger nos braços de um fã (Reprodução/Facebook)
Adham recriou Arnold Schwarzenegger nos braços de um fã (Reprodução/Facebook)

Para ele, o mais importante além de talento, é aperfeiçoar com muito trabalho. “Ir a convenções, buscar conhecimento de outros países, que tem mais experiência, trocar figurinhas, workshops, beber da fonte mesmo. É meu estilo favorito, minha identificação é muito grande”, confessa.

Eduardo ressalta que a proximidade do estilo com a arte de quadros e pinturas é enorme, por isso, encanta e também assusta os clientes.

“Não temos muita procura em Campo Grande. Acho que é um estilo que não é do campo-grandense ainda, mas que faz muito sucesso no exterior e em São Paulo. Foi minha professora que me incentivou a fazer um curso de Belas Artes até para ter mais noções e técnicas na tatuagem realista. Isso, com certeza, ajudou muito”, acredita.

O tatuador afirma que para identificar um tatuagem realista é preciso prestar atenção nos traços ou na ausência deles. “Na maioria das vezes não tem ou está bem escondido. É um jogo de sombras, mistura de cores e pigmentos”, aponta.

Há nove anos, Adham começou a se aventurar nas tatuagens realistas (Reprodução/Facebook)
Há nove anos, Adham começou a se aventurar nas tatuagens realistas (Reprodução/Facebook)

Como é mais complexa, uma tatuagem realista pode custar de R$ 1 mil a R$ 4 mil, mas para quem curte, pode valer muito a pena. Adham já viu nesse trecho muitas histórias de gente que saiu feliz do estúdio e não só pela tatuagem.

“Até hoje a história que mais me marcou foi a de um cliente que veio tatuar o avô reservista aposentado do Exército, ele havia falecido há pouco tempo", relembra.

Enquanto Adham fazia a tatuagem, outro cliente o procurou. "Resolvi conversar com esse cliente na mesma hora que fazia a tatuagem do outro. Durante a conversa, o cliente que tinha acabado de entrar olhou a tatuagem e perguntou se era o senhor, avô do cliente. Quando confirmamos, ele disse que era o médico que tinha cuidado do militar antes dele falecer”, relembra.

A emoção do encontro e do médico ter sido capaz de identificar o rosto do paciente na pele do neto fez todo mundo ficar balançado. “Foi muito curioso e emocionante pra todo mundo”, diz.

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